Capítulo 4

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POV GABRIELA GUIMARÃES

- De quem foi a ideia de ir para um bar e se embriagar em plena quarta-feira? – Mandei um áudio para Rosa enquanto reunia todas as minhas forças para me levantar e a resposta veio logo quando sai do banho:

[Rosamaria Montibeller] [07:25]: Sua! Você precisa que eu te lembre do motivo?

Ri ao ler a mensagem, me lembrando do motivo, tentando dizer para mim mesma que ir para um bar o qual você sabe que sua chefe inacessível está não é uma atitude extrema, é apenas alguém querendo fazer amizade.

Cheguei no escritório em alguns minutos e sorri com a imagem de Rosa de óculos escuro, segurando um copo de café. – Conviver com a Carol está te deixando velha, não aguenta uma bebedeira de leve mais?

- De leve, Gabriela? Você chama chegar em casa as 3h da manhã depois de ter tomado vária tequilas de "de leve"? Não fala comigo hoje! – Rosa disse batendo os pés enquanto caminhava para a sala que dividíamos e eu apenas a segui em silencio, temendo que qualquer comentário pudesse custar minha vida.

Para a minha surpresa Sheilla estava em sua sala hoje, depois de algumas semanas sem ir ao escritório. Não a vi diretamente, mas sua sala estava aberta e as pessoas comentavam.

O dia passou de forma arrastada e eu me dividi entre preparar uns relatórios e participar de algumas reuniões com outros advogados. Quando a última reunião acabou, todos saíram e eu voltei para desligar o computador que havia esquecido ligado e aproveitei para abrir o aplicativo e pedir algo para jantar em casa, quando notei uma silhueta alta e magra parada atras de mim. – Que susto!

- Está devendo, Gabriela? – A voz séria de Sheilla se misturou com um meio sorriso e me fez sorrir.

- Devendo? Não, Deus me livre! – Tentei recuperar minha seriedade e me lembrar que estávamos no ambiente de trabalho, onde ela é minha chefe e onde ela havia sido um pouco ríspida da última vez. – Eu fiquei presa numa reunião com um cliente, mas já estou de saída.

- Estava pedindo o jantar? – Ela perguntou olhando para o meu celular desbloqueado em cima da mesa.

- Estava sim, mas para jantar em casa. Não se preocupe, já estou indo. – falei caminhando até a porta, mas parei poucos passos depois.

- Minha comida acabou de chegar. É comida chinesa, você gosta? – ela perguntou e o meu olhar de confusão certamente me entregou. – Tem o suficiente para nós duas e eu preciso de ajuda para conferir uns relatórios. Se importa de me ajudar?

- Sem problemas. – Foi tudo o que consegui dizer, enquanto a seguia feito uma cadelinha para sua sala. A mulher mal fala comigo, foi simpática apenas uma vez quando estava bêbada e agora me chama para jantar? Ok, não foi bem um convite para jantar, foi mais um trabalho extra fora de hora, mas foi o mais perto de simpatia que ela me ofereceu enquanto sóbria desde que nos conhecemos.

Me sentei no sofá que fica no canto de sua sala e ela nos serviu a comida chinesa, acompanhada de um péssimo vinho que ela tomava como se fosse água e eu resolvi acompanhar, embora odiasse vinho, apenas para deixar o álcool quebrar qualquer clima tenso que viesse a surgir. Aparentemente só nos dávamos bem o suficiente com álcool envolvido.

Como presumi, o clima ficou mais leve com o passar do tempo. Nós jantamos e eu a ajudei revisar alguns relatórios que haviam sido entregues durante a semana, inclusive o meu que ela elogiou e me arrancou um sorriso sincero. Embora eu tivesse cismado sexualmente com ela desde o momento que a vi, eu a admirava em todos os sentidos. Ela é uma profissional incrível e reconhecida em todo o Brasil, era humanamente impossível não ser fã dela e eu sonhava com esse emprego desde quando entrei na faculdade e ouvi falar sobre A Sheilla Castro em uma palestra.

Come Bother Me - Sheibi Onde histórias criam vida. Descubra agora