Capítulo 17

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POV GABRIELA GUIMARÃES

Era inegável que minha insegurança estava gritando na minha cabeça desde que Sheilla havia me contado sobre a volta da que não foi, mas resolvi ser madura e confiar nela, afinal, ela já estava lidando com muita coisa e eu precisava apoiá-la.

Nos encontramos pouquíssimas vezes durante a semana, já que ela não foi ao escritório e eu trabalhei de casa em alguns dias. Trocamos algumas mensagens e combinamos de sair na sexta depois do expediente com as meninas, o plano era que ela viesse dormir comigo depois disso.

Natália finalmente estava de volta à cidade e iria comigo e Rosa para encontramos o restante da turma. Nos arrumávamos num clima agradável, até que Sheilla me ligou.

- Oi, meu bem. - A atendi.

- Oi Gabriela... - Sua voz era desanimada.

- Está tudo bem? - Perguntei.

- Está sim... É que a Marianne insistiu muito para ir, disse que está com saudade das meninas e eu queria saber se está tudo bem por você, não quero que seja algo desconfortável.

Ok, não estava nos meus planos passar a noite com a ex noiva da minha... com a ex noiva de Sheilla! Mas eu também não podia pedir para que ela não fosse, ela também era amiga das meninas e, se pararmos para pensar, eu cheguei depois.

- Tudo bem... - Falei em um claro tom de incômodo.

- Mesmo?

- Mesmo, gatinha. - Tentei passar uma animação que eu não estava sentindo. - Te vejo daqui a pouco?

- Claro. Beijinhos! - Ela se despediu e desligamos.

Minha cara emburrada entregou que algo tinha acontecido e, depois de resumir, Rosa ria enquanto Nat me apoiava.

- Eu já vi gente mansa, mas essa Gabriela... - Rosa balançava a cabeça negativamente.

- Ela não é mansa! Ela não pode proibir a mulher de sair, né?! - Nat me defendeu.

- Além de tudo, ela também é amiga das meninas e chegou primeiro... - Falei com a voz baixa.

- Ô Gabizinha, não tem isso não! Ela pode ter chegado primeiro, mas você é mais legal e todo mundo prefere você! - Nat tentava fazer com que eu me sentisse bem.

Tratei de mudar de assunto e afastar as inseguranças da minha cabeça, mas não conseguia afastar o peso do coração. Terminamos de nos arrumar e fomos em direção ao bar de sempre, encontrando as meninas na nossa mesa de praxe.

- Gabizinha! - Thaisa falava como se não me visse há séculos, enquanto se levantava para me cumprimentar.

- Qual foi o milagre que te arrastou até aqui? - Perguntei enquanto devolvia o beijo.

- Eu, claro! - Nat falava como se fosse óbvio e Thaisa gargalhava de sua audácia.

Daroit se levantou para me cumprimentar com um longo e caloroso abraço e Gattaz me olhava com um olhar de piedade. Talvez fosse coisa da minha cabeça, ou não, mas apesar de Thaisa ser a maior simpatizante que eu conheço, não era do feitio dela frenquentar bares LGBTS em plena sexta-feira à noite.

Me sentei ao lado de Nat e Rosa se sentou a minha frente, me dando uma piscadela como quem diz "estou bem aqui!". Pedimos algumas bebidas e iniciamos um assunto aleatório, quando Sheilla chegou acompanhada de uma mulher loira e alta, a mesma que eu vi chegando com ela em seu apartamento e que agora tinha um nome: Marianne.

Assim que elas passaram pela porta todos notaram, afinal, duas mulheres altas e bonitas chamavam atenção. Sheilla estava com um body preto, calça preta e um blazer branco que combinava com seu tênis, dando um ar casual a roupa. Seu cabelo estava solto e a maquiagem leve na medida perfeita, como sempre.

Come Bother Me - Sheibi Onde histórias criam vida. Descubra agora