Aceitar o fim?

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Ele ficou parado, olhando pra ela apenas de toalha, como que em um transe. Apesar de ainda estar com um peso no coração sobre os acontecimentos dos últimos dias, ele a desejava demais.
Faziam dias que não se tocavam e ele necessitava dela...

— Cê vai ficar aí me olhando até que horas? Já te perguntei, cê quer o quê aqui? Henrique responde! - Ela altera um pouco a voz.

— Precisamos conversar, cê não acha? - ele desperta

— Não sei se quero conversar com você não Henrique. E mesmo que sim, essa não é a melhor hora. Cê pode sair do quarto por favor? Preciso me trocar. - Ela fala dando as costas pra ele. Que vai até ela e cola em suas costas.

— não faz assim comigo. Cê sabe o quanto eu preciso de você. - Ele sussurra com sua voz rouca perto do seu pescoço.

Ela prende a respiração, seu corpo reage a chegada dele, ela também precisava dele.

— Pensasse nisso antes de ir embora com aquela mulherzinha. - ela fala baixo, sua respiração já estava descompassada, mas tentava manter a postura.

Ele começa a passar a mão nas coxas dela e vai subindo. Ela respira fundo, queria ceder ali mesmo, mas ele merecia uma lição, mesmo que ela sofresse junto.

— Eu já pedi pra você sair não foi? Por favor sai do meu quarto! - ela fala mais firme, sem olha-lo.

— Cê tem certeza?

— Absoluta!

— Tá certo Luana, eu vou te deixar em paz! - ele vai indo em direção
a porta.

— como se isso fosse possível né? - Ela sendo irônica.

— e você bem que consegue né? Tudo que cê fez nesses últimos dias, foi tirar minha paz, Luana.

— Então estamos quites né Henrique, não somos mais motivos de paz um para outro, isso tá bem claro pra nós.

Henrique balança a cabeça, mostrando o quanto estava sentido com as duras palavras dela e sai do quarto sem dar mais nenhuma palavra.

— Que merda tá acontecendo?
- Luana senta na cama e pensa nesse turbilhão de confusões que tem se tornado a vida dos dois.

...

— Maninha? posso entrar? - Luana responde que sim.
— Como cê tá? Percebi que o barbudo lá embaixo não tá muito bem.

— Não sei explicar Dri, eu amo esse homem, mas...

— Mas? - Drica pergunta

— Mas eu tô muito confusa.

— Tem outro barbudo mexendo com você?

— Aí Drica, eu não sei bem se seria isso sabe, não sei mesmo. Mateus é um ídolo, além de ser homem incrível, com uma alma livre. Henrique não, ele é ciumento, marrento, acha que pode ser meu dono... AAHHH!

— eh maninha, dividida entre dois barbudos gatos, isso é que é uma bela sinuca de bico. - ela sorri

— Nossa Dri, cê me ajuda demais viu! - Luana cerra os olhos pra ela.

— Mas sério maninha, pensa, põe tudo na balança e foca no seu objetivo. Eu tô do seu lado tá.

— Obrigado Maninha, vamos descer né? fome chamando.

— E cê vai descer assim mesmo? provocando o barbudo com esse decote? tem gente de fora aí viu, vou logo te avisando.

— Uai, um simples croped? ainda acha que eu tô de saia longa. - elas riem e descem.

...

— Um doce pelos pensamentos do sobrinho mais lindo desse mundo.

— Oh tia gostosinha, tô valendo nada não, nem um doce. - Rique fala rindo fraco

— Quem foi a louca que lhe disse isso? Duvido que tenha sido aquela mulher linda que vem ali, porque se foi, vou colocar uma camisa de força nela agora mesmo, porque só sendo louca pra falar um absurdo desse. - ela ri e ele olha pra ela vindo.

— Acho que ela não me ama mais tia. - ele diz suspirando.

— Com esse olhar que ele tá lançando em sua direção? Duvido. - ele ri fraco.
— Meu amor, escuta a tia, eu entendo de mulher melhor que ocê, afinal eu sou uma né verdade? - ela sorri pra ele.
— filho, cê precisa ser mais paciente, controlar mais sua marra, há várias maneiras de não perder alguém, como também há várias maneiras de perder. Suas atitudes vão te direcionar pra algum desses dois caminhos, domine qual cê quer ir. - ele balança a cabeça afirmando que entendeu.
Tia Martinha beija sua cabeça e sai, deixando-o com seus pensamentos...

— Manim, bora tocar um pouco, o pai tá chamando.

Não estava muito afim de festa, mas o pai insistiu e ele não podia negar
— Bora Nim!

E ficam numa resenha boa, cantando uns modão, nesse momento ele e Luana parecem se entender bem, afinal é música, e a música muitas vezes é a melhor declaração que se pode ouvir.

— e aí? qual a próxima? - Rique pergunta

— alguma do Daniel. - o pai fala.

Ele começa a dedilhar... e inicia a canção olhando nos olhos de Luana que fica paralisada, apenas ouvindo a voz maravilhosa desse homem, cantando A Declaração...

"Pegue-me, aqueça-me em teu corpo, amor
Eu quero te amar como a primeira vez
No tempo em que eu era seu, só você e eu
E nos olhos o espelho da paixão

Não vá, como vou viver assim?
Distante de você, o que vai ser de mim?
Não posso te perder, jamais vou te esquecer
Diz que é sonho, me acorde, por favor

Eu só quero seu amor no meu coração
Meu amor é mais que uma paixão
O que eu fiz pra você? Não me deixe assim
Eu não posso aceitar o fim

Olha, você precisa acreditar na força do amor
E o seu coração necessita ver o porque de nós
Eu e você, você e eu e ninguém mais

Eu só quero seu amor no meu coração
Meu amor é mais que uma paixão
O que eu fiz pra você? Não me deixe assim
Eu não posso aceitar o fim

Não vá, você tem que me escutar
Por Deus, me dê uma chance a mais pra amar você

Amor, amor (amor, amor)
Eu não quero ver você partir
E aquela porta se fechar

Eu só quero seu amor no meu coração
Meu amor é mais que uma paixão
O que eu fiz pra você? Não me deixe assim
Eu não posso aceitar o fim."

Dois Corações e Uma História | Ricelly HenriqueOnde histórias criam vida. Descubra agora