red moon - hyunho

trinta e três

HYUNJIN
point of view.

— Me desculpe, eu ainda... — sai do quarto antes que Minho pudesse continuar sua fala.

Estar considerando me entregar é a ideia mais louca que já cogitei. Mas, parecia a mais certa. Algo se revirava dentro de mim, quando que eu pensei no que era certo?

Sai do quarto e andei até a parte de trás do galpão, onde os outros três estavam. Igualmente tristes e decepcionados.

— O que vai fazer? — Seungmin questionou, a tristeza era evidente em sua voz e aquilo me doeu mais ainda. Vê-lo sofrendo novamente era doloroso, ainda mais sabendo do quanto ele havia se apegado em Jeongin.

— Eu não sei... Estou cansado, não queria ter que pensar em uma solução para isso.

— Você prometeu que os mataria se descobrisse algo. — Lee me encarou de soslaio. — Não vai fazer isso, vai?

— Não. Vocês...

— Não vou me entregar, Hyunjin. — Changbin me interrompeu. — Minho pode ter feito a sua cabeça, mas não a minha. Não vou perder o resto da minha vida trancado na porra de uma cela.

— Vocês sabem que não há como fugir, vamos ser pegos uma hora ou outra. — Lix retrucou.

— Vocês vão se entregar de bandeja assim? — Seo vociferou, frustrado.

— Ei, Bin, calma...

— Calma o caralho, Kim. Eles enganaram a gente por meses, se aproveitaram dos nossos momentos de fraqueza para arrancar coisas de nós e vocês simplesmente cogitam fazer o que eles querem? E as nossas famílias?

— Minho prometeu que iria cuidar deles.

— E você vai acreditar? Tão fácil assim?

— Changbin, eu não acho que ele mentiria nisso. Não há motivo.

— Você é muito ingênuo, pequeno Seungmin.

— Eu vou me entregar. — disse. — Preciso recuperar a confiança dos meus irmãos e sei que só faria isso se fizesse o certo.

— As provas. — Lee comentou. — Ele disse algo com relação a isso, que diminuiria a nossa pena se usássemos isso. Acha que deve ser útil mesmo?

— Precisamos esperar para ver.

[...]

JEONGIN
point of view

Fechei o porta-malas do carro e entrei logo em seguida, Minho deitou a cabeça em meu ombro e me permiti sentir o que estava sentindo. Dor.

Não sei se fico grato por não ter sido morto ou se volto lá para implorar para me matarem. Sinceramente, já estive em situações melhores.

— A gente falhou. Em tudo. — Jisung suspirou pesadamente.

— O que importa é tentar.

[...]

Abri a porta de casa e quase sorri ao sentir o cheiro da comida da minha mãe, coloquei minha mala próximo à porta do meu quarto e andei até a cozinha.

Paralisei quando vi quem estava sentada tomando um chá com a mais velha.

— M-mãe? — gaguejei, surpreso demais e talvez até um pouco mais feliz.

— Jeongin? Como você pode sumir por tantos meses e aparecer assim do nada? Sem nenhuma notícia? — Minha mãe (tia) correu até mim, abraçou a minha cintura e sorriu.

— Desculpe por não dar notícias. Mas... O que a senhora está fazendo aqui?

— Estava aqui perto e passei para ver a sua tia, não sabia que iria voltar de viagem hoje.

— Ah, eu posso voltar mais tarde se sentir incomodada com a minha presença. — apontei para a saída da casa e ela negou.

— Estou feliz de ver o quão bonito meu filho está. — sorriu e dessa vez não pude conter o sorriso que escapou.

Filho. Ela me chamou de filho?!

— Obrigado, acho que puxei um pouco de vocês duas.

— Ainda é... muito tarde para tentar me perdoar?

— Por que eu devo perdoar a senhora? Nunca fez nada errado.

— Você nunca teve uma mãe presente, querido...

— Tive, sim. — apontei para a minha tia. — A senhora me deu a chance de ser criado por alguém que me ama muito. Por favor, não ache que deve se desculpar comigo, eu entendo completamente o lado da senhora e nunca te culpei por isso. Senti falta sim da sua presença ao meu lado, mas sei que eu poderia acabar te machucando sem querer e resolvi esperar pelo seu tempo.

— Você criou esse garoto muito bem. — minha mãe se referiu a minha tia e eu sorri, puxando as duas para um abraço. — Bem, você se contenta com a ideia de ter duas mães e que tal um padrasto?

— A senhora está com alguém?! — gritei, animado. — Desculpe, isso é maravilhoso!

— Seu padrasto é um homem bom, querido. Garanto isso. Eu... Estava pensando em me mudar para perto daqui, para ficarmos próximos de vocês dois, acha uma boa ideia? Sabe, a terapia tem me ajudado bastante e acho que agora eu consigo assumir o meu papel...

— É uma ótima ideia, estarei ótimo se eu ver as duas mulheres mais importantes da minha felizes.

Seungmin estava certo quando disse que eu conseguiria vê-la um dia. Queria que ele estivesse aqui para compartilhar a minha felicidade com ele.