Sinal...

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Guinevere

(O que foi isso que acabou de acontecer?!)
--- Isso foi real?!
(Sussurrei comigo mesma, olhando para trás para ver se ainda via o Arthur, porém, em vão, pois a multidão já tinha tomado conta da direção… Oras… E o abraço? Porque eu o abracei? O que deu em mim?!... {Suspirei}... Enquanto me sentava com a Carol).
--- E então Gui? - Perguntou ela, arqueando a sobrancelha.
--- O… O que? (Me fiz desentendida).
--- Como, o que?!
(Me olhará como se eu tivesse "culpa" do reencontro com o Arthur).
--- O que há?
(Nem em sonho eu imaginaria de encontrá-lo aqui… A verdade é que nem eu me imaginava estar aqui).
--- Gui, quantos anos ele tem?
--- Não faço a mínima idéia.
--- Você não sabe a idade dele?
--- Não, nunca deu tempo de perguntar!
(Acho que algo a incomodou).
--- Ele aparenta ser um tanto mais velho…
--- Sim, isso eu sei.
--- Não acha estranho?
--- O que exatamente?
(Sim! Havia algo estranho, mas não queria ficar dando corda para este assunto).
--- Ah… Não sei ao certo, mas é estranho "isso" de vocês.
--- São apenas coincidências, Carol.
--- Qual é Gui?! Dá pra ver que ele é amarradão na sua; e outra, coincidência acontece no máximo duas vezes com a mesma pessoa, o restante… É destino.
--- Destino?! (Fiz cara de poucos amigos). Desculpe-me, mas sabe muito bem que eu não acredito nessas coisas.
--- Mas eu sim, Gui… Lembra que uma vez comentei com você de uma tia no interior que era vizinha de uma cartomante…
--- Acho que me recordo.
(Sério que vamos falar disso).
---Pois bem… Há anos eu não visito minha tia, porém me lembro perfeitamente dessa cartomante, o pessoal lá da vila, sempre acreditaram nas visões dela, dizia minha tia, que ela nunca errou uma visão.
--- Humm… E o que isso tem haver com a situação de agora?
(Não é que eu não estava me importando com o assunto, mas não conseguia me concentrar…).
--- Bem, com a situação em si, não muita coisa… Mas depois que vi vocês dois, me veio essa lembrança…
--- As vezes foi apenas impressão sua, por isso está assim.
(Tentei fugir da conversa).
--- Não Gui… Você me conhece, e sabe bem quando estou falando sério. E sendo impressão ou não, eu me lembro também do que a cartomante me falou da última vez que estive lá.
(De repente senti um calafrio, algo me tentando a prestar atenção no que dissera).
--- O que ela lhe disse?
(Chegou mais perto com a cadeira).
--- Bem… Talvez isso irá soar como balela… Mas ela disse que eu voltaria às pressas pra lá… Mas não estaria sozinha… Levaria comigo algo sem vida, que estaria apenas resistindo…
(Assim que terminará de falar, me subiu um arrepio, uma sensação horrível que me fez ficar sem reação, tudo na minha cabeça ficou em silêncio, era como se não tivesse mais ninguém ao redor, era como se nem nós mesmas estivéssemos lá).
--- Is… Isso… O qu… O que é isso?
(As palavras estavam tentando fugir da minha boca, mas sem sucesso… Ouvir aquilo da Carolina, foi como um dejavú… Eu já ouvi isso, mas não lembro onde, nem quando, nem como… Comecei a me sentir mal, estava começando a suar frio, e sentir um amargor na boca).
--- Gui? Você está bem? - Perguntou notando a minha aparência pálida.
--- Acho que não! (Respirei fundo).
--- Desculpe-me, não falei para te assustar! Também fico assustada só de lembrar…
--- Carol! Não quero mais falar disso… É um assunto que não convém. (Me senti ofegante).
--- Gui, acalme-se… Se você parar e analisar vai ver que convém sim! Tudo pode estar ligado… Você e o Arthur, eu, a cartomante… Desde quando me falou sobre os "encontros" de vocês, que eu já saquei. E depois de ter visto a forma de como ele te olhava, foi batata! Convenhamos Guinevere, falemos as palavras reais, ele não te olhou como um cara qualquer na intenção de "usar" você… Mas sim, de uma forma que nem o Roger me olhará antes.
(Eu já estava começando a ficar incomodada, esse assunto, estava me dando palpitações).
--- Não quero mais falar disso.
--- Mas Gui…
--- Basta, Carol! Foi um acaso eu ter encontrado o Arthur aqui, não foi o destino ou a cartomante… Foi o ACASO. Agora, troquemos de assunto, senão irei embora.
(Não sei ao certo qual era o tipo ou o nome do sentimento que eu estava sentindo, mas era horrível. Não queria ter sido grossa com a Carolina, mas nunca a vi com tanta seriedade no olhar… Compreendo a preocupação dela, porém, já tenho muitas coisas que me assombram, não preciso de mais uma história).

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