Promessas...

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Guinevere

(Depois do episódio na cozinha, eu ajudei a minha mãe a ir para o quarto, ela precisava descansar um pouco).
--- Prontinho, mãe. (Ajeitei o travesseiro em suas costas). A senhora está se sentindo melhor?
(Perguntei ainda aflita. Eu nunca tinha visto ela naquele estado; em quase desmaio, achei que meu coração ia sair pela a boca…).
--- Já estou um pouco melhor agora. -Falou se ajeitando na cama.
--- Quer que eu lhe traga alguma coisa, algo que te deixe mais confortável?
--- A única coisa que quero e peço nesse momento, é que você pare de implicar com o Camilo… -Resmungou.
--- Mãe, por favor… Já não tínhamos encerrado este assunto?!
--- Sim! O encerramos, mas sei que vão continuar se alfinetando. -Me olhou firme.
--- Pela senhora, prometo que não. Evitarei ao máximo entrar em conflito com ele.
--- Por favor né Gui. Você tem que entender, que ele é a nossa família… Eu o amo, ele é o pai do meu bebê, você tem que ao menos respeitá-lo.
(É muito triste e doloroso ouvi-la dizer isso… Como se o Camilo fosse o mocinho, e eu a vilã).
--- Já entendi… Prometo não brigar mais.
--- Hum… Espero que cumpra com a sua promessa.
(Minha vontade era de gritar… Mas do que adiantaria?! Apenas, consenti com a cabeça, cheia de lágrimas nos olhos… Segui em direção a porta…).
--- Gui, espere!
--- Sim? (Me virei).
--- Eu quero te pedir mais uma coisa. -Disse ela pegando uma cartela de remédio. --- Poderia me trazer um copo d'água, por favor?!
--- Sim… Vou trazer para a senhora. (Minha voz estava um pouco rouca…).
--- Obrigada...
(Me virei, e segui secando meus olhos na manga da blusa… Fui em direção a porta… Descendo as escadas, comecei a lembrar do ocorrido; como eu fui tola de aborrecê-la, coloquei em risco a saúde da minha mãe e do bebê. E ainda por cima, agora tem o Camilo furioso…).

Na cozinha...
--- Guinevere…
(Ouço a voz dele me chamar… O olhei de lado… E fui até o armário pegar um copo).
--- Você me deve desculpas… -Indagou ele.
--- Eu não te devo nada!
(Exclamei o olhando firmemente…)
--- Ahh, deve sim!
(Por um instante a cozinha ficou em repleto silêncio).
--- O que há? Porque não me deixa em paz… Por favor, Camilo.
--- Humm… Ficou educada de repente?! Cadê aquela menina  valente de agora pouco? Hein? Cadê? -Perguntou se aproximando.
--- Não se aproxime! (Estiquei o braço para que ele mantivesse distância).
--- Acha mesmo que me falando "NÃO" vai me deter?! Escute bem! Vou cobrar minhas desculpas na madrugada…  E vai ser no seu quarto!
(Aquelas palavras… Foi repugnante ouvi-las… Minha vontade era de retrucar, brigar, xingar, mas não podia, por mais que estivesse sentindo essa adrenalina, minha mãe estava lá na cama passando mal, por minha causa… Não podia decepcioná-la mais).

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