— Antes era tão escuro né? Pelas paredes cinzas e tal, não gostava. Surtei e mudei tudo. — Ela fala, gesticulando com as mãos animada. Sorrio, concordando. — Agora sim, tá do jeito que eu sempre quis, claro como a luz do dia. Seu tio Ravi, doido querendo a decoração toda escura. Não, tá maluco. Minha casa, minhas regras. Ele nem mora aqui e queria a casa do jeito dele.
— Não mora, mas tá aqui quase todo dia... — Cachinhos fala, saindo do elevador.
A gente tinha chegado ali há uns vinte segundos, mas eu tava prestando atenção demais na minha tia pra sair de cara do elevador.
— Qual foi? X9 morre cedo em. — Minha tia ameaça.
— Conta o babado, tem essa de x9 não. — Peço curiosa.
— Layla! — Minha tia protesta.
— Layla? Layla nada, converso com a senhorita todo dia. Não é à toa que só você sabe que eu vim e você não me conta que tá pegando o meu tio que é seu ex? Que isso, cara, tô me sentindo ofendida. — Me expresso dramática.
— Eita porra. — Cachinhos fala, soltando uma risada.
— Bora amor, conte-me. — Insisto debochando com um bico esperando.
— O que? — Minha tia pergunta como "não tem nada pra contar". Pro mal dela, sua pele branca a denuncia porque ela fica vermelha.
Dou uma risadinha, apontando para seu rosto.
— Cê tá vermelha! Ala, cachinhos, ala.
— Eitcha, só foi falar do boy. Aí tem né? Não é sua visitar os filhos... É visitar a senhorita também. Aiai, que sapeca. — Ele diz, a fazendo esconder o rosto entre as mãos.
— Parem! Vamos levar as malas, vamos. — Ela fala, fugindo do assunto e já puxando as duas malas de uma só vez e andando rápido pelo corredor.
Eu e cachinhos nos entreolhamos fazendo "uhum" e rimos, começando a andar a seguindo pelo corredor.
Pelo que eu contei, tem oito portas, moram quatro pessoas, agora vai pra cinco e a tia já me contou que tem três pra hóspede.
Tia Helen está parada em uma das últimas portas, minhas malas já estão um pouco para dentro do quarto.
Entro no mesmo, vendo que continua da mesma forma... Nem parece que o tempo passou, por sinal. Continua a mesma coisa.
O quarto ainda tinha as paredes pintadas de branco, menos a da cabeceira que tinha um papel de parede verde água com uma árvore branca desenhada. Tinha as duas mesinhas de cama que faziam conjunto com a cabeceira de madeira clara, no meio a cama de casal que estava arrumada com lençóis da cor verde água combinado com o papel de parede.
Em frente a cama, tinha o painel de TV branco com duas listras em dourado e a TV no centro do painel.
No canto esquerdo, em frente a enorme janela, tinha a escrivaninha branca que era composta por um gaveteiro e uma cadeira branca de rodinhas que por cima dele havia uma manta colorida com pompons.
Acima da janela tinha o ar condicionado branco e a persiana branca que estava aberta assim como a janela de vidro fazendo o quarto ficar completamente arejado.
Já pro canto direto perto da porta, tem a porta do banheiro e do lado dela, a do closet.
Eu só vim aqui uma vez e agora parece que ainda é a primeira vez que eu tenho pisado aqui. Sinto absolutamente tudo que senti da primeira vez que abri essa porta.
— Está exatamente igual da última vez. — falo tentando disfarçar minha voz chorosa.
Esse quarto é tão especial para mim.
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Era amor ou ilusão?
Roman d'amour📌 Rocinha, Rio de Janeiro Layla Miller... Uma mulher que na sua adolescência e até na sua infância passou por muitas coisas. Dentro de casa um inferno, fora dela era consolada por um par de olhos amêndoados e um sorriso cafajeste. Dois pestinhas qu...