Doce Luísa | Luotto

36 - Provocações

(POV Otto)

Abro os olhos, acordando, meu braço estava envolto no corpo de Luísa, então não me movo muito para não acordá-la. Ela estava vestida com uma de minhas camisas de manga comprida, sua respiração estava calma, sua cabeça um pouco abaixo da minha e suas costas contra o meu peito. Ela dormia tranquilamente, passo a mão pelo seu rosto, a acariciando e a admirando, sinto sua pele quente, a temperatura estava mais alta que o normal. Droga! Ela deve estar com febre. Sabia que ficar aquele tempo todo no frio lá fora iria dar em alguma coisa.

Deposito um beijo em sua bochecha e vou distribuindo pelo resto do rosto. Luísa da um leve sorriso, ainda com os olhos fechados.

– Como é bom acordar assim. – diz ela abrindo um sorriso largo.

– Bom dia meu amor. – sorrio, afagando os seus cabelos castanhos. Ela vira-se para mim, e me olha nos olhos.

E por aquele breve momento me perco ali, sentindo uma paz no interior. Luísa é especial, e a cada dia tenho mais certeza disso. É difícil encontrar o equilíbrio entre a razão e a emoção, e ultimamente a emoção tem sido mais forte, mas confesso que estou amando descobrir todas essas partes minhas que até então eu não tinha contato. Luísa me faz querer ser um homem melhor, ser o melhor para ela, dar o melhor para ela.

É isso que eu sou, sou completamente apaixonado por essa mulher.

– Eu amo quando você me olha assim. – Luísa sussurra baixinho colocando a mão em meu rosto.

– Te olho assim sempre. Sou um bobo apaixonado, confesso. – sorrio ladinamente, encarando a morena. Aproximo-me dela e selo os nossos lábios em um selinho demorado. Luísa afasta o seu rosto do meu de repente, e vira o rosto pro lado, espirrando em seguida.

– Merda! – ela reclama e espirra novamente, dou uma risadinha nasalada.

– Você está um pouco febril, deve ter pego um resfriado. – digo enrolando uma mecha do seu cabelo em meu dedo indicador.

– Merda de novo. – diz indignada. – Mas valeu a pena. Foi mágico brincar na chuva com você. – ela fala rindo. – Parecíamos duas crianças.

– É... Foi mágico. Tudo com você é mágico. – confesso em meio a um sorriso e a morena sorri também, espirrando outra vez e rindo. – Vou preparar algum chá pra você e aproveito pra já trazer um remédio para a febre.

– É só um resfriado, não precisa de tudo isso. Daqui a pouco estou novinha em folha. – ela intervém dando de ombros.

– Ah, precisa sim dona Luísa. – prossigo, já me levantando e indo até o meu closet procurar alguma roupa, ela me segue.

– Tem a reunião lá na escola hoje, será que é só sobre Débora que a Ruth quer falar com a gente? – ela pergunta enquanto olha fixamente para uma jaqueta de couro preta que estava perto do espelho.