Fragmentos Da Verdade (Sally Face)

6. Destroçados

Thalia

*Crac* *crac* *crac*

Eu estralava meus dedos enquanto meus ouvidos estavam atentos a historia que Sally contava sobre o pesadelo que tivera.

Estávamos no quarto de Larry como de costume. Larry que também ouvia o relato do garoto, estava sentado todo torto em seu puff, enquanto eu estava sentada ao pés da cama em que Sal estava deitado.

Sally estava tendo pesadelos dês de o ocorrido com a senhora Sanderson. E ele não parece estar dormindo bem graças a esses pesadelos. Na verdade nem eu estava. Depois dessa bagunça toda de fantasmas e sombras ambulantes eu fiquei dormindo de luz acesa por um tempo...

-Cara, você ainda esta tendo aqueles pesadelos?- Larry disse após ouvir a historia.

-Eu não tenho tantos assim desde que minha mãe morreu...-Sally respondeu- Eu realmente acho que é esse prédio. Tem algo estranho sobre ele.

-Sally ta certo, esse prédio me da calafrios...- Eu comentei, sem tirar os olhos de meus dedos que já não estralavam mais.

-Cara, eu sei que vocês dois são bem insistentes sobre isso, mas eu não acho que esse prédio é assombrado- Larry respondeu-Eu estive aqui a maior parte da minha vida e nunca vi fantasmas...mas...

-''Mas'' o que?- Sally perguntou e eu voltei minha atenção a Larry.

-Bem, já nos conhecemos há um tempo. Tenho que mostrar uma coisa pra vocês. -Larry disse se levantando de onde estava jogado.

Em seguida eu e Sally nos levantamos e seguimos Larry ate os degraus de seu quarto, que levavam ate a parte exterior do prédio. Antes de subirmos os degraus, Larry pegou sua blusa de frio vermelha, Sal acompanhou pegando suas luvas e tampões de ouvido e assim peguei minha blusa e minha toca de frio com orelhas de gatinho. Tudo isso para enfrentar o tempo gelado do lado de fora.

Saímos do prédio e pude sentir a forte brisa do inverno me atingir, Sally pareceu não se importar muito, e continuamos a seguir Larry, caminhando a passos pesados na neve.

Pude avistar de longe que estávamos indo em direção a uma construção de madeira encima de uma arvore. Uma casa na arvore!

-Whoa!- Sally exclamou- Como nunca me contou sobre isso?

-É onde eu vou quando eu preciso ficar sozinho- Larry respondeu um tanto cabisbaixo. -É meu forte da solidão.

-Isso é bem legal, tipo uma batcaverna!- Eu comentei e Larry deu uma risada nasal, fazendo o vapor sair de seu nariz graças ao frio.

Chegamos mais perto e Larry fez uma reverencia com a mão ironicamente.

-As damas primeiro- ele disse e eu brinquei fazendo um reverencia com um vestido imaginário. Eu subi primeiro, me apoiando nas tabuas de madeira que foram colocadas ali, sendo seguida pelos garotos.

Por fim chegamos ao topo e a casinha era bem maior por dentro do que aparentava ser por fora. Olhei em volta para me deparar com algumas fotografias na parede, um armário e alguns baús.

- Isso é tão legal! Eu sempre quis uma casa na arvore quando eu era mais novo.- Sally disse, que assim como eu estava empolgado com isso.

-É. Meu pai construiu isso pra mim antes de ele...desaparecer.- Larry disse a ultima parte com certo pesar. O que me fez inclinar a cabeça intrigada ''Como assim desapareceu?''.

-Espera o que? O que quer dizer ''desaparecer''?- Sally perguntou tão intrigado quanto eu.

-Num dia ele estava aqui e tudo estava bem, no outro ele sumiu. Sem bilhete nem nada.- Ele respondeu. -E todas as coisas dele ainda estavam aqui. Suas ferramentas sua carteira, sua habilitação...tudo. Ele só desapareceu.