(POV Otto)
Depois que chegamos em casa não tive muito tempo para conversar a sós com Luísa. Sei que ela não está cem por cento, ninguém fica bem depois de passar por algo tão terrível como ela passou. Na verdade, nem eu estou bem, a culpa de tudo isso me corrói por dentro. Eu deveria ter a protegido, deveria ter cuidado dela. Eu deveria. Mas o fiz tarde demais.
Estou até agora pensando no pedido que ela fez para mim e para Marcelo, em deixar todo o trabalho para a polícia, que eles vão cuidar de tudo, mas não sei se vou conseguir ficar quieto, não vou ficar em paz enquanto souber que Waldisney ainda está por aí, a solto. Não vou ficar em paz até saber quem é a pessoa que quer o mal de Luísa. Ela está tão vulnerável, e ainda assim, tenta se demonstrar forte, e ela é tão forte, está se esforçando ao máximo dizendo que está bem, fazendo o possível para demonstrar isso para Poliana, para a nossa pequena não ficar preocupada, mas sei que Luísa não está nada bem.
Conversei a sós com Durval quando cheguei, ele disse que não entrou em detalhes sobre o ocorrido com Poliana, disse apenas que Luísa havia desaparecido, mas que já estávamos a procurar por ela. Pedi para Poliana não fazer muitas perguntas para a tia, pois era um assunto delicado, que ela esperasse mais algum tempo e então a gente explicaria direitinho o que aconteceu, mesmo sem querer, Poliana concordou, as vezes acho que ela é compreensiva demais para uma criança. Mas me orgulho muito disso nela.
Já está quase na hora do jantar. Estou na sala, sentado no sofá, com Bob deitado em minhas pernas, meu cachorro anda um pouco triste ultimamente, mas não sei o porquê. Parece que tudo está fora do meu controle, logo eu.
- É Bob, Luísa e Poliana precisam de nós mais do que nunca agora. - digo acariciando o pelo macio dele, ele grunhe em resposta, como se estivesse me entendendo. - Principalmente Luísa, ela vai precisar muito do nosso carinho... É incrível como ela se tornou tão especial na minha vida. Acho que não sei mais viver sem ela. Se você soubesse o medo que senti quando ela foi sequestrada... - sim, estou conversando com meu cachorro, e confesso que amo fazer isso com ele. Bob late em resposta. - Quê? Se eu me apaixonei? - ele late de novo - Sim, Bob! Eu me apaixonei. A necessidade de protegê-la, de abraçá-la, de vê-la sorrindo. Oh, sim! Eu a amo. Eu amo Luísa, Bob! - admito em voz alta e sorrio, sentindo uma emoção imensa por dentro. Nunca imaginei que alguém tocaria o meu coração de novo, mas ela conseguiu. Sim, eu amo Luísa, e admitir isso é incrivelmente incrível.
Bob late contente, parece que ele entendeu tudo o que eu disse. Dou uma gargalhada brincando com meu cachorro.
- Pai! - ouço a voz de Poliana adentrando o cômodo, minha filha para ficando de frente pra mim, com o semblante preocupado.
- Aconteceu alguma coisa Poliana? - pergunto pela forma que ela estava.
- A tia Luísa. Faz tempo que ela entrou no banheiro para tomar banho, só que eu fui falar com ela, perguntar se ela precisava de alguma coisa, saber se ela estava bem, pois ela estava demorando muito. Mas... Só ouvi ela chorando, pai. Ela estava chorando muito. - Poliana responde com os olhinhos marejados vindo até mim e me abraçando. - Estou preocupada, por que ela estava chorando tanto? Eu perguntei, gritei, mas ela não me respondeu nada. Por favor, pai, faz alguma coisa. Odeio ver a tia Luísa sofrendo. – eu também odeio Poliana, não aguento vê-la assim.
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Doce Luísa | Luotto
Fanfic(...) Dou mais um passo para trás me afastando e sinto minhas pernas se chocarem com o sofá. Merda! Estou encurralada, ele se aproxima ainda mais, perto demais, próximo demais, seu olhar cai sobre minha boca, voltando em seguida a me encarar tão int...