Transportadora...

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Na transportadora...

Camilo

~Trim trim~

--- Alô?

--- Senhor Camilo, há uma moça aqui embaixo, querendo falar com o senhor.

--- Peça para ela subir.

--- Sim, senhor.

TOC TOC.

--- Pode entrar...

--- Olá, Camilo.

--- Ruth... Que bom revê-la. (Falei enquanto beijava sua mão... Ruth e eu nos conhecemos no colégio, chegamos a ter um "romance", mas não deu muito certo, pois naquela época eu era apaixonado pela Olívia... Bem, até ela me trocar pelo Alessandro, mas é engraçado como o mundo dá voltas... Seria até bom se ele estivesse vivo agora, para ver as duas mulheres que ele amava, na palma da minha mão. Lembro-me que Ruth uma vez chegou a se interessar por ele, ou melhor, pelo dinheiro dele, mas Olívia foi mais rápida, até engravidou (Risos), foi bem doloroso pra mim, mas depois fui recompensado, por mais que a Olívia pra mim não passe de um "manter as aparências", ter ela é como se fosse um troféu, que veio com um brinde maravilhoso. Hummmm... Mas enfim... Ruth, sempre chamou muita atenção; é uma mulher encantadora, sensual, boa de cama, atiçava lindamente os meus sentidos, mas nunca me enganou, sempre foi interesseira e boa em "ler mentes". Só que dessa vez o meu coração só pertencia a uma única pessoa).

--- Digo o mesmo, está lindo como sempre... Cheiroso, charmoso... -Falou ela, se aproximando e me beijando.

--- Não te chamei aqui pra isso. (Falei a afastando).

--- Ora... Então pra que me chamou?

--- Preciso de um favor. Um favor pago.

--- Hummm, que tipo de favor?

--- Preciso que você separe um casal... Não que eu mesmo não o fizesse, mas queria algo novo, algo mais emocionante.

--- Ahn? (Sorriu). --- Como assim Camilo? Não estou entendendo...

--- Quero que você faça a minha enteada te flagrar com o namorado dela, e depois que você vá até o serviço dela e arrume um escândalo, como se você fosse a vítima. Entendeu? (Com certeza ela entendeu).

--- Hummm... Interessante, mas porque isso?

--- Porque sim, não gosto do namorado dela.

--- É por isso mesmo Camilo? Ou será que há algo a mais nessa história?

(Me olhou como se suspeitasse de algo).

--- Não tem história, é apenas isso.

--- Ahh, Camilo, sério que você está mentindo pra mim? Logo pra mim, que te conheço desde a época que você não tinha um tostão furado, (Sorriu). Você é tão transparente, que sei o quanto você gosta de uma menininha...

(Não pude conter o espanto).

--- Humm, então é isso, ciúmes... (Sorriu). E pela sua cara já aconteceu... Diga-me Camilo, como foi? Conte-me os detalhes. -Sussurrou ela, enquanto passava a mão pelo meu corpo.

--- Cala essa boca! (Falei a prensando na parede, senti meu sangue subir). --- Nenhuma palavra sobre isso, se não eu corto sua garganta...

--- Calma... (Sorriu). --- Está bem, é que eu havia esquecido de como você fica quando cutucam a sua ferida, mas fica tranquilo, esse seu segredinho sujo está bem guardado... Por um preço é claro...

(Respirei fundo... E a soltei lentamente).

--- Quanto?

--- Bem... Juntando os dois favores mais a sua sujeira, eu quero R$ 200.000,00...

--- Você só pode está ficando louca. (Dei as costas).

--- Ahh, Camilo não se faça, sei que dinheiro não é problema pra você. É pegar ou largar...

(Respirei fundo novamente, cheio de vontade de apertar o pescoço dela, mas enfim...).

--- Está bem... Vou fazer um cheque.

--- Não, não, não, quem falou em cheque? Eu quero dinheiro vivo.

--- Mas é muito dinheiro Ruth.

--- Se vira, use os seus contatos. (Sorriu).

(Ahhhh... Ruth).

--- Farei assim então, te dou metade agora, e o restante quando você finalizar.

--- Humm, não era bem o que eu queria, mas fazer o que... Pode ser então.

--- Vire-se e não olhe, preu poder pegar o dinheiro no cofre...

--- Ok, (Sorriu).

(Enquanto eu abria o cofre, eu só pensava na Guinevere, dos sacrifícios que faço para manter ela do meu lado...).

--- Aqui está.

--- Humm, ótimo. (Sorriu).

(Puxei-a pelo braço, e apertei).

--- Bico fechado, sobre tudo isso, Ruth, estamos entendidos?

--- Sim, eu não burra como você pensa Camilo, eu sei com quem eu estou mexendo, e a única coisa que eu não ia querer, era arrumar uma briga com você. -Disse ela enquanto folheava as notas.

--- Está certíssima, agora vai, depois eu te ligo te informando melhor.

--- Sim, senhor... (Sorriu), adoro fazer negócios com você, Camilo.

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