Meio gigante

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O verão passou devagar. Tom via que as crianças do orfanato, principalmente as mais novas, eram mais ansiosas para serem adotadas. Havia algo em jogo ali. As notícias de uma guerra não eram animadoras, estavam em um clima tenso.

Harry teve uma quase adoção. No dia 20 de Julho veio um casal ao orfanato, pareciam pessoas boas. A princípio conversaram bastante com algumas crianças de 7 ou 8 anos. Não queriam saber dos bebês ou mais novos.

O garoto estaria completando seus 12 anos em breve, uma idade que torna qualquer tipo de adoção mais difícil. Mas ele teve uma oportunidade. O casal o adorou, disseram que estavam dispostos a prosseguir com o contato e rapidamente começaram a visitar o menino mais vezes.

Mesmo que fossem um casal trouxa o pequeno Peverell teve esperanças de ganhar uma família. Estava indo tudo bem, até a semana que teria que passar na casa do casal. Era uma espécie de adaptação, quase uma mera formalidade. E isso fez o sorriso de Harry ficar radiante.

Riddle estava mais distante que o normal, mas mesmo assim o pequeno estava feliz.

Mas depois de três dias a Sra. Cole teve que receber Harry novamente em seu escritório, desta vez acompanhado de seus futuros pais adotivos. Eles agradeceram tudo que passaram, mas queriam ver outra criança. Uma que... não os assustasse falando com uma cobra de estimação que tinham.

Harry entrou novamente no quarto 27 em prantos. Tom não sabia se o abraçava ou deixava o menor largado na cama do jeito que chegou.

— O que houve?

— ... mm hhh... aaa....mmm — O travesseiro que o Peverell pegou o impediu de se fazer entender.

— Ora, pare de chorar e me conte o que aconteceu. Por que você está aqui de volta?

Após Harry se acalmar um pouco, e seus soluços diminuírem, contou à Riddle como conseguiu se comunicar com uma cobra milho que o casal criava. Ela ficou muito feliz por conseguir conversar com alguém. Mas quando o pegaram falando com ela mais de uma vez, os dois nem quiseram que ele explicasse. Disseram que Harry estava possuído por um espírito maligno que o fazia alucinar.

— Por isso trouxas são estúpidos. — Tom disse com raiva. — No mundo bruxo deve ser normal. Já falei antes com uma também.

— V-Você também consegue? — Harry perguntou se virando para olhar para o rosto do seu amigo que estava próximo ao seu. Tom estava sentado no chão para que sua cabeça pudesse ficar da altura de Harry.

— Sim. Quando voltarmos à Hogwarts vou pesquisar mais sobre isso, mas vamos dizer que não consigo distinguir se essa comunicação é diferente. Foi apenas uma vez que me deparei com uma cobra de verdade que queria se comunicar.

— Não tem como conjurar uma? Você pode Tommy!

— Claro, mas em Hogwarts, já tenho uma advertência por usar magia fora da escola. Está lembrado?

— Oh.

— "oh" mesmo. Não é bom eu passar por algo similar. O meu prestígio vai cair entre os professores. Vou ser lembrado como um delinquente.

— Não! — O garoto se sentou dando uma risada, entrelaçando os próprios dedos. — Você é o melhor Tommy, os professores te adoram.

Tom deixou escapar um meio sorriso e se sentou na cama também para poder bagunçar os cabelos de Harry em uma tentativa de afeto. Isso sim foi uma grande surpresa.

— Obrigado, Harry.

As bochechas do menor foram inundadas por um calor extremo. Riddle acariciou seus cabelos. Aquilo era tão surreal que o pequeno Peverell não conseguia raciocinar.

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