33. Corações Abertos

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  Thalia terminava de vestir seu vestido que havia escolhido para a noite especial. Um vestido vermelho carmim que combinava com seus cabelos, e que chegava até seus joelhos.

  O vestido em questão enchia de beleza os olhos de Lia. Ele não possuía nenhuma alça em seus ombros, era um simples tomara-que-caia, e em sua cintura havia uma fita de cetim delicada de cor preta, a parte de baixo do vestido se destacava de tão bonita, pois a saia era leve e rodada com detalhes de costura em relevo, e possuía um volume discreto, mas que fazia muita diferença.
  Para contracenar com o vestido, que já era lindo sem nenhum acessório, Lia decidiu colocar seu colar de fita preta envolta de seu pescoço, e junto a ele, o colar de quartzo que seu amado a havia lhe presenteado. Nos pulsos, usava seus braceletes com pequenos espinhos, não muito chamativos, mas se destacavam por contrariar o vestido, nas orelhas usava seus habituais piercings. E por fim nas pernas usava uma meia-calça escura, e em seus pés, um par de sapatilhas pretas quase sem salto.

  Thalia se olhava no espelho com um sorriso no rosto, nunca se sentira tão bonita usando algo quanto estava se sentindo naquele momento. Lia não se sentia insegura como costumava, ela sabia que nunca fora portadora de um corpo invejável,  sempre tivera um corpo de aparência frágil e que para muitos parecia ser doente, talvez a pele pálida ajudasse nesse aspecto, mas agora não, agora ela estava confiante.

Leves batidas foram ouvidas na porta.

-Pode entrar- Ela respondeu e viu Circe abrir a porta com cautela.

-Esta linda, sabia?- A mulher elogiou e Lia deixou escapar um sorriso tímido.

-Valeu...

  Thalia voltou a encarar sua imagem no reflexo e notou a ausência de uma coisa...
  Olhou Circe, que usava seu habitual batom vermelho sangue.
  Foi que ela notou que não estava usando maquiagem alguma, e como poderia? Ela não tinha nenhum tipo desses cosméticos em seu quarto, ninguém tinha a ensinado a se maquiar ou passar no mínimo uma sombra sobre os olhos. Thalia no fundo desejava que sua mãe tivesse acompanhado sua adolescência, assim como via acontecer com outras garotas em seu redor, mas tudo que se lembrava era de Janet se maquiando em frente a uma penteadeira ou pintando as unhas de amarelo, isso quando a saúde ainda lhe permitia. Então seu conhecimento sobre isso não era muito vasto, e nem se interessava, não até esse certo momento.

Ainda tímida pelo pedido, Lia arriscou:

-Circe, se importa se eu usar sua maquiagem?- Ela disse, e a madrasta sorriu, já pegando sua bolsa com maquiagem.

-Pode usar o que quiser, meu bem

-ah, e mais uma coisa...Pode passar em mim?-Lia arriscou mais uma vez e Circe assentiu, sentindo seu coração gelado se aquecer um pouco.

  No mesmo andar, depois de algumas paredes estavam Sal e Larry, já prontos, conversando como de costume. Sally estava terminando de arrumar seus cabelos azuis, que optou por solta-los essa noite deixando-os caírem pelos ombros, ele usava uma camisa social preta com uma gravata acinzentada. Em seus dedos usava alguns anéis de prata, e como de costume suas unhas pintadas de preto.

  Larry não estava tão empolgado assim para o baile, queria mais era comer os salgadinhos e ver a banda tocar, mas Lisa fez questão que o garoto se vestisse formal e adequadamente para a ocasião. Larry usava uma camisa social branca debaixo de um colete preto, sua cabeleira castanha estava presa em um rabo-de-cavalo baixo, a única coisa que tirava o ar de seriedade do jovem era a corrente de prata que ficava pendurada em sua calça.

-Acha que vai dar certo?- Sally perguntou ansioso, tocando em um dos bolsos onde guardava um presente.

-O que?...Ah, relaxa- Larry disse acariciando Gizmo- Minha mãe nem vai notar que eu roubei os pisca-piscas de natal dela

Fragmentos Da Verdade (Sally Face)Onde histórias criam vida. Descubra agora