Tulipas brancas

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Tulipas brancas



Severus fechou seu caderno, o colocando sobre a cama. Ele terminou de arrumar seus materiais, olhando satisfeito para as tarefas concluídas, havia perdido uns bons dias de aula.

O garoto agarrou a mochila encostada na cabeceira da cama a abrindo para colocar seus livros e cadernos lá dentro. Ele a deixou encostada ao lado de sua cômoda. Severus encarou o móvel, vendo a peça de roupa cor creme que se destacava ali, no meio da madeira branca.

Não demorou para seus dedos vagarem até o tecido macio, sentindo a textura fofa do pano, ele pegou o suéter levando o mesmo até seu nariz — sentia a pele de suas bochechas formigarem pelo constrangimento enquanto sua face esquentava —inalando o perfume de sabão misturado ao fraco e quase imperceptível aroma de canela e chá de maçã quentinho, dois cheiros que ele descobriu pertencerem a James, talvez pelo vício do garoto nestes dois alimentos. Um pequeno sorriso se formou em seus lábios enquanto lembranças de seu último encontro com o Potter voltavam a sua mente. Ele afundou seu rosto ainda mais em meio ao tecido, balançando a cabeça de um lado para o outro, na tentativa de afastar aquelas lembranças.

— Eu sou tão... - o garoto resmungou enquanto afastava-se do suéter, arrumando-o para então guardá-lo em sua mochila.

~✿~


James olhava de forma ansiosa para o relógio antigo pendurado no outro lado da sala, seus olhos acompanhando o andar lento dos ponteiros. A voz de Minerva soava abafada. A mulher explicava algo sobre o conteúdo de história. Talvez aquilo caísse nas provas, não, com toda certeza cairia, porém o Potter continuava sem prestar a mínima atenção na aula. Estava nervoso, seria hoje o dia que convidaria Lilian para o baile.

Ele acompanhou o momento em que os ponteiros se juntaram marcando exatas cinco horas, e o som estridente do sinal ressoou por todo o ambiente indicando o término das aulas. James se levantou apressado jogando seus materiais de qualquer maneira — como sempre — dentro da bolsa, recebendo um olhar reprovador de McGonagall, por sua desorganização. Porém, a mulher nem teve tempo para reclamar do comportamento do garoto, já que James estava em frente a porta indo na direção do corredor, como se a sala de aula estivesse prestes a explodir.

O Potter correu para fora, andando rapidamente pelos corredores que davam para o lado externo do castelo. Ele parou apenas quando já estava no pátio, puxando um pouco mais de oxigênio para seus pulmões antes de voltar a correr na direção dos jardins, local onde ficava a estufa. O rapaz arrumou seu cachecol de cor vermelho e dourado em volta do pescoço, enquanto avistava seu destino, a construção graciosa se destacava no meio da neve do final do inverno.

James se aproximou pegando a chave que estava em seu bolso, a colocando na fechadura e a girando com um pouco de dificuldade. Ele abriu a porta, atravessando seu arco para finalmente estar dentro da estufa, o ar úmido e morno o aquecendo do frio que fazia lá fora. Um sorriso se formou em seu rosto ao sentir o aroma diversificado das flores. O rapaz fechou a porta atrás de se, começando a caminhar em direção das estantes onde Severus guardava os utensílios de jardinagem.

Ele pegou uma das tesouras de poda guardadas ali, indo em direção do pequeno canteiro de girassóis que Snape havia plantado, ele achava uma coisa incrível plantas que gostavam tanto de luz solar e calor conseguirem florescer até mesmo no inverno se tivessem o cuidado adequado. James se agachou perto das plantas pronto para cortar o caule de algumas delas quando o barulho costumeiro da fechadura sendo destrancada soou pelo ambiente.

O grifinório olhou em direção da porta, vendo a figura esguia de Severus, coberta de roupas de inverno e uma mochila nas costas, adentrar a estufa.

— Quem diria que você chegaria primeiro do que eu, Potter. - a voz rouca do menor quebrou o silêncio que havia se instalado ali, enquanto um sorriso divertido tomava seus lábios.

Como as flores: SnamesOnde histórias criam vida. Descubra agora