𝐋𝐈𝐄 𝐓𝐎 𝐌𝐄, 𝐁𝐀𝐁𝐘; 𝗃𝖾𝗈𝗇 𝗃𝗎𝗇𝗀𝗄𝗈𝗈𝗄

024. save ME

━━━━ ❛MEGHAN HARDY
terça-feira, 26 de abril de 2022
Toronto, Ontário. Canadá

COM UM FORTE SOLAVANCO, SOU ARREMESSADA PARA LONGE DA PORTA E O HOMEM ADENTRA O QUARTO. Tento fugir, mas a mão forte agarra meu pulso e ele me joga contra a parede, fazendo com que eu me choque contra a superfície dura. Trinco os dentes, sentindo a dor do impacto reverberar fortemente pelo meu corpo, no entanto, eu me esforço para me manter firme. Olho para ele e não consigo reconhecê-lo, porque ele usa uma máscara que cobre seu nariz e boca, deixando só seus impiedosos olhos acinzentados descobertos. Detendo-me, ele se coloca em minha frente, me encurralando e eu revido da forma que posso. Usando meu punho, eu o golpeio no rosto ━━━ o mais forte que consigo ━━━, mas isso parece não surtir o efeito que eu desejava. O soco que lhe dei aparentemente causou mais danos a minha mão do que ao intruso.

Rosnando, ele se recupera rápido, no entanto, eu não desisto. Rapidamente ergo meu joelho direito para atingi-lo, chutando-o forte entre as pernas, e fico aliviada ao notar que isso funciona. O invasor se desconcentra e me solta xingando-me. Aproveito sua distração para correr em direção a porta enquanto ele recua gemendo e colocando suas mãos onde eu o feri, contudo, no caminho para a porta do apartamento ele facilmente me alcança e sua mão me detém. Enrolando os seus dedos nos fios dos meus cabelos, ele bruscamente me puxa para trás e eu caio, estatelando-me no chão e batendo minha cabeça. Grito de dor, e respirando com dificuldade eu perco quaisquer esperanças de que alguém nos ouça, ao me lembrar do estúpido excelente isolamento acústico que há em todos os apartamentos deste prédio. Com as janelas e portas da residência totalmente lacradas, nenhum vizinho me ouvirá, ainda que eu grite a plenos pulmões e acabe com minhas cordas vocais.

Estirada no piso, minha cabeça lateja de dor e me vejo sem qualquer escapatória. Não tenho chances contra o meu robusto oponente. O homem alto e imponente não me dá tempo para que eu me recupere e chuta meu estômago, de novo e de novo, a dor é tão excruciante que penso que vou vomitar e lágrimas transbordam meus olhos. O desconhecido é incansável, e num hábil movimento ele de coloca sobre mim. Prendendo minhas pernas ele soca meu rosto, e minha bochecha se corta ao se chocar com meus dentes e o gosto de sangue se espalha pela minha boca. Em seguida, as mãos revestidas de luvas de couro se prendem ao redor do meu pescoço e os dedos começam a me apertar com força, me asfixiando. Sem ar, eu me debato desesperadamente e estico minhas mãos, tentando sem sucesso empurrá-lo e afastá-lo. Por mais que eu tente, já atordoada pelos golpes e tendo meu fluxo de oxigênio cortado, minhas pálpebras começam a se fechar, mesmo que eu inutilmente lute para respirar e mantê-las abertas, mas é impossível suportar a isso. Sufocada e tonta, começo pouco a pouco perder meus sentidos e minha consciência pela falta de ar e completamente nocauteada, desfaleço e sou jogada no limbo da inconsciência, submergindo em escuridão.