Chego em frente a casa branca de dois andares e de imediato desço da moto vendo os quatro aviãozinho que eu tinha colocando pra fazer a segurança da casa da minha mãe.
Óbvio que não são só eles, mas agora é o turno deles.
Pateta, St, Paraíso e Jn.
Todos ali são gente boa. Confio? Não, mas nenhum deles fez merda até agora então tá suave.
De coração, espero que nenhum faça, eles são gente boa e eu não ia querer meter uma bala no meio da testa de nenhum deles. Se fosse necessário faria sem pensar mas não gostaria.
Sem julgamentos. Não colocaria em risco a vida do morro, da minha família por causa de um deles.
— Fala chefe — todos eles dizem ao mesmo tempo e se entre olham.
— Vocês combinam de falar ao mesmo tempo?
— Pior que não, só sai - pateta diz e solto uma risadinha.
Estendo o punho fazendo soquinho com eles.
— Qual foi, minha mãe ta em casa?
— Ta sim chefe, ai dentro. — St diz coçando a cabeça fazendo uma careta e olha pra paraíso.
Levanto a sobrancelha confuso.
— Não sei se ta sabendo mas a primeira dama do senhor ta ai. — Paraíso diz cauteloso.
— É chefe, tua ex mulher chegou hoje. — Jn fala mais cauteloso ainda e coloca a mão na cabeça coçando. — Não sei se ta sabendo mas ela ta ai. Só pra avisar mesmo, sei que é foda encontrar com a ex. Eu passei por isso, sei como é. — ele fala a última parte baixa.
Confirmo com a cabeça e coço meu queixo.
— Já to sabendo família, só tem fofoqueiro nessa porra. Assim que coloquei os pés no morro foi a primeira coisa que me disseram.
— Tamo sabendo. Só tem gente fofoqueira mesmo, mas tamo te passando a visão pra avisar de qualquer forma. — Jn fala me fazendo soltar um sorrisinho concordando com a cabeça.
— Valeu ai. Vocês passaram a visão, isso é maneiro mesmo eu já sabendo. — falo pegando a chave da casa — Já da mais uma preparada pra entrar ai.
— Se isso ajuda, acho que ela deve ter indo dormir. Ela tava conversando com a gente de boa mas a expressão tava cansada. — paraíso fala ajeitando o fuzil nas costas. Franzo as sobrancelhas com a sua fala.
— Vocês conversaram com ela? — pergunto confuso.
Disso eu não fiquei sabendo. Lc sabe nem pra contar os bagulhos direto, taqui pariu. Os informates dele não tem nada de informate. Vou até zoar aquele corno quando eu encontrar, ele vai ver só.
Eles se entre olha encolhidos. Eles são mó cagão, ta maluco.
As vezes eu me pergunto como essas porras é traficante. Tudo bem que tem que respeitar o chefe mesmo mas é um medo do caralho que eles sentem de mim.
Tem que ver com o meu pai, só falta desmaiar. Nem acredito que eles entraram pra vida do crime, papo reto.
— Pô chefe, fica bolado nem nada não jae? — Jn fala coçando a cabeça de novo.
Ta com piolho essa porra? Mas que coceira do caralho que ele ta. Cruzes.
— A patroa chamou a gente pra almoçar então a gente conversou com a Layla. Mas tipo assim, total respiro entendeu? Ela é suave, responsa. Ficamos na mesma ta ligado? Na disciplina. — paraíso diz sem me encarar.
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Era amor ou ilusão?
Romance📌 Rocinha, Rio de Janeiro Layla Miller... Uma mulher que na sua adolescência e até na sua infância passou por muitas coisas. Dentro de casa um inferno, fora dela era consolada por um par de olhos amêndoados e um sorriso cafajeste. Dois pestinhas qu...