Capítulo 4.

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POV Camila Cabello

Na manhã seguinte acordei com a claridade do dia entrando pelas cortinas. Ouvi o barulho agradável do canto dos pássaros e do vento batendo contra as folhas das árvores e sorri.

Aos poucos fui abrindo os olhos, me acostumando gradativamente com a claridade que entrava no quarto, e assim que consegui abri-los completamente, pude observar o ambiente onde me encontrava.

Meu quarto.

Os móveis de madeira, a parede cheia de arabescos e adornos e a porta que levava para a sacada completamente aberta.

Tudo estava exatamente da maneira como eu havia deixado antes de ir ao baile.

Esfreguei os olhos e me espreguicei, porém acabei calculando errado o espaço sobrando em minha cama e caí de cara no chão, onde tudo ficou preto e turvo em questão de segundos.

— Droga! — resmunguei enquanto apoiava minhas mãos ao lado do corpo para poder levantar.

Assim que levantei, meus cabelos caíram sobre meu rosto, o que só contribuía para que eu contiuasse sem enxergar nada.

Levei minhas mãos até meu rosto e depois de esfregar os olhos, joguei meu cabelo para o lado, o que permitiu que eu voltasse a enxergar.

Porém, ao olhar para a cama onde eu passei a noite, percebi que ela havia dobrado de tamanho, deixando de ser de solteiro para se transformar em uma cama de casal.

O lençol e as cobertas espalhadas sobre o colchão também não eram os mesmos com os quais eu estava envolvida antes de cair no chão.

O quarto estava parcialmente escuro e a única luz que entrava provinha da porta que estava aberta.

Caminhei até as cortinas, que eram escuras e grossas, e quando as puxei a claridade do dia invadiu o quarto, revelando um céu não tão azul quanto eu esperava, com algumas nuvens cinzas flutuando sobre ele e uma imensa quantidade de prédios.

Eu apenas havia sonhado que estava em meu quarto, mas a realidade era que eu continuava presa na São Paulo futurista, no quarto de Lauren.

Arrumei a cama onde havia dormido, dobrando todos os cobertores e alisando a colcha florida por todo o colchão.

Olhei para cima e observei meu reflexo no espelho.

Subi em cima da cama sem deixar de observar minha imagem refletida no vidro espelhado e comecei a me movimentar, indo para frente e para trás, para a esquerda e para a direita.

Apesar de estranho, era divertido acompanhar meus movimentos.

Parecia que existiam duas Camilas ao invés de uma.

Ontem à noite Lauren não me respondeu porque ela havia colocado um espelho no teto de seu quarto, o que acabou me deixando confusa, mas agora, enquanto me observava andando sobre sua cama, algumas coisas começavam a ficar claras.

Será que ela havia colocado o espelho no teto para poder ter uma visão melhor de si mesma em caso sentisse algum mal estar noturno?

Desci da cama quando me senti cansada o suficiente e segui em direção à cozinha.

— Lauren? — chamei-a.

Ninguém respondeu.

Quando passei pela sala encontrei um travesseiro e algumas cobertas dobradas sobre o sofá, provavelmente onde Lauren passou a noite, porém nenhum sinal dela.

Segui até o banheiro onde havia tomado banho na noite anterior e também não a encontrei.

Olhei para o enorme espelho na parede do banheiro e notei alguns pequenos quadrados amarelos colados sobre ele.

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