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Ele se afasta tirando as mãos de meu rosto me analisando e se encosta na moto que percebi que só estava ali quando ele se encostou cruzando os braços. Ele faz um estalo com a língua mexendo a boca.

— Que porra aconteceu contigo? Ta toda zonza ai, to preocupado po.

Levanto as sombrancelhas respirando fundo e levanto os braços jogando a cabeça pra trás, logo levo as mãos pra minha cabeça e amarro o cabelo abaixando a cabeça.

— Você não precisa saber Thiago. — ele levanta a sombrancelha incrédulo. — Nem me olhe assim, você de fato não precisa saber.

— Ah, que ótimo. Vai ficar em choque, triste e eu não preciso saber? O que você tanto me esconde Layla? — ele diz se aproximando e abaixa o rosto fazendo nossa respiração se entrelaçar.

— Thiago... Estamos na rua. — o repreendo.

— Não estou fazendo nada demais.

— Pros outros pode ter certeza que está. — falo sentindo os olhares queimarem meu corpo.

Ele também sente, tenho certeza. Todos estão nos vigiando, sem menor pudor ou vergonha na cara.

Thiago olha para meus lábios, umedece, bufa e se afasta irritado. Me entrega o capacete e logo sobe na moto.

— Você não vai me contar de nenhum jeito as coisas que acontecem com você ne? Suave. — ele pergunta assim que liga a moto. Coloco o capacete e suspiro o encarando.

— Eu te conheço Thiago. Se eu não te conto, em algum momento você vai descobrir. Você sabe... Nunca te escondi as coisas, mas me compreenda. Se estou escondendo agora é proteção... — ele me interrompe confuso e indignado.

— Proteção Layla? Proteção o caralho, é pra você sempre me contar quando estiver com problemas. — ele fala e me entende a mão, pego e sobo na moto.

— É Thiago, proteção. — falo ignorando sua indignação na ultima frase.

— Proteção de quem Layla? Quem você tá escondendo?

— Não burro, caralho... — suspiro novamente, estou nervosa. Não consigo controlar a respiração. — Não escondo ninguém, eu te protejo, isso sim. Proteção sua Thiago!

— Ta me protegendo de quem Layla? Ninguém pode encostar em mim. Olha a minha família, é quase impossível. — ele fala logo após colocar o capacete.

— Disse certo, quase impossível, não completamente.

— Quem... — interrompo Thiago frustada.

— Thiago! Por favor, não faça mais pergunta. Não me torture fazendo mais perguntas. Por favor. — ele vira o rosto me encarando, com a testa franzida e preocupada confirma.

— Foda é que tu sabe me enrolar direitinho, mo vontade de dar uns tapas em tu pra tu responder.

— Para que eu gosto. — falo passando a mão na sua coxa e dando um leve sorrisinho.

— Se afasta, eu hein. — ele bate na minha mão me afastando e eu o encaro indignada. — Estamos na rua, me respeita que eu sou um cara de família. — gargalho. — Debochada do caralho.

Era amor ou ilusão?Onde histórias criam vida. Descubra agora