quarenta e um

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MINHO
point of view

🎵 Jão - Ressaca ou Waiting for us

Coloquei a ração para Soonie e Dongie, enquanto pegava Dori no colo para aplicar o remédio.

Apliquei a injeção em seu braço e senti uma dor no peito quando vi a carinha que ele fez.

— Quer comer agora, garoto? — brinquei com ele e sorri, era bom vê-lo melhor do que antes.

Andei até a cozinha e abri o armário de cima, tirei de lá os remédios que eu estou tomando. São tantos que até as vezes eu me confundo.

De início, não quis ir atender a porta quando o som da campainha se fez presente. Estava sem forças para isso, só ficar deitado o dia inteiro eram os meus melhores planos.

— Hyunjin?

— Minho?

Ainda parado no lugar, eu soltei um suspiro. Estava feliz de vê-lo ali, mas provavelmente ele queria agradecer por cuidar dos irmãos dele e pelo emprego. Já havia aceitado o fato de ele não me querer de volta.

— Eu preciso falar com você.

— Ah, sim. Pode entrar.

Hyunjin passou para o lado de dentro e observou o meu apartamento. Parecia querer notar e não deixar nenhum detalhe passar.

— Eu sai faz uma semana.

— Ah, eu não sabia. Bem vindo de volta, então.

— Obrigado.

— Como conseguiu meu endereço?

— Hansol me passou. Eu quero... agradecer por tudo, por ter cuidado dos meus irmãos, da gente...

— Ah, eu sabia que você viria para me agradecer. Eu te prometi, não é? — Tentei sorrir, mas tudo que queria fazer era chorar.

Faz mais de um ano que não o vejo, e tê-lo ali em minha frente sem poder beijá-lo ou tocá-lo era como uma tortura sem fim.

— Eu não vim só por isso, idiota. — Hyunjin andou até mim, passou os braços pela minha cintura e deitou a cabeça em meu peito. Me senti como no primeiro dia que nos beijamos, ele fez a mesma coisa. — Eu senti a sua falta. Todos os dias, todas as horas. E eu nunca soube que eu poderia amar tanto alguém assim.

— Hyunjin... Eu sempre estive aqui, nunca fui embora. — ainda parado no mesmo lugar, tentava raciocinar e absorver as palavras ditas pelo mais novo. Não parecia fazer sentido.

— Mas pareceu que foi! Você não entende, Minho. Era novo para mim, os sentimentos que eu tinha, você, os meninos. Era tudo tão novo e eu precisava do meu tempo para lidar com tudo isso. Porque eu estava lá, esperando por nós, mas você não foi.

— Eu estava com medo.

— De quê, Minho? O que te deixou tão assustado?

— Tiveram dias que eu achei que você não iria voltar, isso me assustou. Eu passei seis meses ao seu lado, talvez em uma identidade diferente, mas meus sentimentos nunca foram falsos ou algo do tipo. Eu nunca menti sobre isso.

— Eu sei, eu demorei um tempo para perceber isso, mas percebi. Era uma linha de risco para mim, entende? Eu nunca estive ali antes, eu nunca me permiti amar alguém e aí você apareceu. Mudou tudo que um dia eu fui acostumado e transformou tudo em novo.

Eu comecei a gostar do caos que Hyunjin era e passei a não querer manter a minha paz, eu só preciso dele ali.

Com Hwang ainda colado em mim, consegui ouvir seu coração bater e ele estava tão acelerado. Saber que era eu quem o deixava ali me deixou esperançoso. De um nós poder existir.

— Você me aceita de volta? — questionou, levantou a cabeça e eu encarei seus olhos. Castanhos. Marrom é a minha cor favorita a partir de agora. — Você aceita construir uma vida nova comigo? Me aceita mesmo sabendo de todas as merdas que eu fiz no meu passado?

— Eu te aceito, sabendo que você está disposto a mudar e se tornar alguém melhor. Eu te aceito, Hyunjin. Eu...

— Eu amo você, Minho. Você não precisa mais ter medo de eu não voltar, eu sempre vou querer voltar pra você, não importa quanto tempo passe. Mas você precisa me prometer uma coisa.

— Tudo o que você quiser.

— Nunca mais minta para mim.

— Nunca. — Hyunjin estendeu o mindinho para mim e eu ri, selando nossa promessa.

Segurei em sua nuca e o puxei mais para perto, colamos nossos lábios e eu senti meu corpo explodir em sensações que só Hyun poderia me fazer experimentar. Hwang mordeu meu lábio inferior, pedindo passagem para explorar a minha boca e eu logo cedi. Seus braços puxaram meu corpo mais para si - como se isso fosse possível - e minha mão se afundou em seu cabelo. Eu desejei mentalmente para isso não ser mais um sonho, mas declarei que não era quando ele sorriu para mim.

— Então, não vai me apresentar meus novos filhos?

red moon - hyunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora