Marcada Para Sempre (Part. 2 Final)

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Estou tão chocada que não percebo quando Tom se põe à minha frente e ergue sua varinha para eles, rosto tomado por confusão, raiva e dúvida.

- Tom, o quê...?

- Eu conheço vocês.

É o que sai de sua boca, fazendo quem presumo ser Morgana e Merlin sorrirem, um sorriso nada amigável.

Meu coração acelera, é involuntário.

Não é possível!

- Fico feliz que você tenha uma boa memória, garoto. Só nos vimos uma vez e você só tinha seis anos na época. – É o homem quem quebra o silêncio. – Você nunca esteve longe de nossas vistas, herdeiro de Slytherin. – Revela para meu espanto, e apenas para deixar Tom ainda mais irritado e confuso.

- Por que...?

- Do que vocês estão falando? – Interrompo a pergunta de Tom saindo de detrás dele e olho dele para o casal repetidas vezes, confusa.

Consigo reconhecer traços de minha fisionomia em Morgana e Merlin, e isso me apavora. Nunca pensei que ter semelhanças com seus país poderia ser tão desconcertante. No fundo, eu queria que eles não se parecessem comigo para tornar tudo isso absurdo e inviável. Basicamente, uma forma de meu cérebro negar nosso parentesco.

- Esse não é o melhor lugar para termos essa conversa. – Morgana fala, sua voz soando autoritária. – Por que não vamos a um chalé de um velho amigo nosso aqui perto? Lá é mais seguro.

- Para vocês ou para nós? – Tom rebate no mesmo instante.

Vejo Merlin estreitar seus olhos.

- Para ambos, garoto. – Ela diz, nenhum pouco ofendida pela petulância de Riddle.

Seus olhos são astutos como os de uma coruja, mas tem a coloração de um verde oliva intenso. Já Merlin tem olhos castanhos como os meus, mas seus cabelos são negros como as asas de um corvo. Ela me avalia com tanto interesse que me sinto como um animal raro em um zoológico.

- Vamos até o beco mais próximo e então usaremos a chave de portal que tenho comigo para nos levarmos a um lugar seguro. – Ela diz, encarando os arredores.

- Como saberei que vocês são quem querem que eu acredite que são? – Questione, erguendo meu queixo e estreitando meus olhos. – Não iremos com dois estranhos há lugar nenhum só porque vocês dizem serem meus pais.

Ela ri, uma risada suave e nenhum pouco zombadora ou fria.

- Você tem o mesmo temperamento de sua mãe. – É Merlin quem fala, parecendo orgulhoso disso.

Bufo, ignorando suas palavras mesmo com meu coração dando uma guinada.

- Em céu aberto, nossa interação é muito suspeita. Por isso, ou vocês veem conosco, ou não poderei te oferecer as respostas que você procura, minha criança. – Lefay é enfática em cada palavra.

- Não sou sua criança!

- Não seja birrenta, Hermione. – Me repreende Merlin com suavidade.

- Parentesco sanguíneo não vale de nada quando se abandona uma criança. – Tom intervém, usando toda a sua frieza para se comunicar.

Um bolo se forma em minha garganta, mas me sinto extremamente agradecida por suas palavras.

Eles suspiram quase em uníssono, sendo atingidos em cheio pelas palavras de Tom. Vejo um lampejo de tristeza passar pelos olhos dela e raiva pelos dele. Dando um passo para frente, Morgana olha no fundo dos meus olhos.

Me Encontre No PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora