Os relógios da parede do diretor estavam enlouquecendo Peverell. Ele não sabia se era pelos tiques ou pelos ponteiros parecerem não sair do lugar. Há quanto tempo ele estava esperando o diretor que havia lhe chamado?
Bom, alguns segundos de pensar em desistir de estar ali ouviu um som incomum vindo da lareira do espaço amplo e ao olhar viu o fogo mudar de cor para um verde escuro, a sala ficara um pouco mais clara e dentre alguns segundos o diretor Armando Dippet apareceu, com suas vestes de bruxo todas muito grossas demais para o clima daquele dia.
Os olhos do diretor viraram para o menino e em um suspiro ele se sentou em sua cadeira.
— Peverell, bom dia.
— Bom dia senhor.
— Sabe por que está aqui, certo? — Se sentou lentamente em sua poltrona confortável atrás da mesa grande de carvalho.
— Sim, mas posso garantir que não irá se repetir... Senhor, eu posso ir?
— Oras, não é apenas uma promessa que irá te redimir. Sabe em que estado ficou Charlus Potter depois do seu pequeno ataque de fúria?
— Eu sei... — Disso Harry sabia.
Aconteceu tão rápido quanto acabou. Em um momento Harry estava com os olhos fixos em Charlus que zombava abertamente de seu amigo, desejou que aquela cara risonha e debochada do Potter se transformasse em uma bela de laranja podre. Segundos depois Potter começou a se sentir tonto e teve que ser segurado por colegas.
Foi ficando amarelo, até que alguém chamou um professor para vir ajudar.
Charlus estava ficando cada vez mais enjoado, e quando deu por si estava vomitando suco podre de laranja.
Aquilo era novidade para Peverell. Nunca pensou que seus pensamentos podiam interferir em sua magia. Ou não tanto.
— Isso aqui é uma escola Harry, sabe por que a primeira coisa que ensinamos aos alunos do primeiro ano é foco e concentração em um simples feitiço de levitação? A maioria já chega aqui sabendo fazer isso com magia acidental.
— Não sei senhor.
— Para aprenderem a controlar seus pensamentos. Eu espero que em um futuro próximo o senhor consiga controlar os seus. — O diretor pegou papel de pergaminho e uma pena, após abrir seu tinteiro ele começou a escrever algo. — Estou enviando uma carta para seus responsáveis. Espero que se retrate com o Potter. Ele está na enfermaria tentando parar de vomitar suco podre que nem bebeu.
— Oh não senhor, por favor, não mande uma carta para a Madame Cole. Por favor, eu imploro.
Dippet estranhou e levantou um pouco a pena antes de continuar a escrever.
— Só porque o senhor é órfão não quer dizer que não tenha responsáveis senhor Peverell. A diretora do seu orfanato irá te dirigir uma carta para medidas disciplinares. O que ela disser vamos acatar. Há castigos para algo assim. Creio que está mais que ciente.
— Oh não.
Peverell tremeu em sua cadeira, foi involuntário pensar no último castigo que recebera da senhora Cole. Estava ficando um pouco demais respirar naquele ambiente. Assim que o diretor terminou de escrever ele o olhou suplicante, como uma última tentativa.
— Senhor, por favor. Não envie essa carta. Eu posso cumprir castigos aqui mesmo... Faço o que quiser, limpo o salão de poções ou até mesmo o corujal.
— Que bom que o senhor está disposto Peverell, mas isso não é negociável. Eu não posso te castigar por ter uma fúria. Isso é atribuição de seus responsáveis, se ela decidir não interferir ou te deixar de castigo por um mês é decisão dela.
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Caminhos do destino
FanfictionGuardiões do tempo têm apenas um propósito, enviar almas para suas vidas com seu destino já traçado. Linhas do tempo certas requerem ajustes que só eles podem fazer. A alma de Harry James Potter estava na mão de um "novato", uma nova entidade em tre...