Capítulo 5

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POV SHEILLA CASTRO

Acordar com a luz fraca do sol batendo em meu rosto logo no primeiro momento do dia é uma das minhas formas preferidas de acordar. Mas não hoje, não depois de ontem. Minha vontade é de me manter aqui quieta, tentando entender onde foi que eu errei, como pude ter sido tão traíra. Não aconteceu nada entre mim e Gabriela ontem, tirando o fato de termos confessado verbalmente que gostamos de ver uma a outra seminua, enquanto eu estava seminua e perto o suficiente do seu corpo, com a imagem dela de biquini e seu abdômen ridiculamente marcado pairando sob minha cabeça. Mas ainda assim eu me sentia traíra, me sentia culpada.

Senti meu celular vibrar, me salvando de me afundar nos meus pensamentos novamente e me virei para alcançá-lo na mesa de cabeceira.

[Thaisa] [06:15]: Bom dia, flor do dia! Espero que agora você realmente esteja em casa ou esteja indo para ela se arrumar, temos uma reunião as 8h com um potencial cliente.

Thaisa sempre ela me salvando de situações que eu não sei como me coloquei!

[Thaisa] [06:16]: Ah, se estiver em casa pode descer com aquela blusa sua que eu gosto? Se não estiver me avise que eu mesma vou buscar.

A última mensagem me arrancou uma risada e me fez pedir a Alexa para ativar um lembrete para mudar a senha da fechadura mais tarde. Mantive meu ritual matinal e em alguns minutos estava na porta de Thaisa com a blusa que ela havia pedido.

- Ah, não. Não foi isso que eu pedi! – a loira falou ao abrir a porta e me ver vestida com a blusa que havia pedido emprestado. – Você não está no lugar de me tratar assim não, viu?!

Abri um sorriso e caminhei em direção a ela, entrando no apartamento. – Uai, você me pediu para descer com a blusa. Não descer com a blusa para você. – disse dando uma última checada no espelho enquanto ria.

Apesar de ter passado praticamente toda a noite em claro e ter evitado milhares de pensamentos e sentimentos que me faziam concluir quão péssima eu sou, eu não estava me sentindo completamente mal. Tentava insistentemente me convencer de que não houve nada demais ontem à noite e de agora em diante eu vou me certificar de que realmente não haja.

O dia no escritório foi mais tranquilo do que eu imaginava, aparentemente Gabriela estava me evitando na mesma proporção em que eu a evitava, assim não nos esbarramos nenhuma vez. Me certifiquei de sair cedo o suficiente para não precisar jantar no escritório e acabei decidindo acompanhar as meninas em um café.

Nós costumávamos frequentar esse café durante muito tempo, mas depois ele acabou sendo trocado pelo bar.

- Que belo dia para tomar um café, tropeçar e cair em um bar, não é mesmo?! – Daroit disse se sentando e correndo os olhos pelo cardápio.

- Eu diria que o dia está mais bonito para tomar um café, tropeçar e cair num show sertanejo que vai rolar hoje – Carol sugeriu.

- O dia está bonito para tomar um café e ir para casa. – Conclui e pude ver um sorriso se abrir nos lábios de Thaisa. – casa, casa ou casa casa, Sheillinha?

Os olhares na mesa correram como se tentassem entender o contexto da fala da loira e eu senti minha cabeça doer só de pensar em ter que explicar algo, ainda mais a noite constrangedora de ontem.

- Casa, casa. – Disse firme.

- Ih, gente. Que mistério é esse, hein?! Fala logo, que história é essa de casa? – Carol disse impaciente e parece que Thaisa só estava esperando alguém perguntar. – Ontem a noite eu subi até o andar da Sheillinha e já ia digitar a senha para entrar e pegar uma blusa que eu queria usar hoje, mas lembrei dela falando que ia trocar a senha e resolvi ligar para fazer uma média, né?! Quando eu liguei a bonita me disse que estava em casa, - ela se virou e me ofereceu um sorriso sarcástico - mas ela não estava! Eu estava na casa dela, digitei a senha e vi com meus próprios olhos. Sheillinha mentiu.

Come Bother Me - Sheibi Onde histórias criam vida. Descubra agora