Mais um dia em Hogwarts

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— Hogsmeade é tão relaxante! Olha quantos doces compramos na Dedosdemel!

Rosier vinha com sapos de chocolate quase caindo da sacola pendurada em sua mão direita enquanto a esquerda o deleitava com uma trufa azeda. Abraxas e Avery o acompanhavam enquanto voltavam para o quarto.

— Você exagerou, sabe quanto custa esses sapos? Meu pai me mataria se soubesse que comprei essa quantidade...

— Mas a minha mãe deixou. Ela me deu um pouco a mais essa ano pois sabia que iriamos começar a frequentar Hogsmeade.

Abraxas olhou seu saco de doces e lembrou de seu amigo que ficara para trás.

— Acham que Tom está triste?

Os três ficaram pensativos. Não seria justo entrarem tão alegres enquanto Riddle não tinha tido permissão de visitar a cidade.

— Acho que ele deve estar se sentindo excluído, ou algo assim, ele não fala mas qualquer um ficaria mal. — falou Rosier depois de engolir o restante da trufa. — De qualquer jeito temos o suficiente para dar a ele um pouco.

...

— Não quero seus doces. Guardem para si.

— Tom, não seja orgulhoso, sabemos que gosta dos sapos de chocolate.

— Não quero Rosier, obrigado mas eu não os quero.

O moreno de cabelos ondulados inflou uma bochecha e olhou para Avery que apenas deu de ombros enquanto mascava um chiclete.

— Tentamos. — Abraxas falou rindo de lado.

O clima da casa da sonserina estava agitado, com a visita de Hogsmeade no domingo todos ficavam alegres e cheios de açúcar.

Para Tom não importava, ele já sabia que não teria permissão de ir, era um órfão sem o mínimo de apoio de um responsável.

— Vamos ver se Harry quer alguns doces, você quer ir conosco? — Riddle sentiu abraxas tocar seu ombro. Estava tentando ler um livro de Defesa contra as Artes das Trevas desse semestre. — Ele deve estar lá fora, ainda falta duas horas para o jantar.

— Está bem. — Suspirou e fechou o livro, mas não iria desistir de sua leitura. Levou-o consigo.

Os quatro atravessaram as escadarias e foram procurar o jovem Peverell. Esse estava com Augusta do lado de fora do castelo. Em uma espécie de piquenique para fazer as lições.

Riddle gostava de ver que o pequeno agora tinha responsabilidade suficiente para fazer suas lições sem precisar de alguém lhe pressionando.

— Oh, olha quem está aqui! — Augusta percebeu a movimentação — Os quatro cavalheiros...

— Muito engraçadinha... — Avery falou se aproximando e sentando ao lado de Harry que abriu um sorriso enorme. — Oi Harry! Fazendo dever?

— Oi pessoal! — Tom acenou e se sentou escorado na árvore que fazia uma sombra boa no final de tarde.

— Todos os sonserinos invadem o espaço alheio assim ou são apenas vocês? — Augusta falou olhando para Avery.

— É uma peculiaridade do nosso grupo.

— Percebi... Oh, não se preocupem, vocês podem sim se juntar a nós. — A menina falou irônica.

— Harry não se importa, não é pequeno?

— Hun? Não! Vocês podem se sentar onde quiserem!! — O menor falou sorrindo e olhou para a sacola que Abraxas portava. — O que é isso?

Rosier tomou a sacola do Malfoy e logo tirou os doces.

— Wow! É o paraíso... — O pequeno deu uma risada fofa que derreteu o coração dos demais. — Posso comer?

— Fique a vontade. — Abraxas disse já pegando um pacote com feijaozinhos de todos os sabores.

Tom apenas voltou a ler aproveitando a brisa que ali tinha. Ele precisava aprender um pouco mais de feitiços de defesa, o clube de duelos iria abrir vagas novamente esse ano, e ele pretendia ganhar o primeiro lugar dessa vez.

— Tommy, come! — O maior desviou o olhar de seu livro para ver o que o esverdeado lhe oferecia e viu uma espécie de pirulito.

— Não quero.

— Prova! É uma delícia. — Harry tinha olhos tão vibrantes e intensos que seria uma maldade recusar qualquer coisa para aquele par de olhos.

Resmungando abaixou o livro e levantou a mão para pegar mas o menor foi mais rápido e pressionou o doce contra sua boca. Fez uma careta e assim que pensou em brigar com o Peverell viu o menor abrir a boca, pedindo que imitasse.

Aquilo era vergonhoso, Avery e Abraxas pareciam muito interessados em sua interação com o outro.

Sentiu suas bochechas queimarem, abriu a boca e Harry sorriu ladino então lhe alimentando.

Não era um pirulito, era um doce com gosto de pudim no palito.

Era delicioso.

— Não é gostoso?

Riddle acenou com a cabeça e tirou o palito terminando de comer.

— Só Harry mesmo para fazer Tom aceitar nossos doces que tanto rejeitou. — Rosier falou rindo.

O grupo ficou mais um tempo ali, logo o sol já começara a se pôr.

— Vocês souberam que a professora Wanda vai sair da escola? — Augusta puxou assunto.

— Hm? Não estava sabendo. Por quê? Ela fez algo? — Abraxas perguntou.

— Não, ela apenas engravidou. Não quer lecionar mais.

— Então perdemos nossa professora de Poções e nossa representante da sonserina. — Rosier falou cabisbaixo. — Eu gostava dela.

— Falaram algo sobre um tal de ficar com a vaga. Ele já deu essa matéria aqui em Hogwarts.

— Augusta, você deveria trabalhar no profeta diário. — Brincou Avery.

— Não me dê ideias, talvez eu vá mesmo. — A menina riu.

Harry estava cansado então deitou sua cabeça para observar a paisagem, Augusta riu assim que viu. Riddle estava novamente com as bochechas coradas naquela tarde. Parecia que Harry não estava ligando para sua reputação naquela tarde.

Mas o colo de Tom era o mais confortável, e Harry estava impressionado demais com o pôr do sol no castelo para raciocinar qualquer coisa.

Riddle ficou observando aquela paisagem, nunca tinha reparado o quanto o castelo ficava bonito nesse horário. A conversa baixa que Rosier tinha com Avery e Augusta faziam um plano de fundo relaxante, ele não sabia explicar. O calor e peso da cabeça de Harry apoiada em sua coxa lhe davam paz.

Era algo estranho, e ao mesmo tempo natural.

Harry olhou de canto para cima quando sentiu algo acariciar seus fios. Era a mão do mais velho tentando fazer uma caricia mínima. Quase não se movia, usa mais o polegar fazer círculos. O cabelo rebelde de Harry iria detestar quando acabasse, mas o pequeno sorriu.

Podiam ter mais tardes como aquela.

Peverell iria amar. 

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