44/ Não é ele!

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Fiquei lendo que nem percebi o tempo passar. O livro até que é legal. 

Sinto meu celular vibrar e vejo uma mensagem da Ava.

Ava
Oi! Eu sei que provavelmente você não vai aceitar o convite, mas... hoje na minha igreja tem célula, se quiser ir...
Posso passar para te buscar junto com a minha tia, ela ajuda com organização, no final sempre tem um lanchinho.
Começa as 19 horas!

Sorri fraco com a mensagem. Conseguia senti o seu receio com a mensagem. Olha para ver a hora no meu celular,  exatamente 17 hora.

Ela sabia que se me mandasse perto da hora, minha primeira desculpa seria: "estar muito perto da hora, não dá para mim". Por isso, mandou duas horas antecipadamente, foi uma estratégia, para mim não jogar essa.

Ava nunca joga para perder.

Mas eu posso utilizar outros tipos de desculpas... tenho tantas.
Porém, algo dentro de mim está dizendo para mim não utilizar alguma desculpa agora. Por que não?

Observo a mensagem da loira.

Jade
Digitando...
Oi, Ava! Tudo bem, eu vou, pode passar aqui. Nunca perco uma boca livre.

Nunca em alto som confessaria que quero de fato ir... nunca fui numa célula, será que tem algo a ver com o corpo humano? Escola? Ah não!

Me jogo deitando na minha cama e olhando para o teto, bem na hora que escuto a porta sendo aberta, ergo a cabeça avistando uma Dona Isabel com um avental de xadrez na sua barriga, com tons azuis e um prato cheios de biscoitos que só o cheiro fez minha barriga roncar!

- Sabia que azul é minha cor favorita? - pergunto para ela e me sento na cama novamente e a senhora sorri carinhosamente colocando o prato em cima da cama e sentando do outro lado.

- Azul combina com você... - foi apenas o que a abuela disse. Sorri fraco. - Sua mãe disse que gostou dos biscoitos que ela fez, então pensei em fazer mais um pouco para alegrar seu dia. - a mulher mais velha ali diz me olhando fixamente. Pois, espera eu dizer algo por conta dela chamar Sophia de minha mãe.

- Sempre foram meus favoritos desde quando era pequena. - respondo tento pegar um e queimo a mão por estar quente. Assopro minha mão e faço careta, vejo um sorriso nascer nos lábios de Isabel.

- Eu ia dizer que está quente... - a mesma fala rindo.

- Poderia ter dito antes de eu pegar... - encaro a senhora que deu de ombros. Paro de assoprar minha mão enquanto Isabel me observa. Bem sabia eu, que ela sabe sobre o que aconteceu nessa madrugada. Só um pressentimento... - Pode perguntar Isabel. - fito a mulher que fingiu está surpresa. Até parece que a mesma não esperava essa pergunta.

- Hum... não é nada demais querida. - Dona Isabel começou a enrolar, como sempre faz quando quer saber de algo, sem que soubesse que a mesma já sabia. - Você dormiu bem essa noite? - a senhora quis saber e eu sorri cruzando os braços. Não disse?

- Não muito bem essa noite abuela. - respondo sua pergunta, mas ela espera que eu dissesse mais. Mato o Anthony depois. - Principalmente de madrugada... - fito a senhora que fica em silêncio esperando eu continuar. Para a abuela eu não me importo de contar tudo. Isabel se tornou minha melhor amiga, minha segunda melhor amiga por mais que não soubesse. - Eu tive uns sonhos estranhos... sonhei com vozes me chamando. - digo a olhando e a mesma muda de expressão.

- Como assim Jade?

- Eu estava em um jardim... - começo a relatar e me relembro de tudo, parte a parte.

Querido DiosOnde histórias criam vida. Descubra agora