Pov. Cebola
Palpitação, mãos suadas, tremores no corpo.... Parecia que eu estava indo para o matadouro, era uma sensação de medo e ao mesmo tempo de alegria com uma pontada de insegurança. Todos pensavam que eu havia morrido, pessoas importantes para mim choraram um luto que na verdade não existia, o que me preocupava na verdade era não enteder o que tinha acontecido e como o barco havia explodido, minha memória ainda está prejudicada, parece um quebra cabeça com peças faltando e pior, peças importantes.
- Se acalma Cê, vai dar tudo certo! - falou Denise confiante.
- E se não der? - perguntei temeroso
- Tem que dar! Meu blog... Quero dizer, todos anseiam por te ter de volta - ela falou.
Respirei fundo enquanto andávamos pelas ruas do limoeiro, eu tinha a sensação de já ter estado neste lugar, mas muita coisa eu não conseguia lembrar.
- Chegamos. - avisou Denise.
Estávamos de pé diante de uma casa, ao olhar pra ela algumas lembranças vieram a minha mente... Uma noite de chuva, eu estava com alguém, a gente estava... Feliz...
- Já passa das 23h, tenho medo de você voltar sozinho pra casa, não prefere dormir aqui? Eu quis dizer, você na sala amorzinho, meu pai nem pode sonhar que você está dormindo no quarto comigo.
- Ôôô, mas você vai me deixar dormir sozinho no sofá?
- Tá certo, você dorme no quarto, mas no chão! Vou pegar o meu colchão inflável....
Eu lembro dessa conversa... Mas não consigo visualizar o rosto da pessoa que falava comigo, só sei que eu a amo muito.
Estava de olhos fechados e quando abri olhei para o lado e vi um homem, de repente o tremor no corpo voltou mais intensamente, mas dessa vez era medo e raiva.
- Quem é aquele homem Denise?
- Quem? - Ela olhou e imediatamente sua feição mudou, ela me puxou rapidamente para trás do muro e nos abaixamos. - Não é possível!
- Como assim não é possível? De quem estamos falando? E por que eu tenho tanto medo e raiva dele?
- Ele é o pai da Mônica... - Ela respondeu sombriamente e eu fiquei com uma cara tipo: Quem?
- Mônica... Mãe do seu filho, e ele é o homem que fez de tudo para separar vocês, era com ele que você estava no barco na noite do acidente.
- Então... Ele pode ter causado a explosão que quase me matou? Os tiros... Naquela noite eu ouvi... Ele mesmo tentou me matar?
- Olha eu não sei exatamente o que aconteceu, eu não estava lá, infelizmente essa bomba literal eu não tinha para o meu blog. Mas me contaram mais ou menos o que tinha acontecido.
- E o que ele faz aqui? - perguntei curioso. Olhamos um pouco pela ponta do muro, ele estava de frente para a casa e de repente pegou o celular para fazer uma ligação.
- Isso! Às 19h30! É neste local mesmo que te mandei o endereço! Não se atrase - ouvimos ele falar de longe.
- E agora? O que é que significa isso? - perguntei assustado.
- Não sei... - respondeu Denise.
- Eu não posso deixar que ele me veja, ele pode querer concluir o que não conseguiu no barco.
- Tem razão... Vamos... Você vem pra minha casa. - Ela se levantou e puxou meu braço
- Como é?! - questionei
- Vamos dar um jeito de descobrir o que ele está tramando! Ainda hoje você vai reencontrar sua família. Mas por enquanto, preciso te manter escondido.
Fomos pra casa da Denise e entramos no seu quarto.
- O que você acha que devemos fazer? Não temos como bater de frente com aquele homem, e outra eu preciso ir ao píer avisar ao senhor que cuidou de mim que eu encontrei pessoas que conheço.
- Certo, eu vou lá por você e dou o recado, mas deste quarto ainda você não sai.
- Tudo bem, mas tem que ser logo, ele vai sair de lá 14h30
- Eu já vou, e enquanto isso penso no que pode ser feito. Não abra a porta pra ninguém, por enquanto para todos os efeitos você ainda está... "Morto".
Concordei
Denise saiu e eu fiquei sozinho no quarto olhando tudo a minha volta.
- Que agonia... Ter que ficar trancado sem poder fazer nada... - respirei fundo, quando de repente olho para a escrivaninha e vejo algo que poderia ser "uma saída".
Pov. Denise
Nossa que bafão a volta do Cebola, digno de filme de cinema! Só eu sei como está sendo difícil guardar essa história só pra mim, mas, infelizmente é necessário.
À caminho do píer acabei esbarrando com a Magali.
- Denise! Onde tá indo com tanta pressa? Você está bem? Parece pálida. - Perguntou ela.
- Pálida? Eu? De jeito nenhum, até porque meu tom de base é certinho o que tenho que... Pera ai... Vou explicar sobre maquiagem justo pra ti? Kkkkkkkkkk que sem noção que eu sou.
- Você é terrível Denise, eu aqui toda preocupada e você zombando da minha cara.
- Ah amoor... Libera esse stress, não te faz bem e outra coisa, basta olhar pra mim pra perceber que eu não estou simplesmente bem, eu estou maravilhosa.
- Seu conceito sobre maravilhosa baixou e muito não? Você está parecendo que viu uma assombração.
- Confia em mim... Eu tô bem! - saí de perto da Magali e continuei até o píer.
Pov. Magali.
- Tem alguma coisa errada...
(CELULAR TOCANDO)
- Alô? - Atendi - Sim é a Magali.... O QUÊ?!
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Amor de Outono
Teen FictionMônica e Cebola, o casal mais aclamado do bairro do limoeiro, no auge de seu namoro, sofrem com problemas além do que imaginam suportar, levando nosso caro Cebola a uma viagem distante de seu amor, podendo causar uma alteração na vida de outro ser...