Sal Fisher,1993
Despertei em um pulo de susto.
Olhei em volta para alguma possível ameaça, para apenas notar que eu estava em meu quarto como sempre. Estava escuro, a luz pálida noturna entrava pela janela e batia em minha parede, projetando a sombra de diversos galhos que pareciam mais braços esqueléticos balançando com o soprar do vento.
Levantei da cama quase sem esforço algum, sentindo meu corpo mais leve que o normal. Olhei para o relógio em minha cômoda, e lá ele marcava 3:33. Eu havia acordado em meio a madrugada mais uma vez.
Fui em direção a porta, afim de ir até a cozinha conseguir um copo de água.
Me espantei ao olhar para baixo e ver um liquido preto e viscoso passar por debaixo da porta, molhando o carpete com a mancha escura. De súbito ouvi batidas fortes na porta, como socos de punhos firmes.Como se eu não tivesse mais controle do meu próprio corpo, eu a abri.
Ao invés de me deparar com o resto da minha casa ao abrir a porta, dei de cara com o corredor do prédio, mas de uma forma bem diferente. Estava bem escuro, mas era como se uma neblina pálida e cheia de cinzas pairasse ali, e em meio a isso havia uma pessoa encapuzada na metade do corredor, sua face estava escura e coberta pelo capuz, o sujeito notou minha presença e foi como se uma contagem regressiva começasse em minha cabeça.
3...2...1...Corra!
Comecei a correr atrás da pessoa encapuzada que por sua vez saiu disparada pelo corredor, fazendo o símbolo de pentagrama se esvoaçar em sua capa. Ela fugia em alta velocidade pelo corredor que parecia cada vez maior e desconhecido por mim.
O corredor parecia infinito a medida que minha pernas corriam atrás da figura encapuzada que fugia de meu alcance. De repente comecei a ouvir ruídos vindos de dentro das paredes em minha laterais, parecia que algo estava se movendo dentro.E realmente estava
Fui surpreendido por um braço rompendo a fina parede e por pouco não me acertando no rosto. Seguido deste, outros iam aparecendo a medida em que eu atravessava o corredor sem fim, o que eram cinco braços logo se tornaram trinta até cinquenta deles, todos com suas peles podres e sem cor, sujas pela mesma substância negra e nojenta de antes, e todos com suas unhas sujas e decompostas tentando me agarrar.
Me mantive firme em minha corrida, tentando ao máximo ignorar os dedos que tentavam alcançar minha pele, mas não tinham algum sucesso."O filho da Abominação" Ouvi diversas vozes assombrosas e sussurradas proferirem
"A chama azul, não extinta, ainda pisca a noite. Aquele que vê entre mundos" Os sussurros continuaram, mas nada daquilo fazia sentido.
"A bruxa é sua aliada! Descendente daqueles que traíram o próprio sangue, daqueles que negaram o triunfo de nossa espécie"
"As raízes da bruxa retornam"
"O Filho da Abominação"
"A bruxa"
Vi a figura virar o corredor que finalmente parecia diferente, eu corri atrás dela, me atentando a continuar desviando dos braços que ainda tentavam me atingir.
Em fim pude ver aonde o corredor chegava, e lá havia uma porta aberta, que parecia emitir uma luz violeta de dentro, foi onde o sujeito encapuzado entrou de uma só vez. E eu o segui, entrando direto, escapando dos braços ao fechar a porta com um estrondo.Me virei para olhar o lugar onde eu me encontrava, e me espantei ao deparar-me com a própria Senhora Rosenberg, e o mais estranho, o corpo de Thalia deitado ao chão, ela parecia adormecida.
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Fragmentos Da Verdade (Sally Face)
Fanfic"O quanto vale a verdade para você?'' ''Tudo!'' Ao se mudar para Nockfell, Thalia e seu novo amigo Sally se encontram diante a um mistério que toma proporções maiores que o imaginado. O que achavam ser apenas um caso de assassinato, esconde...