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ATENÇÃO!!
Para uma melhor experiência visual gostaria que os meus leitores usassem o seu Wattpad no modo escuro.
É isso, boa leitura. ^^
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Leio e releio a carta que escrevera para Luccas

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Leio e releio a carta que escrevera para Luccas. Seria demasiado? Não sei, mas sinto-me um pouco melhor depois da ter escrito. Sei que não usei todas as palavras que queria para tornar os meus sentimentos letras, mas acho que consegui pôr indiretamente em algumas frases tudo o que eu queria.
Doía um pouco me despedir dele assim, mas a minha mãe já me avisara que a vida não pára. É muito curta para isso. Estive triste por demasiado tempo, basta! Por um lado sei que estarei para sempre de luto, mas por outro tenho que seguir com a minha vida. Pelo menos acho que sim, acho que o Luccas gostaria de me ver seguindo em frente.

Já fazem algumas semanas dês de que os meus pais me falaram da possibilidade de deixar Stockton - a cidadezinha de merda em que eu vivo - para ir para Nockfell - outra cidadezinha de merda.
Estes dias tenho visto caixas de mudanças pelo quarto dos meus pais, acho que eles ainda não quiseram me confrontar sobre isso pois não se sentem preparados para arrancar uma adolescente num profundo estado de depressão da sua pequena caverna.
Mesmo assim até eu tenho arrumado as minhas coisas, tenho me preparado para quando as notícias forem oficiais.

Nockfell, queria tanto gostar da ideia de me mudar mas parece que suo frio só de pensar em me habituar a um lugar novo.
E acho que a minha mãe não deixará a sua querida filha faltar a mais um ano de aulas, o que significa que hipoteticamente também irá se iludir com a ideia de eu fazer novas amizades.
Odeio. Odeio tudo isso, mas vou fazê-lo, não só pelo Luccas mas também pelos meus pais que com certeza sofreram todos os dias ao ver a sua filha se perder cada vez mais sem poderem fazer nada para ajudar.

E de repente sinto uma vontade imensa de sair de casa. Acho melhor não deixar essa vontade escapar, se a minha memória não me falha, não saio de casa faz uns... 2? 3? Hm.. acho que 5 meses. Vai ser melhor para mim, certo?
Escovo os dentes, coloco um gorro vermelho de lã e um cachecol com um padrão às riscas de três cores: branco vermelho e azul. Vesti um casaco azul escuro com botões pretos cilíndricos que eram rodeados por um fio de tecido da mesma cor. Vesti as minhas mom jeans e calcei as minhas botas peludas favoritas, são muito confortáveis.
Saí de casa e me deparei com a neve que cobria o meu condomínio inteiro, mal a observei pelas janelas de casa. Era realmente linda.

Andei um pouco, havia um parque perto de minha casa, e perto desse parque existe uma pastelaria, gerida pela mãe do Luccas. Oh, faz tempo que eu não falo com a Senhora Stacy, acho que vou passar por lá.
Caminho com o olhar cabisbaixo, observo as pegadas que deixo para traz. Ouço o engraçado som que é pisar na neve e sinto os meus pés gelarem.
Depois de alguns minutos avisto o parque - que não mudou nada - salto a pequena cerca desgastada pois a porta está enferrujada e não abre faz muito tempo. Então vou em direção aos baloiços e me sento lá, balançando as pernas para trás e para a frente.
Fico algum tempo pensando, relembrando memórias. Lágrimas tentam escorrer pela minha cara algumas vezes.
E então olho para a pastelaria, que estava fechada.

Saio do parquinho e chego um pouco mais perto da pastelaria. Esborracho a minha cara contra a vitrina - ouch, talvez possa ter partido os meus óculos. - e avisto em cima da velha bancada um calendário.
Um calendário do ano de 1990.
Oh, acho que está fechado dês do ano passado..
-Uh, menina, está querendo algo? Essa pastelaria foi vendida, a pastelaria mais próxima fica a alguns metros. - um conhecido me informa, e em seguida vai embora.

Então a pastelaria fechou. Me sinto mal por soltar um suspiro de alívio, não teria de falar com a senhora Stacy porém não gosto da ideia do encerramento da pastelaria. A mãe do Luccas sempre disse como gostava de lá trabalhar, como gostava de observar as crianças no parque.
Viro costas às pequenas decorações da vitrine e vou andando.
Chuto algumas pedras no caminho, bom, agora já começava a ficar com vontade de voltar para casa.
Acelero o passo até conseguir ver o portão branco, que estava aberto.

Os meus pais chegaram a casa, finalmente.
Entro com cuidado pela porta da cozinha, e então os olhares dos mais velhos me fitam.
-Saiu de casa? Que bom filha, faz bem dar passeios de vez em quando, sabe? - o meu pai diz, me abraçando.
-É verdade, devemos passear pelo menos de 5 em 5 meses. - eu digo ironizando.
Os meus pais riem.
Um silêncio estranho abrange por completo a cozinha.
A minha mãe inspira fundo, como se fosse dizer algo, e então quebra o silencio.
-Eve, desculpa não ter falado antes mas eu acho que você já sabia.... - ela faz uma pausa e olha para o meu pai. - Nós vamos nos mudar, e calma! - ela diz rapidamente depois de ver minha expressão mudar. - Vai ser bom para você!
-Vai ser bom para todos nós! - o meu pai acrescenta.

-Tudo bem. - eu sorrio. - Quando exatamente é a mudança?
-Na próxima semana. - a minha mãe responde com uma cara mais aliviada.
-Ok. - digo antes de sair em direção à porta do meu quarto.
Já no meu quarto desfaço o sorriso completamente forçado que mostrava na cozinha.
Já tinha quase tudo arrumado, por isso não me preocupei muito.
Me deitei na cama e esperei adormecer, eram apenas 7:43, mas não me importava, já estava muito cansada.

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© plot by Moon | 2022

More regrets and cigarettes - Larry JohnsonOnde histórias criam vida. Descubra agora