Que dormiu na praça

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Boa leitura!

27 — Que dormiu na praça

Draco POV

Muitas coisas haviam acontecido nos últimos dias, e eu ainda não tinha em mente exatamente o que deveria fazer sobre isso.

Hoje teríamos o primeiro show da temporada, e isso vinha me deixando completamente ocupado.

Eu havia decidido ponderar sobre a oferta de James, e realmente estudar com cuidado e atenção o documento antes de fazer qualquer besteira.

Mas, cinco minutos após ele me enviar os contratos rascunhados para que eu pudesse avaliar, eu já havia pulado no carro e estava corendo para casa de meu pai.

Ainda não tinha contado há ninguém sobre a oferta, mas sentia que ele poderia ser quem me ajudaria a avaliar se eu estava surtando demais, ou se era uma má ideia.

Eu cheguei bem cedo, e foi legal surpreender meu pai completamente caseiro tomando café da manhã na mesa, com alguma curiosidade quando irrompi pela porta, todo agitado.

— Vou precisar ligar para nosso advogado? — Perguntou, assoprando por trás da xícara.

— O que? — Perguntei ao me sentar após me servir café, vendo ele continuar me encarando curioso.

— Você definitivamente fez alguma coisa. Vamos precisar de advogado?

Revirei os olhos para o comentário dele, que sempre pensava que eu lhe procurava porque tinha feito alguma bobagem, e me contentei em beber um gole longo de café, sob seu olhar atento.

— Não achei que ia ficar de verdade na cidade. Já faz alguns dias — Comentei por casualidade, vendo ele assentir.

— É calmo aqui. Às vezes é bom me afastar um pouco das viagens. E além do mais... estou enjoado dos hotéis. O último se dizia cinco estrelas, mas não tinha piscina particular. Só uma hidro — Ele agitou os dedos em sinal de descaso.

— Pai, você odeia piscina — O lembrei, vendo sua sobrancelha se arquear.

— Eles não sabem disso. E se eu gostasse? Faria o que? Nadaria na piscina compartilhada?

Ri, negando suavemente com a cabeça, bebendo outro gole de café, pensando que cada dia estava ficando mais fácil e mais legal estar próximo dele.

Me sentia muito feliz por ter conhecido os Potters e ter tido essa vontade de me abrir com meu pai, porque nunca pensei que pudéssemos nos dar tão bem.

— Tudo bem — Ele disse, após terminar o café, afastando a cadeira após recuar o prato com alguns pedaços de bolo pela metade — Vamos para o escritório.

— Escritório? — Perguntei ao me levantar para lhe seguir pelo corredor.

— Você trouxe uma pasta de papéis. Se não é uma ordem de prisão por alguma barbaridade que você fez, então é algum documento para eu analisar.

— Você acredita tão pouco na minha capacidade de manter a ficha limpa — Reclamei, ouvindo um som que quase soou como uma risada, mas continuei lhe seguindo.

— Você terminou os contratos que lhe enviei?

— Eram muito extensos, mas estou acabando. Estou terminando a análise da clausura 18 — Murmurei distraído, ouvindo agora uma risada verdadeira, enquanto ele se virava para mim com diversão.

Suspirei ao ter sido pego tão facilmente em uma mentira.

— Você não enviou nenhum contrato, né — Adivinhei, porque era minha resposta automática para meu pai.

A Divina Comédia || DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora