Doce Luísa | Luotto

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3 semanas depois...

(POV Luísa)

Meu estômago embrulha, sinto toda a comida que eu comi no jantar querendo voltar a força. Além de estar com uma dor horrível abaixo do umbigo, já faz um tempo que não me sinto muito bem e algumas dores tem se tornado frenquentes, devo estar com alguma infecção, ou talvez não seja só uma infecção, minha menstruação deveria ter vindo semana passada, mas não veio, não disse nada para Otto ainda, na verdade não sei como dizer, gostaria de ter certeza primeiro.

Olho para o lado e vejo Otto dormindo tranquilamente, porém os seus braços envolviam o meu corpo, se eu levantar provavelmente vou acorda-lo, e não é isso o que eu quero, mas não aguento mais. Levanto-me da cama as pressas e corro em direção ao banheiro, me ajoelho no chão e começo a vomitar na privada. Pela minha visão periférica, posso observar o homem aproximando e se agachando ao meu lado, segurando em meu cabelo e acariando as minhas costas, enquanto eu simplesmente me desmontava.

Quando finalmente sinto que já coloquei tudo pra fora, ergo a minha cabeça, dando de cara com olhos arregalados e preocupados me encarando. Otto acaricia a minha bochecha e eu fecho os olhos sentindo o seu toque.

– Estou com dor. Tá muito forte, Otto... – choramingo me aconchegando em seu peito. Ele me envolve com os braços como se quisesse tirar toda a dor de mim.

– Ah, meu amor. Estou ficando preocupado Luísa, precisamos ir ao médico urgente, você enrolou das outras vezes, mas dessa vez sem enrolação, ok?

– Ok. – sussurro.

– Onde dói?

– Aqui embaixo. – pego a mão dele e coloco aonde estava doendo. Otto começa a massegear, sinto tudo em meu interior se remexer, parece que meus órgãos estão saindo do lugar, é um desconforto anormal, mas aos poucos eu sinto melhorar.

– Você vai ficar bem. – ele sussurra e eu sorrio. Deito a cabeça em seu ombro, enquanto ele continuava com a massagem.

Ficamos um tempo assim e pelo visto foi bastante tempo, pois acabamos pegando no sono ali mesmo.

♤

Meus olhos vão se abrindo aos poucos, me acostumando com a claridade. Estou na cama, provavelmente assim que dormi Otto me trouxe para cá. A mão dele ainda está sob a minha barriga, ponho a minha mão em seu rosto e acaricio a bochecha dele.

– Otto... – o chamo, tentando acordá-lo. – Otto, meu amor – recebo um pequeno murmuro em resposta, sorrio.

As vezes ainda custo a acreditar em tudo isso, me pergunto se é real tudo o que estamos vivendo, acordar e vê-lo ao meu lado, olhar ao redor desse quarto e perceber o quanto se tornou familiar e aos poucos se tornou meu também. Confesso que tive medo no início, medo de dar errado, medo dos julgamentos, mas não os deixei me dominar.

– Bom dia. – Otto sussurra, tirando-me dos meus devaneios, estava tão perdida em meus pensamentos que não percebi que ele já estava me observando há um tempo – Tá melhor?