odeio me comparar

4.4K 227 328
                                    


o sinal de "as aulas acabaram" tocou, comecei a arrumar meu material

-então você vai ao ensaio?- casey perguntou

-eu meio que prometi né? sairia meio mal eu só falar "não quero mais"- respondi e ela sorriu

-é, sairia bem mal- casey ficou parada me olhando, me olhando de um jeito estranho, não encarava meus olhos mas não chegava a olhar para baixo. por um segundo pensei ter visto ela encarando minha boca.

-algo a mais para dizer?- a perguntei

-hm... você vem agora ou...

-eu só tenho que entregar as chaves pro meu irmão e dar um belo discurso sobre não atropelar senhorinhas

ela riu

-ele tem cara de quem vai atropelar cachorrinhos

-você tá quase me fazendo desistir de ir- ela no mesmo instante mudou a postura

-na realidade ele tem cara de que consegue se virar

-agradeço- dei um pequeno sorriso, peguei minha mochila e sai 

fui até a saída, avistei Oliver sorrindo e conversando com um grupo de garotos, de verdade eu tenho um pouco de inveja dele. não é uma inveja ruim, não me entenda mal mas... eu queria ser mais como ele, mais feliz ou no mínimo um pouco feliz. pode parecer deprimente mas não sinto como se em algum momento de toda minha vida eu tenha sido feliz. para falar a verdade, nem sequer sinto como se estivesse viva. 

talvez os amigos de Oliver sejam superficiais e essa vida "incrível" que ele tem também mas do mesmo jeito eu continuo querendo ser igual a ele. depois de um tempo encarando, Miguel saiu de trás de Oliver e me avistou. ele começou a correr até mim, sorri e me ajoelhei.

-oi garotão!- disse quando ele me abraçou, forcei um sorriso e tentei parecer o mais animada possível, pode parecer tosco mas eu sempre me forço a parecer feliz. não pergunte o porque, o motivo é tosco, é bem tosco eu querer agradar os outros e para isso me forçar a parecer feliz. nesse caso, estou me forçando para agradar miguel, porque miguel precisa de mim. um dia vou morrer e sei que não vai demorar muito para isso acontecer pois eu mesma não vou me permitir viver muito e quero que miguel tenha memórias boas, memórias de que ele teve um apoio, uma família qual não inclua meus pais.

-ei nini, vamos indo?- oliver se aproximou

-não me chame de nini, é nojento.

-ok, vamos logo porra

me levantei e o encarei

-miguel está aqui- sussurrei

-o que é porra?- nós dois olhamos para ele e nos entreolhamos 

-hm... porra é uma comida muito nojenta mas você não pode dizer essa palavra porque é tão nojenta que é proibida.- oliver explicou e temos sorte que ele é pequeno porque sua explicação não fazia nenhum sentido

-ei oliver, você vai dirigir

-sério?!- seu rosto estava iluminado, ele pegou a chave da minha mão e comemorou

-diga a mamãe e papai que fui para casa de uma amiga fazer um trabalho- beijei a bochecha de miguel, me virei e sai 

-que?! o que você vai fazer?

-assaltar um banco

-que?!- a voz de oliver estava esganiçada, era incrível como seu qi era baixo ao ponto de acreditar

-eu vou na casa de uma amiga, me encobre, obrigada!- gritei quando já estava bem distante deles.

fui até a saída e logo avistei casey 

Eu sempre estive sozinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora