Luísa acorda um pouco conturbada, já fazia uma semana morando na mansão 242, ela ainda estava chateada e estressada por causa de todos os últimos acontecimentos, ela olha para o lado e vê Poliana. Elas tinham decidido que queriam ficar no mesmo quarto juntas, afinal se já era difícil estar ali, imagina se estivessem separadas. Elas tinham criado um laço lindo, eram mais que apenas tia e sobrinha, eram amigas e confidentes.
A menina estava dormindo ainda, e havia algo em seus braços, então Luísa se levanta para olhar o que era, era o porta retrato de Alice e Lorenzo, ela havia dormido abraçada com ele, Luísa da um leve sorriso e o põe no criado mudo, ela se senta no canto da cama e acaricia o cabelo da menina.- Aí Poliana, como eu gostaria que você não estivesse passando por nada disso, eu vou fazer de tudo pra ter a sua guarda de volta, apesar de saber que vai ser difícil, afinal, ele é o seu pai, mas a Alice te deixou sob a minha responsabilidade, isso deve valer alguma coisa. Isso tem que valer alguma coisa! - ela diz um pouco cabisbaixa e vai à cozinha beber água.
Ainda estava muito cedo e ainda tinha um pouco de tempo para dormir, mas sua cabeça estava cheia demais, e a insônia estivera com ela a noite toda, ter que suportar o convívio com Otto Monteiro não ia ser nada fácil. Eles nunca se deram bem, para ela, ele era insuportável, era alguém que ela queria distância, a cada 5 vezes que eles se falam, todas as 5 acabam em discussões, ele era misterioso, manipulador, frio e nada confiável, essa era a visão que ela tinha dele. Ela pega um copo de água e se senta, enquanto tenta esquecer um pouco de tudo acaba deixando o choro que já estava entalado a tanto tempo chegar.
Otto estava deitado na cama e pensando no quanto estava feliz de poder ter sua filha consigo, apesar de tudo o que aconteceu no passado, a morte da Estela, todo o sofrimento, ele finalmente poderia ter um recomeço. Com sua filha, sua filha que ele amava e se orgulhava tanto, ela tinha todos os traços e os jeitos da mãe.
Alice era uma mulher adorável e tinha um brilho especial, ele vê esse brilho em Poliana também, o que o conforta, ele sabe que mesmo com todo o alvoroço que ele está causando, Poliana vai fazer de tudo para se adaptar e vê-lo feliz, e fazer de tudo também para que sua tia fique feliz. Foi uma ótima ideia ter convidado Luísa para morar com eles, Otto não queria ser o responsável pela separação das duas, ele sabe o quanto Poliana é importante para Luísa, e o quanto Luísa é importante para Poliana, ele jamais se perdoaria se uma das duas o odiasse por isso.
Apesar de ter na cabeça que Luísa já o odeia, afinal, ele sabe de tudo o que fez, e sabe que agiu mal diversas vezes e que errou com as duas, mas ele também iria fazer de tudo para que Luísa se sentisse a vontade, e que ficasse bem logo, seria difícil também o fato de ter elas morando com ele, sempre fora um homem solitário, de poucas palavras, conviveu tanto tempo sozinho naquela mansão, apenas com suas invenções tecnológicas, que com certeza estranharia um pouco o começo. Até porque Poliana era uma criança que amava conversar e socializar com as pessoas, ou seja, sua casa nunca mais iria parar vazia.
Ele sacode a cabeça jogando para fora todos os pensamentos, muita sensibilidade nunca foi a cara dele, mas estava feliz. Então se levanta para já preparar o café da manhã, ele pede a Sara, sua "bola robô voadora assistente faz tudo" para pedir delivery com coisas que Luísa e Poliana gostavam de comer, enquanto o café da manhã não chega, ele vai até a cozinha, pegar algumas coisas para pôr a mesa.
Chegando lá, ele para na porta quando vê Luísa, ela estava quieta e aparentemente triste, ele a observa, ela estava tão distraída com seus próprios pensamentos que nem se dá conta que Otto estava ali.
- Está tudo bem Luísa? - sua voz ecoa pela cabeça dela, ela se assusta e finalmente o percebe ali.
- Oi? - ela fala um pouco atordoada.
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Doce Luísa | Luotto
Fanfiction(...) Dou mais um passo para trás me afastando e sinto minhas pernas se chocarem com o sofá. Merda! Estou encurralada, ele se aproxima ainda mais, perto demais, próximo demais, seu olhar cai sobre minha boca, voltando em seguida a me encarar tão int...