Lucas Verly | LC
Anoto mais alguns números na folha vendo o faturamento desse mês. Por conta dos bailes e drogas, vem cada dia aumentando mais ainda os números que recebemos.
A gente só fica forte e a facção que é comandada pelo meu pai, fica cada vez mais satisfeito vendo o sucesso do morro.
Levanto a sobrancelha olhando pro meu celular que começou a tocar, ele vibra e começa o som irritante. O pego virando a tela e sorrio por ver quem é.
Tia Leila.
Atendo rápido, antes que ela perca a paciência e desligue.
— Oi tia. — cumprimento.
— Oi mulherengo, tudo bem com o senhor? — ela responde e dou risada escutando a sua também.
— Ta tudo certo, e você? Que isso cara, mulherengo? Sou mermo.
— A gente sabe que tu é meu parceiro, num dia que cê ficar de coleira eu me aposento. — ela responde.
Minha tia é malucona, cheia das gírias.
— Então você nunca vai se aposenta, meu amor. — debocho.
— Tu se liga em, tem que me dar descanso porra. Mas enfim, tô ligando pra você, só pra avisar que eu tô indo hoje pro morro, morô? — ela fala e abro mó sorrisão. — Hoje vou levar a pequena encrenqueira também.
— Ta suave tia. A gente ta com duas encrenca aqui, só mais uma pra aturar. — ela gargalha.
— Se tu acha que vai ficar ruim pra tu, imagina pra mim que to tendo que aguentar ela falar 24 horas que dona Layla ta ai e quer visitar. Pelo menos, quando ela tiver ai, vai se acalmar e é por isso mesmo que ela quer ir, Layla tá aí, ela ta maluca Lucas.
— Po, tô ligado tia. As duais eram inseparáveis, pela Layla voltar depois desses anos todos, ela deve ta maluca pra ver ela. Se bobiar, vai passar direto pela gante.
— Papo 10. A garota não me deixa em paz desde que descobriu que a Layla ta no morro. Agatha ver a Layla como irmã mais velha. — falou e eu gargalho lembrando o quanto a Agatha é insistente. — Ri não parceiro, tô de cabelo branco já. — dou risada mais ainda.
— Ela só ta com 13 anos e já ta assim, espera que quando chegar nos 15 vai piorar então.
— Piorar o caralho, ela não ande na linha não pra ver, o pau vai torar pro lado dela.
— Vai torar mesmo, mas de outro jeito tia. — provoco rindo.
— Vai se foder vai Lucas, euem. Deixa o pai dela escutar isso.
— Ih é mesmo, como ta o tio? — pergunto lembrando daquele barriga de chopp.
— Olha só, esqueceu do tio dele, que vergonha. — ela dramatiza me fazendo rir. — Sobrinho desnaturado da porra. Mas sim, ele ta bem, ta vivo.
— Ah, então ta suave. — tranquilizo.
— Ah, então ta suave né? Mas tu nem tinha lembrando da existência dele, e se ele tivesse morrido?
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Era amor ou ilusão?
Romansa📌 Rocinha, Rio de Janeiro Layla Miller... Uma mulher que na sua adolescência e até na sua infância passou por muitas coisas. Dentro de casa um inferno, fora dela era consolada por um par de olhos amêndoados e um sorriso cafajeste. Dois pestinhas qu...