"ALUNO NOVO"

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SEM REVISÃO

DIEGO

No outro dia, na escola, cheguei um pouco atrasado e entrei quase correndo na sala. O professor por pouco não entrou antes de mim, por muito pouco mesmo.

- Por que essa pressa senhor Sandrinny? - O professor perguntou assim que entrou na sala, sentei em minha carteira e o encarei.

- Desculpe professor, só fiquei receoso de não me deixar entrar, se você entrasse antes de mim. - Falei envergonhado.

- E você está certíssimo, não tolero atrasos em minhas aulas. - Disse com o tom rígido e encolhi os ombros.

- Desculpe. - Disse eu em um tom culpado.

- Idiota.

Ouvi alguém sussurrar nas minhas costas. De alguma forma eu sabia que aquilo era para mim. Mordi os lábios, coçei a nunca desconfortável e prestei atenção no que o professor estava explicando.

Com poucos minutos de aula, entediantes devo dizer, até mesmo para mim, Filosofia era uma das aulas que me davam um tremendo sono. Mas para nossa alegria alguém bateu na porta.

- Professor Ramirez, um instante do seu tempo, por favor.

A voz era da diretora, o professor assentiu, foi até a diretora que sussurrou alguma coisa para o Ramirez e apontava para uma coisa fora da sala ou alguém. Não vou dizer que não estava curioso, porque estaria mentindo. Comecei a roer as unhas curioso.

Alguns segundos depois, o professor Ramirez voltou a classe e ele não veio sozinho. Senti o ar fugir dos meus pulmões ao ver aqueles olhos levemente cerrados em minha direção.

- Classe, temos um aluno novo, quer dizer, nem tão novo assim. Houve uma pequena mudança de classe. Erick agora faz parte da turma de vocês. - O professor falou meio animado, houve alguns murmúrios de surpresa e animação.

Como eu estava? Em choque, sem total reação para aquela surpresa do dia, uma surpresa bem mal recebida da minha parte pelo menos. Mas o resto da classe parecia estar diante de uma celebridade.

O maldito ainda sorriu de lado, piscou um olho para ninguém em específico, eu acho, e fixou seus olhos em mim. Senti um calafrio subir pela espinha e engoli em seco. Em seus olhos havia um brilho perigoso e até ameaçador.

- Seja bem-vindo, sente-se senhor Drummond. - Ramirez falou indicando um lugar qualquer para Erick que sorriu em agradecimento. Fingiu, sim fingiu, procurar um lugar vago.

Detalhe importante sobre o Atlas, os lugares, carteiras, são divididos em duplas e para o meu azar total o lugar ao meu lado estava vago, sempre esteve, nunca ninguém se sentou ao meu lado, ninguém fazia dupla comigo e isso era ótimo, sim era, porque agora é desesperador. Mas Erick nunca sentaria ao meu lado, ele não associaria a sua bela fama e imagem a "alguém como eu."

Porém, o desgraçado de uma figa fixou seus olhos ao lugar ao meu lado, sorriu de lado maldosamente, caminhou até mim e se sentou ao meu lado.

- E aí, princesa?!

O que eu posso dizer? É claro que não respondi a ele, na verdade as palavras simplesmente sumiram da minha mente. Meu sistema entrou em um pane total.

Fui pego de surpresa e estava totalmente sem preparo para isso. Foi um belo tapa na cara que me deixou em choque.

- O que você está fazendo aqui? - Perguntei depois de um bom tempo em silêncio. Minha pergunta foi baixa para somente ele ouvir.

- Não é óbvio? Estou estudando ué. - Respondeu no mesmo tom que o meu. Revirei os olhos e resolvi ignorar a presença dele ao meu lado.

Outro detalhe importante dessa escola, os alunos não trocavam de sala como em muitas outras escolas particulares e sim os professores que vinham até a classe, ou seja, estaria preso ao Erick até às 13:00 hora da tarde. Que satisfatório, só que não.

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