Capítulo 42 - O Retorno

257 16 18
                                    

Pov. Cebola

Acordei neste ambiente desconhecido acompanhado de pessoas que nunca vi na vida... Eu devo dizer que estou muito assustado. Minha mente está muito confusa, meus pensamentos estão completamente desorganizados, eu preciso parar um tempo e entender o que aconteceu.

- Você lembra de como foi parar no mar? - A senhora que havia falado comigo quando acordei estava vindo até mim trazendo uma bandeija com uma xícara do que eu acredito que era chá e alguns biscoitos.

- B-bem pra falar a verdade minha mente tá um pouco confusa, não consigo lembrar direito do que aconteceu mas, eu lembro que estava num barco e.... Não sei...

- Meu marido lhe encontrou boiando desacordado apoiado numa táboa no mar, ele pensou até que estivesse morto mas quando viu que não, preferiu lhe trazer para cá, você estava muito debilitado.

- O-obrigado. - respondi. - Nem sei como agradecer.

- Bom, comece tomando este chá com biscoitos que eu mesma fiz. - ela sorriu para mim e foi até a porta. - Você gosta de sopa? - ela me perguntou e eu respondi que sim com a cabeça. - Ótimo, vou preparar uma especial para você jantar conosco.

- Eu não quero incomodar. - respondi constrangido

- Não se preocupe com isso. - ela respondeu - Amanhã de manhã meu marido vai lhe levar até o píer do limoeiro, foi próximo de lá que ele lhe encontrou.

- Limoeiro... Sim, eu lembro deste nome, acho que eu moro neste lugar... S-sim! É isso! Eu moro no bairro do limoeiro, e... Eu... Eu tenho um filho... E estou próximo de me casar.

- Você é tão jovem e já é pai? - Ela perguntou um pouco surpresa.

- S-sou... Sou sim! - respondi com orgulho.

- Bom, espero que amanhã consiga se reunir a sua família. - ela sorriu e saiu do quarto.

Respirei fundo e fechei os olhos na tentativa de lembrar o que tinha acontecido.

Primeiro eu entrei no barco, eu ouvi um tiro... Eu tinha que salvar alguém... Eu não consigo me lembrar... Minha cabeça dói.

- Não adianta - falei frustrado - Eu tento mas não consigo lembrar de muita coisa que aconteceu - respirei fundo - como vou encontrar minha família amanhã?

Pov. Magali

- Ele dormiu? - perguntou a mãe do Cascão preocupada. Ela estava sentada na mesa da cozinha tomando uma xícara de café, já era por volta de 18h30.

- Dormiu. - respondi um pouco cansada.

- Coitado do meu filho, está sofrendo tanto, nunca vi o Cascão tão abatido.

- Eu sei, também me assusta vê-lo assim... - me sentei na cadeira ao lado. - Juro que não sei mais o que fazer... Nem comer ele quer.

Dona Lurdes passou a mão sobre meu ombro calmamente.

- Se eu fosse você iria descansar também, não é bom para o bebê que você se sobrecarregue de tanto cansaço.

Respirei fundo - eu gostaria muito, mas meu coração fica apreensivo só de pensar no Cascão.

- Olha, vai lá pro quarto de hóspedes, se deita um pouco, se ele acordar eu vou lá e te chamo, mas vai descansar, é o melhor pra você e a criança.

Sorri para ela e recebi outro sorriso de volta.

Subi para o quarto e de tão cansada que eu já estava só fiz me jogar na cama. Eu estava tão enjoada que já não sabia dizer se era apenas a gravidez ou o meu emocional que estava completamente destruído, só sei que queria dormir um pouco.

Às 22HS

- Magá... Amor... - acordei com uma mão passando carinhosamente sobre meus cabelos.

- Cascão? - me sentei na cama rapidamente.

- Calma, não precisa se levantar tão depressa. - Ele me disse preocupado..

- Você está bem meu amor? - perguntei passando a mão no seu rosto.

- Ainda não, mas espero ficar... - Ele sorriu de canto de boca. Quem olhava para ele se assustava, seu olhos estavam inchados de tanto chorar. - Sua mãe ligou inda pouco, minha mãe falou com ela que você ia dormir aqui essa noite.

- Tá ótimo, assim fico mais perto de você - respondi.

- Poderia ficar bem mais perto né? - ele falou.

- Como assim?

Ele se aproximou do meu ouvido e sussurrou: Vem dormir comigo no meu quarto.

- C-com você? No quarto? Só nós dois?

- Qual problema? - ele sorriu - Esqueceu que você já está grávida? E que foi nós dois que causamos isso? O que mais pode acontecer?

- É verdade - ri um pouco sem graça - tá certo, eu vou.

Me levantei da cama e fomos para o quarto dele. Chegando lá nos deitamos na cama e apoiei minha cabeça no peito dele.

- Sabe Maga... Eu tô muito mal pelo Cebola, mas estou feliz de ter você aqui comigo. Muitas vezes quis estar assim próximo de você, e hoje aqui estamos.

- É... Eu também me sinto muito feliz de estar aqui com você, pena que as circunstâncias atuais não são tão agradáveis.

- Eu perdi meu irmão... - Ele falou segurando o choro - meu melhor amigo, acho que nunca mais vou ter alguém como ele na minha vida.

Eu o abracei mais forte enquanto ele chorava agarrado comigo.

- Obrigado por estar aqui.

- Sempre...

No Outro Dia Pela Manhã

Pov. Cebola

Saímos cedo de casa e ao chegar ao píer busquei encontrar algum rosto conhecido...

- Obrigado pela ajuda do senhor, vou andar um pouco pelo bairro.

- Tudo bem jovem, se não encontrar ninguém que conheça pode voltar aqui, vou ficar até às 14h40.

- Certo, eu tenho tempo suficiente...

Saí andando pelo bairro a procura de um rosto conhecido mas ninguém parecia familiar até que...

- Cebola? - Esse é meu nome! Me virei e encontrei uma pessoa bem familiar.

- D-Daniela?!

- Que Daniela o quê? Tá maluco? DENISE querido DE-NI-SE. Que é isso? Tá com amnésia é?

- Desculpa Denise, eu bati minha cabeça muito forte e ainda tô com meus pensamentos um pouco embaralhados... Mas que bom que eu te encontrei!

- Eu é que estou feliz de ter te encontrado! Imagina o bafão que vai ser saberem que você está vivo depois de dias de luto!!! E sou eu quem vou dar a notícia!!! Meu blog vai BOMBAR!!! - ela falou animada.

- Pera ai, dias de luto? Como assim? Acham que eu estou morto?

- Você não sabe de nada do que está acontecendo?

- Não é óbvio? - respondi

Ela respirou fundo e por um momento eu consegui ver um olhar de compaixão em Denise.

- Houve uma explosão no barco em que você e o seu Souza estavam naquela noite, depos a polícia procurou por todos os lugares durante dias mas não encontrou seu "corpo" e as buscas foram encerradas e você... Foi dado como morto...

- Meu Deus... Eu preciso... Denise algumas memórias estão conturbadas na minha mente... Eu sou pai não sou?

- Sim, é sim...

- Ótimo... Pelo menos isso eu lembro, mas... Quem é a mãe do meu filho?

- Pera ai, não vai me dizer que você esqueceu da Mônica, não Cebola por favor né! Você lembrar de mim e não lembrar da mulher que você mais ama?

- Eu já te falei, algumas memórias estão prejudicadas... Escuta, eu preciso achá-los, me leva até eles?

- O negócio tá sério mesmo.... Tá bom baby, vamos!! Siga Denise!!

Amor de OutonoOnde histórias criam vida. Descubra agora