Cronos

Capítulo 17.

POV Camila Cabello

Domingo, 1 de dezembro de 2019 - São Paulo, SP.

Acordei na manhã seguinte com a claridade entrando pelos furos que eu havia feito na cortina de Lauren.

Me espreguicei, soltando um longo gemido enquanto sentia minhas costas estralarem.

Era como se minha coluna voltasse para o lugar.

Aos poucos fui abrindo meus olhos e me adaptando com a claridade no quarto.

— Bom dia, Lern. — falei manhosa.

Silêncio.

Franzi o cenho e tateei o espaço ao meu lado, percebendo a ausência do corpo da mulher que havia passado a noite comigo.

Sentei-me na cama e fitei o teto, observando meu reflexo solitário em meio aos lençóis brancos bagunçados.

Eu ainda estava nua.

Me cobri da forma mais rápida que consegui enquanto me questionava onde Lauren poderia estar.

Mas não demorou muito para que eu obtivesse minha resposta.

No segundo seguinte percebi a porta do quarto, que até então estava encostada, ser aberta com o auxílio das costas de Lauren, que se apoiou contra o objeto enquanto adentrava o quarto segurando uma bandeja.

— Bom dia, meu amor. — ela falou.

Cerrei os olhos em sua direção e assim que percebi o conteúdo da bandeja sorri abertamente.

Ela havia feito nosso café da manhã.

— Bom dia, Lern! — respondi animada enquanto sentava na cama, segurando o lençol sobre meus seios. — O que é tudo isso?

— Pensei que poderíamos tomar café da manhã juntas. Foi uma má ideia? — seus olhos tornaram-se tristes.

— Claro que não! Eu amei! — debrucei-me um pouco para observar o que ela havia preparado, apoiando meu corpo com uma de minhas mãos. — Pães com queijo e presunto, frutas, suco de laranja... — gemi em satisfação. — Hmmm.... E o que é aquilo ali? — apontei para algumas bolinhas postas em uma tigela redonda.

— Ah! Isso aqui se chama pão de queijo, mas você pode chamar de oitava maravilha do mundo também. Trouxe pra você experimentar.

— Parece gostoso! Vou tentar. — levei minha mão livre até a tigela com as bolinhas e assim que o fiz pude sentir o lençol em meu peito afrouxando, caindo sobre minhas pernas no instante seguinte, o que me deixou nua da cintura para cima.

Coloquei a bolinha em minha boca e rapidamente voltei a me deitar na cama, cobrindo-me com o lençol, o que fez com que Lauren risse.

— Camz! — ela falou. — Não precisa ter vergonha de mim! Não é como se eu não os tivesse visto antes.

— Mas eu tenho vergonha, ok senhorita? — respondi com a boca cheia.

— Você não pareceu ter vergonha ontem à noite. — ela arqueou as sobrancelhas.

Droga.

— Isso é porque... — mastiguei a bolinha em minha boca, engolindo-a no instante seguinte. — Eu estava tomada por efeitos inebriantes manifestados pelo desejo carnal de ter você entre minhas pernas. — falei.

— E agora você não está mais? — ela me olhou cabisbaixa.

— Depende. — sorri. — Preciso recarregar minhas energias primeiro. Depois podemos tentar alcançar esses efeitos inebriantes juntas.