vinte e um

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MINHO
point of view.

Me livrei das coisas que estava antes e voltei para o galpão, arrastei Christopher para longe do lugar. De preferência, algum calmo que pudessemos conversar à sós.

— Cara, por onde você esteve? Sumiu por quatro dias, sem dar notícia alguma.

— Eu estava na minha casa, precisava de um tempo para mim.

— Você é louco, Minho? — vociferou. — E se alguém te seguiu?

— Ninguém fez isso, eu fui cuidadoso.

— Por que me arrastou do galpão assim, sem mais nem menos?

— Porque preciso conversar com você sobre um assunto muito urgente.

— Então, diga. Estarei ouvindo você.

— Eu fui no orfanato em que Felix cresceu.

— Você olhou a ficha dele? Por Deus, Minho! O que está acontecendo com você?

— Chan, você não está entendendo. Na ficha dele, ele tinha um irmão.

— Isso não é possível, Lino. Já olhamos várias vezes, ele é filho único.

— Não, o irmão dele se chamava Lee Minho e faleceu em 2002. Eu sou Lee Minho, Chan. Eu!

Chan arregalou os olhos, segurei as lágrimas que queriam cair de novo.

— Você tem noção das merdas que meu irmão passou sozinho, Chan? Tem noção do quão estúpido eu fui por não achar nenhum pouco estranho essa história do meu irmão ter morrido e tentado procurá-lo?

— Ei, ei, Lino. Se acalme. Vocês dois passaram por muita merda, não diminua a sua dor como se ela não fosse importante. Vocês sofreram muito, não tinha como saber.

— Por que mentiram para nós?

— Como assim?

— Eu passei a minha adolescência inteira ouvindo que meu irmão estava morto e ele também.

— Seus pais estavam envolvidos em um caso muito grande, assim como estamos agora, provavelmente vocês estando juntos, teriam mais chance de descobrir o que seus pais não conseguiram.

— Eu não posso continuar com essa missão, Bang Chan. Não posso simplesmente entregar meu irmão a polícia e destruir a vida dele, eu já vou perdê-lo assim que ele souber o que estamos fazendo. Ele vai me odiar pelo resto da vida.

Chan me puxou para um abraço, acariciou as minhas costas enquanto tentava me acalmar e eu a controlar meu choro.

— Veremos o que iremos fazer, certo? Temos que contar isso aos meninos também.

CHANGBIN
point of view

— Onde estamos indo?

— Os aniversários do Felix e do Seungmin é em alguns dias. — Comentei, empurrando Han para dentro do carro. — Vamos comprar algo para comemorar.

— Vão comemorar o meu também, é?

— Não brinca, o seu também é esse mês?

— Dia 14.

— Você é mais velho que o Lix por um dia.

— Por que vocês não se sentem ameaçados em sair na rua? Digo, são procurados pela polícia.

— Eu não ligo, não é como se tivessem policiais nos vigiando 24 horas por dia. — Ri.

— Ah, verdade... — Riu também, estranhei seu comportamento nervoso mas acabei deixando passar. — Onde vamos?

— Vamos comprar coisas para fazer um bolo.

— Não é mais fácil simplesmente comprar um pronto? — Han retrucou, mexeu no rádio e parou quando tocou alguma música do cigarrettes after sex.

— Até que é, mas é como uma tradição nossa. Sempre fazemos o bolo juntos.

— Por que vocês simplesmente não fazem coisas ruins de mafiosos? Já estou aqui há quatro meses e vocês só mataram uma pessoa.

— Achei que você tivesse medo de matar pessoas.

— Eu tenho. — deu de ombros. — É que antes de conhecer vocês, achei que a máfia agia como nos filmes. Negociavam, invadiam, roubavam, matavam...

— Fazemos isso. Mas estamos dando um tempo, a polícia está atrás de nós. Quer saber de uma coisa? Não cometemos metade dos crimes que somos acusados. Estamos onde estamos por falta de opção, porque precisávamos sobreviver de alguma forma e o único que nos acolheu foi o Hyunjin, assim como alguém em uma posição mais alta o acolheu.

— E quem acolheu Hyunjin?

— Suho comandava a máfia antes de nós. Não somos pessoas ruins, Han. Eliminamos pessoas ruins. É diferente, tentamos ao máximo nunca ferir um inocente.

— E o que torna vocês em pessoas boas? Sabe que praticamente é igual a eles, não é?

— Você acha que somos iguais a Sunghoon?

— Não.

— Nos livramos de pessoas como ele, que abusam e matam pessoas inocentes por puro prazer e diversão. É óbvio que precisamos roubar para sobreviver, por isso dizemos que isso não nos torna pessoas dignas, não somos justiceiros e não estamos em um filme. Da mesma forma que pessoas lutam para matar, pessoas matam para sobreviver. Isso não nos torna menos criminosos, só mais um pouco humanos.

— E por que fazem isso? Não era simplesmente mais fácil tentar crescer com uma ficha limpa?

— Han, vivemos em uma realidade muito distante, pelo que está parecendo. A vida não é um mar de rosas, garotos como nós nunca conseguiríamos estar no topo. Hyunjin passou a adolescência inteira sem estudar, ele tem antecedentes criminais desde os 11 anos porque roubava para sobreviver. Seus irmãos passaram a não ter mais um lar a partir dessa idade, ele precisava de uma maneira para que eles pudessem sobreviver. Você acha que contratariam um moleque aparentemente bandido e lhe dariam oportunidades?

— E você e os outros meninos? Não poderiam simplesmente tentar?

— Tentamos 'pra caralho. Seungmin precisava de dinheiro para pagar o tratamento de câncer da mãe, o dinheiro que o pai dele recebia nunca seria suficiente, e ele nunca conseguia um emprego por não ter formação. Acredite, ser órfão reduz drasticamente suas chances e eu...

— É, e você?

— Eu precisava de uma maneira para escapar de casa. Era isso ou acabar tirando a minha própria vida. — ri sem humor, estacionei o carro em frente ao supermercado e sai. — Não vem? Ainda temos muito à fazer.

innocent da taylor swift na minha cabeça me lembra MUITO os minlix, como se a música em si fosse um diálogo dos dois

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innocent da taylor swift na minha cabeça me lembra MUITO os minlix, como se a música em si fosse um diálogo dos dois

red moon - hyunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora