Orfanato Wool

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— Então, os bobalhões acharam certo brincar de agentes? E então? Gostaram de alterar toda uma criação? Você deveria ter sido expulso da existência para sempre! — Falou um ser irritadiço levantado a direita, em um banco.

Era uma assembleia. O guardião em treinamento, o qual tinha causado o acidente da alma de Harry, estava sentado em uma cadeira flutuante no meio de um tribunal cheio de entidades lhe observando. Era um evento incomum, podia-se ver coisas que nunca antes passavam na cabeça de ninguém. Por exemplo, Vida e Morte sentadas lado a lado.

— Senhor, me apresento como culpado. Afinal, eu o estava lecionando no dia. Desapercebi-me. — O guardião um pouco mais velho se prontificou a se culpar, como na última reunião, mas um basta lhe foi dado. Afinal, em séculos, nunca houve um erro de sua parte. Seria tolice lhe culpar. — Seja o que for, nada de ruim aconteceu até agora. Veja, ele está crescendo...

— Eventos que eram lhe destinados estão acontecendo, senhor. — Uma entidade com vestes amareladas se levantou de uma espécie de banco de platina que ficava ao redor do centro. — Como decidimos na última assembleia, a idade de nove anos chegou. A alma, cujo nome agora é Harry Peverell está seguindo livre curso de sua vida.

— Mas, e se ele se recordar? — Um agente do destino disse assustado. — Todas as almas tem sua essência grafadas com o destino, ele pode não se sentir o "Harry" que sua alma foi designada.

— É apenas uma hipótese. E se ele não sentir nada? Afinal, muita coisa está permanecendo igual... Diferente, mas igual. — Disse uma mulher, cuja função não era muito clara no momento.

— Isso é simples! É porque o palerma ali mandou a alma com o destino já preparado!!! Por isso os acontecimentos vão se repetir, diferentes mas poxa... É O DESTINO DELE! — disse um senhor de idade agente.

— Sugiro uma intervenção! Matem logo o moleque! Morte pode lhe levar por causa acidental qualquer, sei lá, acidente de carro... Assim pouparemos a angústia que ele pode vir a sentir caso perceba algo. — Um guardião do tempo impaciente falou. — Se esse agente estiver certo, a alma vai seguir o destino mas... Não podemos nos dar o luxo da incerteza!

Morte, uma entidade sem rosto até então, de repente se levantou e transformou a negritude que havia no lugar da face em um rosto gordo de um homem idoso que estava em um vermelho escarlate de raiva.

— SEU IDIOTA, PENSA QUE APENAS POSSO MATA-LO? EU SOU MUITO MAIS DO QUE UMA SIMPLES AÇÃO. — Bradou indignada.

— Ordem! Ordem! — O senhor responsável pelo tribunal suspirou e olhou para a vida, que usava um longo traje branco que a transformava em um traje branco lhe dando um ar angelical. — O rapaz continua com quanta expectativa de vida?

— Não consigo saber, senhor. — disse com um semblante decepcionado — O destino dele ainda continua uma confusão, mas pelo que estamos vendo se cumprir, algumas coisas estão seguindo curso certo... Outras, nem tanto.

"Bom, se o tempo dele de vida seguir normalmente será morto aos 17 anos, mas não sabemos se nessa linha do tempo ele continuará vivendo... Afinal, na outra, ele tinha a pedra da ressureição e outros fatores lhe fizeram voltar a vida, tendo assim uma segunda chance. Esse era seu destino de vida antes dos acontecimentos."

Vida era muito delicada ao falar, tinha sempre uma voz calma e parecia estar sempre de bom humor.

— Certo... proponho seguirmos observando o rumo dos acontecimentos e deixar mais uma vez o curso que está levando. Quando o rapaz tiver seus 15 anos, ou qualquer anormalidade que remeta a nosso problema, voltaremos a nos reunir. Todos que concordarem, votem sim.

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