Cebola Pov.
Corremos por dentro da floresta até alcançar a estrada onde o carro estava estacionado. Eu já estava muito cansado pelo esforço de correr e carregar a Mônica em meus braços, houve alguns momentos que me ajoelhei no chão para respirar um pouco, mas quando eu olhava para ela gritando de dor logo me levantava para continuar a correr.
Entramos dentro do carro, pus a Mônica no banco de trás deitada no colo de Dona Luisa e Magali, Cascão foi comigo no banco da frente. No momento que saímos pude ver pelo retrovisor que Seu Souza estava nos seguindo em alta velocidade e logo poderia ultrapassar-nos.
- Ele está nos seguindo - Avisei a todos.
- E agora? O que fazemos? - Perguntou Dona Luisa.
Olhei pelo retrovisor novamente mas dessa vez foi para ver como Mônica estava e a medida que via a dor em seu rosto todo meu corpo era tomado de uma Adrenalina absurda. Olhei para o lado e vi uma pequena estrada de terra.
- Segurem a Mônica! - Avisei e imediatamente virei a direção do carro para a esquerda e todos começaram a gritar com o susto. Rapidamente o carro foi descendo estrada abaixo até eu conseguir pará-lo e continuar conduzindo.
- Cara! Que loucura foi essa? - Perguntou Cascão com a mão na cabeça.
- Eu... Eu...
- Que se dane! Continua dirigindo. - Ele falou.
- CEBOLA! - Magali gritou - O BEBÊ ESTÁ NASCENDO!
Imediatamente parei o carro e desci, corri logo para abrir a porta e Magali desceu também.
- Mônica! Meu amor aguente firme por favor! - Ela estava com a cabeça deitada ainda no colo de Dona Luiza.
- Precisamos fazer o parto dela agora! - disse Magali.
- Como vamos fazer isso? - Perguntei nervoso.
- AAAAAAAAAAAAI - Mônica gritou de novo. - EU NÃO ESTOU AGUENTANDO MAIS!
- Meu amor! Respire fundo... Por favor...
- Eu posso ajudar vocês? - Uma voz soou atrás de nós.
Nos viramos assustados para ver quem era e vimos uma senhora com uma cesta na mão.
- A senhora pode? - Perguntei. - Minha namorada está em trabalho de parto...
- Eu sou parteira há trinta anos, vamos pegue a moça e leve para minha casa que já é bem aqui perto.
Peguei a Mônica nos braços e Cascão trancou o carro, andamos um pouquinho até chegarmos a um pequeno sítio, entramos por uma porta que dava entrada para um alpendre e em seguida para dentro da casa onde nos encontramos numa sala de jantar com uma cozinha ao lado. A frente havia um portal que dava entrada para a sala de visitas e os quartos.
- Rapaz, vá por ali - ela apontou para o portal - Entre na primeira porta a sua direita e ponha ela na cama. E você moça - Falou com Magali - Vá ali na cozinha, debaixo da pia tem uma bacia e no armário ao lado há panos, traga-os para mim. - Ela olhou para Dona Luisa - Imagino que a senhora seja a mãe ou a sogra dela.
- Sou a mãe..
- Ótimo, você vai me ajudar no parto da sua filha, venha comigo.
Entrei no quarto onde tinha uma cama de casal e uma de solteiro ao lado encostada na parede. Deitei a Mônica na de casal.
- Meu amor... Você vai ficar bem.. - Eu disse segurando em suas mãos. Meus olhos estavam encharcardos de lágrimas.
- Cebola... Tá doendo muito... - Ela estava sofrendo demais.
- Meu amor... Nosso bebê vai vim ao mundo! Vamos ser pais... Vai dar tudo certo! Respire por favor... - Eu passava a mão suavemente limpando o suor de sua testa.
- Aaaai....
Dona Luisa e a senhora que nos ajudou entraram no quarto.
- Bom papai, hora de você sair um pouco de perto. - Disse a senhora.
- Eu quero ver o nascimento do meu filho!
- E você verá! Mas se afaste um pouco! - Ela chegou perto da Mônica. - Ela está sangrando a quanto tempo?
- Achamos ela a um pouco mais de 20 minutos daqui, mas não temos noção de quanto tempo ela sangrou... - Respondeu Dona Luisa
- Isso não é muito bom! - Disse a senhora.
- Como assim não é bom?? Meu filho vai nascer?? Ele está bem??
- Cebola... Eu sei que você está nervoso, mas acho que seria melhor você ficar lá fora... É melhor para você e pra Mônica. - Disse Dona Luisa vindo ao meu encontro.
- Aqui está a bacia! - Magali entrou imediatamente no quarto.
- Rápido! Posso ver a cabeça da criança! - Disse a senhora. - Faça força minha filha! Seu bebê ainda está vivo mas se você não se esforçar não sei se conseguirei salvá-lo
Mônica começou a fazer força enquanto gritava muito, Magali estava em pé ao meu lado e Dona Luisa estava próxima a cabeça da Mônica passando a mão em sua testa.
- Faz força meu amor! Por favor.
- CEBOLA! - Gritou Magali para mim. - Fique calmo! Facilite as coisas. - Naquele momento ouvi o choro do bebê.
- Meu filho... - Comecei a chorar mais ainda.
- É um menino - Disse a senhora - Um menino muito guerreiro, nasceu com muita saúde. - Ela deu o bebê para Dona Luisa.
- É a sua cara Cebola... - disse Dona Luisa chorando. E logo ela colocou ele nos braços da Mônica que sorria e chorava.
- É meu amor... Ele é a sua cara...
Me aproximei deles enquanto Dona Luisa, a senhora e Magali saíram do quarto.
- Ele é lindo... - Falei.
- É... Muito obrigada por tudo..
- Eu que agradeço, você foi a melhor coisa que me aconteceu Mônica... E agora nós temos nosso filho... Aqui... Com a gente... - Nos beijamos. - Você está bem?
- Estou... Dolorida, mas estou bem... Estou muito cansada.
- Lamento por tudo que aconteceu, foi muita pressão em cima de você... Você não merecia o que eu...
- Não diga mais nada, você não é culpado do que aconteceu... Você também foi a melhor coisa que me aconteceu! E eu passaria por tudo de novo para ter nosso filho.
- Melhor ela descansar - Chegou a senhora no quarto - Vamos dar banho no bebê e você também deve tomar um, sua mãe e sua amiga vão lhe ajudar... Venha papai, vamos banhar seu bebê.
- Temos que partir logo... - disse.
- Melhor vocês passarem a noite aqui... Já está escuro lá fora e é ruim de andar na estrada, e como eu disse, ela precisa descansar, foi um parto muito difícil. Tenho mais três quartos disponíveis, e vocês podem se acomodar perfeitamente.
- Agradeço muito - Disse
A senhora era muito simpática, ela sorriu para mim e pegou o bebê nos braços e fomos ao banheiro do outro quarto para banhá-lo enquanto Dona Luisa e Magali foram ajudar a Magali a tomar banho.
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Amor de Outono
Teen FictionMônica e Cebola, o casal mais aclamado do bairro do limoeiro, no auge de seu namoro, sofrem com problemas além do que imaginam suportar, levando nosso caro Cebola a uma viagem distante de seu amor, podendo causar uma alteração na vida de outro ser...