Simplesmente amor

Capítulo 25 - Coletiva (Parte 1/2)

-------------- Visão Zee ----------------

Eu estava muito preocupado com Nunew. Tudo que ele passou nas últimas horas foi demais para qualquer um. Nós que somos apenas pessoas envolvidas no problema, já não estamos bem, imaginem ele. 

Conversamos um bom tempo e após tomarmos um banho eu lhe fiz comer algo. Ele pela primeira vez, não tinha apetite e comeu muito pouco. Coisa que me foi um sinal de alerta, dado que ele sempre se alimenta bem. 

Eu queria que ele descansasse, mas este custou a dormir e só conseguiu relaxar um pouco horas depois com um bom cafuné e chá quente na cama. Deixei ele descansando em meu quarto e liguei para Max sabendo que este estaria esperando minha ligação. 

-------------- Visão Max----------------

Eu estava aflito com a demora de Zee que mesmo sendo tarde da noite ainda não tinha me ligado. Nat parecia ainda mais aflito do que eu e quando o telefone finalmente tocou eu falei-lhe:

— Eu estava quase te ligando. 

— Me desculpe pela demora. Eu só consegui fazer Nunew dormir agora. 

Concordei e falei:

— Vou te colocar no viva voz. Nat está aqui comigo e não conseguiu dormir preocupado com a Jelly.

— Boa noite P'Zee.

Falou Nat e este cumprimentou o mais novo. Começamos a conversar e Zee falou:

— Eu estou preocupado com Nunew. Ele está se fazendo de forte, mas não quis comer quase nada e custou a dormir. Eu não sei como ajudar ele. Estou aflito com essa coletiva amanha. Penso que pode ser demais para ele.

— Nós temos que respeitar seu desejo. Se ele quer tomar a frente e falar com a mídia, não podemos impedir.

Falou Nat e eu comentei ao meu amigo:

— Todos nós estaremos ao lado dele. Por pior que seja, ele não vai enfrentar os tigres, sozinho.

Continuamos conversando um pouco, mas logo desligamos e fomos tentar descansar sabendo que no dia seguinte aquilo seria difícil para todos. 

-------------- Visão P'Aof ----------------

Eu estava um caco. Não aguentava mais soltar notas me desculpando por coisas que não deveriam ser um problema e pior sabendo que no dia seguinte teríamos a mídia tailandesa inteira nos interrogando como se tivéssemos cometido algum crime. Quando, na verdade, meus meninos são as vítimas aqui. 

Não preguei o olho a noite toda arrumando a documentação necessária para o dia seguinte e escrevendo o que iria dizer. Já era de manhã quando os meninos chegaram na empresa e eu falei:

— Os jornalistas estão se reunindo no estacionamento. 

Eles concordaram e quando Nunew chegou ao lado de Zee eu falei: 

— Você quer mesmo falar? Se preferir eu posso representar você e os demais sem problemas. 

Nunew se aproximou de mim e me abraçou antes de falar:

— Eu vou falar phi. Está tudo bem. 

Admito que comecei a chorar ao sentir seu abraço e falei: 

— Você é um menino muito forte. Me desculpe por não ter te protegido como deveria. 

Ele negou dizendo que eu não tinha culpa do que estava ocorrendo, porque ele não tinha me contado que estava sendo seguido. Esperamos um pouco e quando finalmente me acalmei caminhamos todos juntos ao encontro dos jornalistas começando assim a coletiva. 

-------------- Visão Nunew ----------------

Eu estava nervoso de encarar tantos jornalistas. Sabia que a situação estava muito delicada para nós, mas ainda assim fui determinado a tomar a frente da situação. P'Aof começou a entrevista contando resumidamente sobre o ocorrido e quando as perguntas iam começar eu pedi a palavra. Hia segurou minha mão por de baixo da mesa ali existente e eu falei:

— Pedi ao P'Aof para falar com vocês diretamente. Gostaria que me escutassem primeiro e depois perguntassem o que desejarem. 

 Os jornalistas concordaram e eu falei pouco depois:

— Desde que fui anunciado como protagonista do elenco de Cutie Pie venho recebendo mensagens de ameaças e ódio. Era desagradável ler tais coisas, mas eu conseguia conviver. Contudo, meses atrás eu comecei a ser seguido e em nenhum momento comentei sobre isso com ninguém. Eu não queria preocupar os demais e esse foi o meu erro. Se eu tivesse lhes contado as coisas não teriam chegado ao ponto que chegamos.  

Zee apertou minha mão, preocupado, e eu continuei falando: 

—  Quando eu menos esperava meus pais e irmão foram colocados em perigo. A nossa casa invadida e meu irmão machucado. Eu pensava que a situação não poderia ficar pior, mas me enganei ao notar que meu diário fora roubado. Sei que muitos me julgaram "online" por ter um diário como este, mas sinceramente quantas pessoas não fazem o mesmo? Eu tenho apenas vinte e um anos e sempre gostei de guardar minhas memórias com palavras. Nunca, gostei de conversar sobre certos assuntos com meus pais e isso não me torna uma pessoa ruim. 

Admito que meus olhos começaram a lacrimejar e comentei com dificuldade: 

— Eu nunca quis expor ninguém. Nenhum dos meus amigos e muito menos Hia. Eu apenas estava fazendo algo que sempre me fez bem. Contando ao meu diário sobre minhas inseguranças e sonhos. Sobre coisas divertidas que vivi. Eu... eu não me arrependo de ter escrito nada daquilo. Eu apenas queria que a pessoa que divulgou percebesse seu erro. Pode ser divertido para quem lê, mas para mim, é humilhante ter toda minha vida exposta dessa forma. Se fosse para publicar eu mesmo teria feito isso nas minhas redes sociais. 

Respirei fundo e falei com as minhas últimas forças:

— Entretanto, mesmo que o erro de divulgar tais informações e fotos não seja meu acredito que deva me desculpar com todos aqui. Todos na DMD são como uma segunda família para mim e suas vidas foram expostas por minha causa. Eu...

Nesse momento eu me virei para os meninos que estavam sentados atrás de mim e falei me curvando: 

— Eu realmente sinto muito. 

Não consegui mais me conter e comecei a chorar ali mesmo na frente dos jornalistas, mas logo fui abraçado por Zee e P'Aof que estavam ao meu lado. Nat e Yim me deram as mãos enquanto os outros tentavam me acalmar e diziam que tudo ficaria bem. 

Respirei fundo e bebi a água que os meninos me deram voltando a me sentar. Os repórteres nos deram alguns minutos para acalmar os ânimos, mas eu sabia que logo a segunda parte da coletiva começaria e nós teríamos que falar sobre nossos relacionamentos. Coisa que não seria nada fácil considerando a situação atual.