Fúria...

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Camilo

(Não é possível essa demora toda, a Ruth não entrou mais em contato, a Guinevere também não ligou e nem veio para cá. Vou passar no serviço dela, para ver se ela está lá… Assim que me levantei do sofá, avistei a porta da sala se abrindo).
--- Gui?
(Falei espantado, ela estava toda suja, os cabelos emaranhados, e uma marca roxa perto da bochecha, diria que foi um soco).
--- Guinevere? Filha, o que houve? -Perguntou Olívia, já se levantando do sofá também, e indo em sua direção.
--- Nada mãe!
--- Como nada? Você está machucada? (Falei a olhando de cima a baixo… Será que foi aquele moleque que fez isso com a Gui?! Mato ele).
--- Eu briguei…
--- Brigou? Como assim? Com o Dylan? O Dylan fez isso com você? -Falou Olívia enquanto a ajudava a se sentar.
--- Não mãe! A amante dele fez isso.
(Não acredito que a Ruth teve a coragem de agredir a Guinevere).
--- Amante? -Indagou Olívia apoiando-se no balcão.
--- Sim, o Dylan tem uma amante.
--- Ela fez isso com você? (Perguntei com a voz um tanto furiosa… Mas ela não respondeu diretamente às minhas perguntas… Apenas consentiu com a cabeça).
--- Filha, me explique isso direito Gui… Estou começando a ficar nervosa, não estou entendendo.
--- Foi horrível mãe… O Dylan me traiu, peguei ele no flagra no quarto com outra mulher…
--- Meus Deus, filha…
--- E ainda não contentes por terem me feito passar por tudo aquilo, eles ainda foram ao meu serviço para me chatear… Daí a vagabunda, começou a me ofender, então eu retribuí as ofensas, e ela partiu para cima de mim… Devido a isso, acabei sendo demitida.
(Assim que terminou de falar, notei os seus olhos vermelhos, querendo começar a encher d'água… Depois de ouvir tudo isso, não perdi tempo fui atrás da Ruth).
--- Camilo aonde vai? -Perguntou Olívia, se levantando.
--- Preciso resolver umas coisas, fique aqui, e cuide da Gui, já volto.
(E assim o fez… Peguei minhas chaves do carro, e sai em disparada para a casa daquela maldita).

Arthur

(Estou triste pela Gui, a forma como eu a encontrei, e o jeito que chorava, não sai da minha mente, ver o seu rosto, a pontinha do seu nariz vermelhinha, acabou comigo. Porque será que me sinto assim, quando a vejo? Sinto um enorme apreço em vê-la, em ouvi-la, em sentir o toque de suas mãos macias e pequenas, seus cabelos, sua voz, seu corpo, o seu jeito, me fascinam… De fato… Guinevere você encantou o meu coração).

Camilo

(Cheguei à porta da casa dela, me aproximei, e bati com o pulso firme).
--- Camilo? O que faz aqui?
(Atendeu-me segurando uma compressa de gelo sob o rosto).
--- Sua desgraçada…
(Entrei com tudo, e fui encostando-a na parede).
--- Ca… Camilo, o que é isso?! Me solte.
(Comecei a enforcá-la).
--- Como você teve a audácia de agredir a Guinevere? Hein? QUEM VOCÊ PENSA QUE É? (Gritei).
--- Es… Está… Me machucando…
--- Vou machucar ainda mais, bem mais sua vadia!
(De fato eu não estava em mim, o jeito que a Guinevere chegou em casa toda machucada, me acendeu um ódio tremendo, não era para ter acontecido isso).
--- Me solta…
(Me empurrou).
--- Você está ficando louco? Olha o que a sua princesinha filha da puta, fez comigo, olha o meu rosto.
--- Ela devia ter feito pior!
--- Como é? -Indagou ela.
--- O combinado não era esse, Ruth!
--- Mas ela me ofendeu, o que queria que eu fizesse.
--- Você, Ruth? Você ofendida? Me poupe, você dormiu com o namorado dela, foi ao serviço dela, e queria que ela fizesse o que? Hein? Te pagasse um picolé, caralho.
--- Mas o plano foi seu, Camilo, você que me procurou, você que arquitetou tudo... Tudo foi você! Isso é a SUA consequência!
--- Cala essa sua boca imunda…
(Me aproximei novamente, só que dessa vez apertando o seu braço, minha vontade era de espancar ela, ali mesmo). 
--- Me larga… Se não…
--- SE NÃO O QUE? Ahn? O que fará?
--- Se não eu denuncio você por E S T U P R O… O que acha? Imagine só a carinha da Olívia quando souber o que você faz com a filhinha dela.
(Não resisti, e dei-lhe um tapa na cara...).
--- Como ousa me bater? -Falou indignada passando a mão no rosto.
(A virei, pressionando sua cabeça contra a parede).
--- VOCÊ NÃO BRINCA COMIGO, SUA CADELA… Se fizer isso, eu vou te caçar, vou até o inferno se for preciso só para arrancar a sua pele.
(Joguei-a no chão… Vi em seus olhos o medo, o pavor. Vê-la assim, me fez lembrar da Guinevere, dos nossos momentos juntos… Então me apressei para poder voltar para a Gui, ela precisava de mim).
--- Camilo… Não faça nada comigo, por favor...
(Começou a chorar).
--- Você me tirou do sério Ruth!
--- Você me conhece, Camilo... Só falei isso por falar… Me desculpa.
(Era incrível ver a forma como ela chorava. Claro... Não chorava tanto que nem a Gui, mas ainda sim era bonito de ver. Bem... Eu poderia matá-la, creio eu que ninguém sentiria falta dela, a não ser as pessoas há quem ela deve dinheiro, e alguns cafetões... Ah sim, e tem a mãe dela, dona Joana, que está doente… Pensar nisso agora me fez lembrar da época do colégio quando éramos jovens, a Ruth sempre me provocava, porém eu nunca trairia a Olívia para ficar com ela, sempre fui muito fiel, mas gostava do jogo de olhares com a Ruth... Eram fascinantes... E os bolinhos que a dona Joana levava para vender enquanto esperava a Ruth no portão do colégio, eram maravilhosos, muito saborosos…).
--- AHHHH...(Suspirei).
--- O que fará comigo Camilo? -Perguntou em meio a soluços.
--- Não a matarei, só por causa dos bolinhos da dona Joana...
(Me olhou sem entender nada do que eu estava falando… Abri meu paletó, e dentro do bolso interno, peguei um envelope onde havia o restante do dinheiro do acordo… Tirei o dinheiro de dentro do envelope, e joguei as notas em cima dela).
--- Está aí, o restante do dinheiro… Pegue e suma, porque se eu encontrar com você de novo, ou se por acaso abrir esse seu bico, você já sabe né?!
--- Si… Sim… Me perdoa, Camilo... Prometo sumir daqui. -Falou enxugando as lágrimas.
--- Ótimo…
(Passei por ela, e saí em direção a porta... Já do lado de fora, ainda era possível escutar o seu choro… Patético).

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