Falo e me ajeito no banco, rindo, voltando a acelerar um pouco, aumentando a velocidade ao passar completamente pelas pessoas. Com a rua livre e só com pessoas em suas calçadas, dou um sorrisinho feliz.
Olho feliz para o cachinhos e levanto as sobrancelhas, ele me olha entendendo e coloca o cinto.
Dou risada e acelero um pouco, mas não muito óbvio. Não estou maluca, o que mais tem aqui são crianças brincando nas ruas e correndo pela calçada do nada.
Mas fico satisfeita por ouvir o som do motor conforme acelero. Que delícia.
Vai que eu atropelo uma? Deus me livre.
Eu já tinha a visão da casa da minha tia, eu não estava ligada em como chegar, mas sabia qual era. Não havia mudado nada.
Paro a Jaguar prata em frente ao portão de madeira enorme que tinha quatro caras fazendo a segurança.
Olho para o cachinhos, batucando minhas unhas no volante e encostando minha cabeça nele, eu estava plena e cansada.
Ele, por outro lado, estava imprensado no banco com as mãos no cinto e seus olhos levemente arregalados na rua... Retiro o que eu disse, acho que os olhos estão completamente arregalados, pelos seus olhos amendoados serem pequenos, parecia que estava levemente, mas olhando melhor, está completamente arregalado.
— Tudo joia? Quer uma sacola para vomitar? Está um pouco chocado, perplexo né, cachinhos.
— Você é...
— Sou? — Levanto a sobrancelha esperando.
— Incrível! Amei, menina. Quero sair de carro mais vezes contigo. Ninguém acelera nesse morro, o que eu entendo, tem muito maluco por aí... Tipo a sua família... Que no caso eu considero a minha, enfim, tem criança também, mas de qualquer forma AMEI andar contigo. Preciso de mais rolê com quem corre assim. — Ele fala rapidamente, me fazendo ter vontade de rir e levantar as sobrancelhas.
— Está chamando minha família de suicida?
— Eu te chamei de incrível e você foca no "porra louca"?
— Então tá, você me chamou de incrível, né? — Ele concorda com a cabeça e eu mudo minha postura, me ajeitando e o encarando. — Ai meu Deus, para com isso, não sou nada incrível, mas obrigada pelo elogio. Você é um fofo. — Falo forçando a voz, jogo o cabelo e piscando os olhos rapidamente.
Cachinhos arregala os olhos e nós dois começamos a rir pela milésima vez.
Paramos de rir assim que um dos caras grita o codinome.
— Fala? — Cachinhos cumprimenta.
Foda-se que o codinome é "Picolé", para mim é cachinhos e pronto.
— Por que está parado com a Paty no carro em frente à casa da patroa? Qual foi do bagulho? Passa a visão. — Um cara baixinho e forte diz se aproximando, enquanto os outros três apenas observam com o fuzil na mão.
— Iih, vocês são todos uma vergonha mesmo, né? — Cachinhos fala, fazendo o cara levantar a sobrancelha sério. — Ela é a princesa do morro e tu chama de Paty? Meu Deus do céu, gente, vou começar a ensinar a história do morro para vocês, credo. Bora, miss simpatia, hora de ver a mulher maravilha. — Ele fala, saindo do carro, e eu faço o mesmo.
Aqui está o texto corrigido:
Cachinhos para em frente do rapaz que o encarava com os braços cruzados, expressando curiosidade.
Ando até cachinhos e paro ao seu lado, encarando o baixinho que me olhava curioso.
— Oi, sou Layla. — Falo simpática, estendendo a mão para cumprimentá-lo, mas ao ver sua reação, penso que seria melhor estender a mão para segurar o queixo dele, já que caiu assim que me pronunciei.
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Era amor ou ilusão?
Romance📌 Rocinha, Rio de Janeiro Layla Miller... Uma mulher que na sua adolescência e até na sua infância passou por muitas coisas. Dentro de casa um inferno, fora dela era consolada por um par de olhos amêndoados e um sorriso cafajeste. Dois pestinhas qu...