34 - Belong

1.1K 68 73
                                    

"Acordo solitário com você ao meu lado
Mais uma noite sem sentir
Há filmes passando em seus olhos
Você sonha com nossos destinos

Mas você está errada
Eu não pertenço a você

A lua é a unica amiga que eu tenho aqui fora
Mais uma bebida e estarei curado..."

(POV Otto)

Me reviro de um lado pro outro na cama, não estou conseguindo dormir. Depois da briga com Luísa, estou me sentindo inteiramente mal, odeio brigar com ela, mas não consegui evitar. Luísa correu um grande perigo hoje nos seguindo, assim que ouvi o grito tive certeza que era dela e o meu coração gelou, quando nos aproximamos de onde ela estava e vi o que estava acontecendo, o medo tomou conta de mim por completo, o medo de pegarem ela, o medo de lhe fazerem mal outra vez, o medo de perdê-la, meu corpo todo gelou. Eu só queria protegê-la, garantir a sua segurança e o seu bem-estar, mas pelo visto... nem isso estou conseguindo.

Sinto um vazio no interior ao não vê-la aqui do meu lado... flashbacks da noite passada me invadem e imediatamente sinto uma falta enorme de tê-la perto de mim. Há séculos que não discutíamos dessa forma, e pensar que houve um tempo em que isso era tão natural nosso... Mas agora? Agora sinto um peso e uma culpa enorme só por essa simples e desnecessária briguinha.

Não vou negar que um pouco de minha raiva tenha a ver com o abraço que ela deu em Marcelo, tenho que admitir que aquilo me incomodou, ela pode abraçar quem ela quiser e a hora que ela quiser, e eu sei disso, mas não consegui evitar o ciúmes. Ainda mais Marcelo, que tem um significado tão grande e especial na vida dela.

As vezes tenho esse medo, medo de ser só algo passageiro, medo de que o que ela sinta por mim se acabe, afinal, como todos sempre disseram, o grande amor da vida dela era ele, não eu...

E se tudo isso acabar? E se ela quiser voltar pra ele? Marcelo sempre vai estar ali para ela, e talvez seja até melhor, essas coisas ruins só vieram acontecer depois que ela veio para cá, talvez eu seja esse monstro que sempre falaram, talvez ela ainda o ama e só está confusa, talvez ele realmente seja a melhor opção, talvez ela volte com ele e eu fique sozinho, talvez eu mereça ficar sozinho, vendo a mulher que eu amo se casando com outro, com o cara que sempre foi certo pra ela, talvez... TALVEZ, TALVEZ, TALVEZ!

Mas que caralho, Otto! Você está parecendo um adolescente imaturo cheio de inseguranças. Insegurança a esse nível? Engole a merda do choro! Ela te deu essa chance porque viu algo em você, porque sente algo, ela tem que sentir.

Balanço a cabeça negativamente tentando afastar qualquer pensamento que ouse me incomodar outra vez, porque eles estão me matando e sufocando por dentro. Só de pensar que não sou o suficiente pra ela, que não a mereço... Isso me causa uma dor devastadora.

Fecho os olhos, desejando fortemente conseguir dormir, mas é em vão, nada parece adiantar. Afundo a cara no travesseiro e dou um grunhido abafado.

(...)

Estávamos Poliana e eu esperando Luísa para o café da manhã, nesse meio tempo Poliana já tinha me questionado de mil e uma maneiras diferentes o porquê de estarmos gritando ontem, mas continua sem nenhuma resposta exata, apenas o "porque sim".

- Bom dia! - Luísa fala sentando-se à mesa com a gente, nós respondemos de volta. Ela me olha, mas em seguida baixa o olhar e se serve. Não posso deixar de reparar o quanto ela estava linda, parece que brava fica mais linda ainda. O cabelo solto e ondulado um pouco abaixo dos ombros, a maquiagem leve, ela estava vestida com uma calça pantalona preta e um cropped cinza de gola alta, sorrio internamente pelo cropped, as marcas provavelmente ainda estão visíveis e ela não conseguiu esconder todas com maquiagem.

Doce Luísa | LuottoOnde histórias criam vida. Descubra agora