Pov. Mônica
Medo, agústia, desespero, eu sentia tudo isso de uma só vez, eu não sabia o que fazer, meu corpo inteiro estava dormente e por mais que quisesse reagir de alguma forma, não conseguia. Magali me ajudou a levantar do chão enquanto eu ainda estava tremendo.
- Mô... Precisamos ir até lá impedir que seu pai faça alguma coisa contra o Cebola.
- Ele quer o Matteo, ele quer uma troca, meu filho pelo Cebola - Eu não conseguia falar muito tempo sem chorar, as palavras loucas de meu pai ressoavam na minha mente me aterrorizando - Como um homem... Como um pai pode agir dessa forma? Como ele tem coragem?
Magali me abraçou.
- Eu não sei amiga, eu não sei... - Ela respirou fundo e me afastou ainda segurando nos meus ombros e olhando no fundo dos meus olhos - Mas o que eu sei é que precisamos correr, porque não temos muito tempo.
Ela se levantou da cama e pegou o Celular para ligar para alguém:
- Alô? Cascão?... Precisamos de você aqui, vem pra cá e depois eu te explico!... Não só vem!... Eu não quero saber se tá passando cosmo sei lá o que na televisão... Vem pra cá! - ela desligou o celular - Ele já está vindo. Eu vou ligar pro Pietro e desmarcar nosso encontro de hoje a noite, já volto. - Magali saiu do quarto e de repente um peso tomou conta de mim.
É tão difícil, eu preciso parar, respirar e tentar organizar meus pensamentos, mas... Só de imaginar no que o Cê está passando e eu olho para o Matteo... Não imagino viver mais minha vida sem eles.
- Falei com o Pietro, ele disse que tudo bem - Disse Magali entrando no quarto e tornando o ambiente mais acolhedor - O Cascão já está lá em baixo, expliquei para ele o que aconteceu, estamos prontos para ir.
Respirei fundo.
- Precisamos pensar em um plano, não podemos simplesmente chegar lá e aceitar o que o meu pai quer, precisamos salvar o Cê sem entregar o Matteo.
- Sim, mas o que vamos fazer?
- Ele disse que não chamassemos a polícia, tenho medo do que ele pode fazer se chegarmos lá com muita gente.
- Mas se a polícia chegar sem alarmar? Será que não seria melhor? Você viu os dois homens que tinha atrás? Ele pode ter outros lá vigiando o local! Só eu, você e o Cascão não damos conta! Até porque você de nós três é a que está mais debilitada!
- Não importa! Vou fazer o que for necessário para poder salvar meu filho e o Cê, mas agora nós temos que ir.
Magali concordou com a cabeça, ela sabe que quando tomo uma decisão dificilmente volto atrás.
Peguei o Matteo e saímos nós três rumo ao local que meu pai marcou, passamos um pouco a frente do bairro das pitangueiras até chegarmos à um casarão aparentemente abandonado.
- É aqui que o seu pai está? - Perguntou Cascão aparentemente assustado
- De acordo com o endereço que ele mandou sim. - respondi.
Era fim de tarde e isso já ajudava muito a não deixar o ambiente assustador, pior foi no dia que eu e a Denise invadimos a casa da Agnes, foi bem mais terrível.
Entramos no casarão, era incrível como havia energia elétrica, ainda que pouquíssimas luzes estivessem acesas mas ainda assim estava um pouco claro. Lá dentro era tudo um tanto "antigo", o piso era de madeira que quando andávamos dava para ouvir o rangido das nossas pisadas, assim que entrávamos dava direto para uma sala que tinha um sofá vermelho desbotado, empoeirado e com cheiro de mofo, havia uma televisão daqueles modelos antigos tipo tubo e uma escada a esquerda que levava para o segundo andar. Mais a frente um corredor e no fim do corredor uma porta preta de madeira, e dobrando a esquerda o corredor continuava porém, havia uma cozinha ao lado ligada com uma sala de jantar que pareciam não ser usadas a muito tempo e a frente uma escada que levava a um andar inferior.
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Amor de Outono
Teen FictionMônica e Cebola, o casal mais aclamado do bairro do limoeiro, no auge de seu namoro, sofrem com problemas além do que imaginam suportar, levando nosso caro Cebola a uma viagem distante de seu amor, podendo causar uma alteração na vida de outro ser...