Sem responder apenas encara Lara, ela confirma e respira fundo antes de começar.
— Eu... Olha não fica puta. Quando eu soube que tu foi embora eu fiquei triste pra caralho. Então no dia eu foi pro barzinho e fiquei bebendo ali do lado de fora do bar mesmo. Até que uma senhora. — engulo um pouco do líquido que continua na minha boca. — Chegou e ficou conversando comigo. Conversa vem, conversa vai até que eu toquei no seu nome. — Já tinha terminado o líquido na minha boca. — Ai eu falei tudo, primeiro eu falei como eu me sentia e tal...
— Pelo amor de Deus Lara, vai direto ao ponto. — falo impaciente e curiosa.
Ela tava rodando e rodando. Eu gosto de detalhes mas nesse momento quero que ela vá direto ao ponto. Minha ansiedade e nervosismo não deixaria isso ser levado lentamente.
— No dia seguinte eu soube que ela era uma velha dessa de vigilância. — que toma conta da vida alheia e joga no ouvido do povo. — Fiquei sabendo da pior forma porque ela teve coragem de contar pra todo mundo sobre a história de vocês, sobre os meus sentimentos. Eu não sabia... Foi mal mesmo. Eu me arrependi muito. Algo tão íntimo sendo jogado pelo ventilador.— ela lamenta.
— E quando tu foi embora, o TH mudou completamente com todo mundo, ele era ignorante, e a maioria do tempo ficava em silêncio. Até hoje é assim na verdade. Com o tempo ele se fechou bastante, ainda é levemente divertido mas não é mas o meu irmão de antigamente. Teve uma época que ele bebia parcas, e também usava... — Matt continua, olhei pra ele sem entender.
Não tava sabendo aonde ele queria ir com isso, o Thiago sempre usou, até eu já usei. Na nossa família é quase herança. Não é novidade pra ninguém a maioria ou senão todos usarem drogas ilícitas. Ainda mas quando tem tanta convivência com elas.
Eu princesinhas, usei e Thiago mesmo me ensinou a bolar e puxar, ainda teve a coragem de me proibir de usar sem ele.
— Tô ligada no que tu ta pensando, mas espera. Ele começou a usar todo dia e nem tinha hora. Ninguém conseguia parar ele... — ele é interrompido por uma onda de vapor quente e apetitoso de comida que é colocada em nossa mesa.
— Aqui crianças — a dona de voz amigável diz colocando sobre a mesa uma tábua de madeira com as fritas e carne acebolado em cima, fazendo meu estômago roncar pelo cheiro ter subido.
Ela olha pra todos de forma carinhosa e para em mim, encarei seus olhos e ali a reconheci.
Seus olhos gentis expressando o quanto aquela mulher era uma boa mulher. Seus cabelos crespos preso em um enorme coque no alto de sua boca acompanhado de um lençol colorido. Em seus lábios carnudos e escuros havia um sorriso doce e vitorioso.
Com certeza, a vitória seria da satisfação de ver os rostos dos três jovens em sua frente olhando para a tábua de carne com tanta devoção.
Antes dela se quer cumprimentar, minha mente me tira dali rapidamente me levando para o primeiro dia que ela chegou em minhas vistas.
— Vamos Lala, o Titi quer te apresentar as pessoas. — fala Lara entrando no meu quarto arrumada em um vestido preto e um contorno.
Animada sorrindo e estressada ao mesmo tempo pela minha demora.
— Ok ok, mas sem esse apelido Lara. Não gosto do apelido que o Thiago colocou em mim. — digo me sentando na cama de forma preguiçosa.
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Era amor ou ilusão?
Romance📌 Rocinha, Rio de Janeiro Layla Miller... Uma mulher que na sua adolescência e até na sua infância passou por muitas coisas. Dentro de casa um inferno, fora dela era consolada por um par de olhos amêndoados e um sorriso cafajeste. Dois pestinhas qu...