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MINHO
point of view

Felix e eu passeamos pelo shopping, havia descoberto que seu hobby favorito era - além de cozinhar - fazer compras, então resolvi trazê-lo até aqui para distraí-lo dos últimos acontecimentos.

— Acha que eu vou ficar bonito nessa? — colocou uma calça de couro em frente ao seu corpo, se olhou no espelho e fez menção em devolver a peça.

— Acho, assim como também acho que irá ficar bonito em qualquer uma dessas peças.

— Eu não sei, Lino. Acho que não combinam com o meu corpo, talvez se eu fosse...

— Nem pense em terminar essa frase. — o repreendi. — Seu corpo é perfeito do jeito que ele é, e qualquer peça cai bem em você quando se já nasce bonito.

Lix sorriu, pegou a peça e andou até o provador. Passei mais algumas peças por cima da cabine e o observei sair.

— Elas ficaram bonitas em mim.

— Viu? Eu sempre tenho razão. — Lancei uma piscadela marota para o mais novo e ele riu. — Vamos, pequeno. O que acha de um sorvete de menta com chocolate?

— Hyunjin odeia esse sorvete, ele me xingaria se eu oferecesse um desse pra ele.

— Vocês parecem ser muito próximos.

— Hyunjin é como o irmão que eu nunca tive. Quando eu sai do orfanato, ele foi o primeiro a me estender a mão. Disse que me mandaria para um lugar seguro e que eu poderia tratar seus irmãos e ele como família, que ele entrou nesse mundo não por opção, mas sim porque foi obrigado, e o fato de eu ser amigo dele não queria dizer que eu deveria fazer o mesmo.

— E por que escolheu ficar?

— Porque ele escolheu ficar comigo. — abriu um mínimo sorriso. — E Hyunjin ainda sofria muito, ele fez tudo isso para proteger os irmãos dele e quem ele ama.  Mas, acabou esquecendo se proteger também, então é um pouco difícil.

— Eu não fazia a mínima ideia.

Paramos em uma sorveteira que havia ali, montamos nosso sorvete e andamos até uma mesa vaga que ficava no centro do ambiente.

— E os meninos?

— Seungmin e Changbin se conhecem desde a infância. O Seung foi expulso de casa, e o Binnie cortou laços com a família por conta da madrasta.

— Ela maltratava ele?

— Acho que é um assunto um pouco pessoal dele, desculpe.

— Claro, entendo, não há porque se desculpar.

[...]

— Lee Felix! — Uma mulher gritou, o vi congelar no mesmo lugar e segurar a minha mão com uma força impressionante. Suas unhas cravaram na minha palma e eu senti uma leve dor. Nós viramos e ele fraquejou, suas pernas bambearam.

— Kim Sohyun. — Arregalei os olhos. Que merda, por que essa vaca tem que estar em todo lugar?

— Quanto tempo desde que não te vejo, você é um homem agora. Quem é? Seu namorado? — sorriu maldosamente, tirou os óculos de sol e me encarou de cima a baixo.

— Irmão. — apertei a sua mão. — Irmão mais velho, e você, quem é?

— Irmão? Como assim? Alguma família sentiu pena e resolveu adotá-lo?

— Por que eu sentiria pena do Felix? Ele é um homem incrível, diferente de você, e eu não vou admitir que você dê esses sorrisos maldosos e diga essas coisas estúpidas ao meu irmão.

— Me perdoe, querido. — riu, me fazendo revirar os olhos. — Prometo não ser tão má da próxima vez.

— Não terá outra vez. — esclareci. — Não se aproxime do meu irmão novamente.

— Ou o quê?

— Me irrite e você verá por conta própria. Vamos, Lix?

— Não vai se despedir de mim, meu filho?

— Vai se foder, e eu não sou seu filho.

[...]

— Onde você estava? — Chan andou comigo, nos sentamos em frente a praça que havia ali.

— Com Felix.

— Fazendo?

— Compras.

— Porra, compras, Minho? Com o nosso suspeito?

— O que tem de errado?

— Tudo. Está sendo hipócrita e agindo como Jisung.

— Não estou. Jisung é uma situação diferente, eu apenas ajudei Felix em um ataque de pânico e o levei no shopping para se distrair.

— Ataque de pânico?

— Você sabia que ele também é órfão? — balancei os pés, chutando as pedrinhas que haviam ali.

— Não. Ele é?

— Sim, ele disse que passou pelo período de adaptação umas vezes, e que foi devolvido em todos. Ele reencontrou uma mulher desse período, o que ocasionou o ataque. Ela maltratava ele.

— Poxa, eu não sabia disso. — abaixou a cabeça. — Felix não parece ser uma pessoa ruim.

— Eu concordo.

— Mas, você sabe que não podemos nos apegar a eles, certo?

— Sei sim, Chris. Você não precisa me lembrar disso.

red moon - hyunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora