(POV Luísa)
Me reviro na cama tentando adormecer, porém sou invadida por pensamentos sobre o dia de hoje, a forma como ele me olhava, a forma como conversamos, talvez ele não seja o monstro que eu tanto imagino. Hoje pude ver um lado que ele tanto preza em esconder. Hoje, ele parecia apenas um homem frágil e vulnerável, mas ainda assim exalando sua postura fria, poderosa e autoritária.
Otto realmente só quer estar com Poliana, mas ainda não confio nele o suficiente para deixar minha sobrinha sozinha aqui, e eu tenho os meus motivos. Marcelo há de esperar mais algum tempo até que eu me sinta a vontade para deixar Poliana nessa casa com Otto. Sei que ele é o pai, e tem esse direito, mas meu estômago embrulha só de pensar na possibilidade dele fazer algo com minha sobrinha, por mais que no fundo eu saiba que ele nunca faria mal algum a ela. Alice não queria que ele soubesse da existência de Poliana por algum motivo, mas qual exatamente?
Olho para o relógio no criado mudo ao lado da cama, 02:25 da madrugada e eu ainda acordada. Me reviro novamente na cama, buscando alguma posição agradável para finalmente cair no sono, mas é em vão, meus olhos não querem fechar e isso está me matando.
Olho para o teto branco, recordando-me de Marcelo, precisamos conversar, mas dessa vez sem acabar em briga, não quero brigar com ele, mas ele insiste em sentir ciúmes do Otto, o que me deixa desestabilizada, pois não há motivo para tal sentimento. Eu nunca vou me envolver com um homem como ele e eu amo Marcelo, ele é meu tudo, desde a adolescência, meu primeiro beijo, meu primeiro namorado, minha primeira vez, meu primeiro amor, sempre foi Marcelo. Ele com certeza não teria motivos para ciúmes. Digo, ok que ele acha que Otto tem sentimentos por mim, mas é claro que eu não acho isso, tenho certeza que não, nós nunca nos demos bem, então não há razão para ele possuir tais sentimentos. Pelo menos, eu espero que não.
Talvez Marcelo só esteja se sentindo inseguro, afinal de contas é o Otto. Quer dizer, eu posso tentar evitá-lo ao máximo, mas não sou cega. Ele é lindo e exala charme e luxúria, além de sua postura sempre firme e autoritário, seus olhos azuis, que sempre me olham com intensidade me fazendo sentir uma onda de eletricidade percorrer todo o meu corpo, seus braços fortes e musculosos, suas mãos grandes, como seria a sensação de tê-las passeando sobre meu corpo...Não, não, não, não, não.
Me reviro outra vez com a insistência que se fez presente de pensar em Otto. Chega! Não poderia estar pensando nele, não desse jeito.
Balanço a cabeça em negação afastando esses pensamentos, merda, eu já estava demasiada confusa com tudo isso.
Olho para a cama ao lado e observo Poliana dormir, sua respiração calma e tranquila, ela tinha se divertido muito no piquenique mais cedo, com certeza estava cansada e agora estava repondo suas energias. Sorrio ao lembrar da minha sobrinha brincando hoje a tarde. Fico feliz em ver que ela está conseguindo dormir, porque a insônia me ataca a cada instante, foram muitas emoções para um dia só.
Levanto da cama para beber um pouco de água e acalmar a mente, preciso manter o foco no que realmente importa. Olho para o criado-mudo mais uma vez e percebo que a água que tinha na garrafa já acabou. Merda! Tenho que ir até a cozinha, odeio andar por essa casa à noite, me causa calafrios. Tomo coragem e simplesmente vou, andando silenciosamente para não acordar minha sobrinha que dormia como um anjo.
Ando pelos corredores, enquanto um conflito interno se faz presente, meus pensamentos novamente se encontram em Otto. Merda, merda, merda! Fecho os olhos me sentindo traída por mim mesma.
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Doce Luísa | Luotto
Fanfiction(...) Dou mais um passo para trás me afastando e sinto minhas pernas se chocarem com o sofá. Merda! Estou encurralada, ele se aproxima ainda mais, perto demais, próximo demais, seu olhar cai sobre minha boca, voltando em seguida a me encarar tão int...