todos temos problemas.

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talvez seja dificil de imaginar mas, todos temos problemas. não digo aqueles como  "caramba perdi meu lápis" estou falando do tipo "meu pai me abandonou" ou "não me sinto suficiente". até aquela menina que parece a mais feliz e perfeita ou aquele menino bonito que todos os outros querem copiar. ateé mesmo aqueles ricos e famosos. acredite ou não, todos temos cabeças ferradas e pouca saúde mental. só que alguns escondem mais do que os outros.

ano passado, achei que Casey era perfeita, achei que ela era o modelo de vida para qualquer um, mãe legal, bonita, pega quem quiser e ect. parece o "paraíso" de um adolescente. mas talvez não seja assim.

hoje cheguei atrasada e olhei para trás mas Casey não estava ali. achei estranho, ontem ela estava feliz, sorridente, não parecia doente nem nada do tipo.

esperei um tempo para ver se ela iria chegar mega atrasada. mas o tempo se passou então fui a mesa de meu professor.

-professor, sabe o que aconteceu com Casey?

-ela está no banheiro- ele verificou o relógio - mas está demorando... pode verificar para mim?

-sim, por favor- eu não deveria ter falado o por favor mas sai antes de falar mais merda. provável que estivesse matando aula

-Casey, o professor está sentindo sua falta- disse ao entrar no banheiro

-ok- escutei vindo da última cabine

-saí logo daí

-n-não- sua voz estava tremula, algo não estava certo.

-você tá bem?- perguntei

-não

meu coração disparou e não era do jeito bom.

-porra então abre a porta

-não!- aquilo saiu como um berro então ela abaixou o tom de voz- desculpe, não. 

-me diz o que tá acontecendo- me sentei o chão - prisão de ventre?- sussurrei

ela soltou uma risada estranha e fraca

-não, ninguém quer de fato ir no banheiro no primeiro tempo

-tá, então o que faz aqui?

-eu comecei a... pensar muito- Casey começou a se explicar - pensei em tantas coisas que só vim para o banheiro.

-estava tendo uma crise?

-sim- o silêncio dominou o banheiro - mas fui longe demais

-o que você fez?!- me levantei no mesmo instante 

a porta do banheiro se abriu, entrei e vi Casey sentada com o braço sangrando. olhei para o lado e vi uma lâmina 

-não quer parar de sair...- ela estava apertando o braço

-porra- respirei fundo e fui para a pia, peguei papel, muito papel e embalei seu braço inteiro. fiz pressão para que o sangue parasse de sair e olhei no fundo dos olhos de Casey 

-eu posso explicar...

-não precisa- a cortei - sei como é péssimo ter de explicar, pelo locar que você fez, sei que não tentou suicídio

-sim...

-ou você só foi burra em achar que tem alguma veia vital aí- sorri para Casey e ela sorriu de volta

-não, eu consigo ter alguns neurônios 

-só achei que você não teria capacidade de pesquisar algo tipo... usar letras sabe?

-você é irritante- ela sorriu e lágrimas começaram a cair de seus olhos. fiquei confusa

-Casey eu estava brincado!- a abracei com toda força que tinha (era pouca) e fiz carinho em sua cabeça

-eu sei, eu estou feliz.- Casey murmurou

-feliz?

-é, consigo ver o quanto você é obcecada por mim! 

parei de a abraçar e me ajoelhei a seu lado

-ridícula.

-ah não diga isso, sei que me ama- sua boca se aproximou de minha testa e a beijou

-eu não deveria ter vindo, quer saber? se vire- saí, dei meia volta e me sentei novamente - esqueça, você está sangrando

ela riu

-ei, cante algo para me ajudar a cicatrizar

-não sei cantar

-tanto faz, eu gosto de sua voz.

-ok, me diga sua música preferida.

-não, eu quero escutar uma surpresa. - Casey se sentou no chão e logo depois deitou a cabeça em minha coxas

-ok... vou cantar uma que já cantou para mim.

seus olhos estavam penetrando os meus, mantinha o foco em mim e somente em mim, parecia um daqueles cachorrinhos.

-i wanna be yours... - continuei a cantar como um sussurro. 



parei quando comecei a esquecer a música e a boca de Casey estava com um sorriso de lado 

-me beija, por favor- quando ela disse essa frase meu corpo inteiro se arrepiou, abaixei minha cabeça e dei um selinho em seus lábios... bem, era para ser só um selinho mas a sua mão sem cortes foi até minha nuca o que o fez demorar um tanto mais.

-sim, estou lhe dizendo! as duas sumiram nesse banheiro há mais de 30 minutos! - era a voz de nosso professor

-vou chamar uma mulher para verificar- uma outra voz masculina disse.

me levantei no mesmo momento e puxei Casey comigo. tirei meu moletom e peguei mais papel, comecei a enfaixar mais ainda seu braço

-o que está fazendo?- ela perguntou

-te ajudando, cale a boca- coloquei meu dedo na frente de sua boca fazendo um sinal de "silêncio"

a vesti com meu moletom, caiu perfeitamente nela.

-pronto, saia do banheiro, vou logo depois.- disse a empurrando para fora da cabine

-não vai?

-vou depois.

Casey pegou meu braço e o virou, analisou meus pulsos e viu minhas cicatrizes então pegou a lamina que estava jogada no chão e jogou no ralo

-só cuidando de você- se explicou - me importo mesmo que seja bem chata, irritante e...

-vai logo!- a empurrei outra vez


Eu sempre estive sozinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora