Capítulo 23

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POV Lauren Jauregui

Avenida Paulista, São Paulo - 11:30 A.M

Após a loucura do jogo de ontem, hoje decidimos vir até a Avenida Paulista, já que a mesma fechava aos domingos.

O dia estava lindo. O céu mais azul do que nunca, com poucas nuvens espalhadas. O ar estava quente, mas apesar de tudo, o vento era gélido.

Cada passo que dávamos era um encontro com algum evento diferente, pessoas dançando em enormes grupos, músicos apresentando suas canções, pessoas vendendo as suas artes e outras mil e uma coisas ao mesmo tempo.

Tinha de tudo um pouco, e era isso que encantava o olhar da morena ao meu lado.

Camila andava à minha esquerda e por vez ou outra sentia nossas mãos roçando, me dando uma enorme vontade de segurá-las. Toda vez que passeávamos por aqui Camila sorria de orelha a orelha, observando tudo ao seu redor, e eu claro, não conseguia me segurar ao vê-la assim e acabava sorrindo junto.

Hoje ela usava uma calça jeans não muito escura, desenhando suas curvas acentuadas e na parte de cima uma regata preta que deixava um pouco de sua barriga à mostra.

Tão linda!

— O que foi, Lern? — Camila deu risada ao se virar e perceber que eu a encarava sem medo.

— Você é linda, Camila, apenas isso. — falei e instantaneamente suas bochechas ficaram vermelhas como um tomate.

Ela colou mais um pouco nossos ombros e num gesto rápido, grudou nossas mãos. Algo tão simples que me fez arrepiar da cabeça aos pés.

Segurei sua mão firmemente e ela fez um breve carinho como resposta.

Era tão bom tê-la assim.

Nossa conversa foi tão boa que tudo estava fluindo de uma maneira muito agradável. Porém tudo ainda era incerto...

Me apertava o coração saber que Camila a qualquer momento poderia voltar para sua realidade.

Não gostava de pensar nisso, sendo assim, troquei meu foco para Dinah e Normani que por sua vez, caminhavam ao meu lado direito, ambas grudadas uma na outra e rindo de alguma coisa do outro lado da rua de maneira escandalosa.

Direcionei meu olhar até o outro lado da rua e notei que ali havia um grupo de artistas de teatro apresentando uma cena, que ao julgar pela reação das pessoas que em volta estavam, parecia ser divertida.

— Eu amo São Paulo! — Normani falou em meio ao riso. — Onde mais você encontra gente assim, que se reúne pra apresentar teatro em plena luz do sol?

— Esse povo do teatro é tudo doido. Eu amo! — foi a vez de Dinah se pronunciar. — Não é, Mila?

Olhei para Camila que nesse momento parecia ter perdido alguma coisa do lado oposto ao qual Dinah, Normani e eu estávamos olhando. Acompanhei seu olhar e percebi que ela olhava fixamente para algumas bandeiras estendidas em um varal.

— Sempre no mundo da lua. — Dinah falou, também olhando pra Camila.

— Deixa ela. — falei sorrindo, ainda olhando para a figura da mulher concentrada nas bandeiras a minha frente.

— Vish, amor, já vi que essa daí tá toda trouxa apaixonada pela bunduda. — Dinah brincou, cutucando Normani. — Vai lá ver o que ela quer com as bandeiras LGBT, compra uma pra ela. Vou ver a peça dos doidinhos ali, depois nos encontramos, pode ser?

— Fechado. — respondi. — Tomem cuidado. Não fiquem vacilando que aqui é perigoso.

— Sim, mamãe. — Dinah revirou os olhos e saiu com Normani em direção ao grupo de atores.

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