Triângulo

Pela manhã...

Guinevere

--- Que dia lindo... (Falei já em pé e abrindo a janela, fui ao banheiro fiz minhas "coisas matinais" ... Entrei na cozinha, onde já se encontrava o meu padastro e minha mãe já sentados á mesa posta).

--- Bom dia...

--- Bom dia minha querida... -Respondeu meu padrasto sem tirar os olhos do celular.

--- Bom dia filha. -Respondeu minha mãe dando um gole em seu café. (Devia estar bem saboroso... Minha mãe era bem reservada, culta, e as vezes eu sentia que era ambiciosa também; ela trabalhava em uma fábrica de cristais, ficava mais no serviço do que em casa, não sei nem como aprovou o meu namoro com o Dylan... Ela e meu padastro se casaram quando eu tinha uns 11 anos... Meu pai já era falecido quando minha mãe se casou. E sinceramente, nunca gostei da ideia dela ter se casado novamente, ainda mais com ele... Ahh mãe... Tínhamos acabado de nos mudar, foi idéia do meu padrasto, ele era dono de uma transportadora que ficava pelas redondezas, eu até que conhecia um pouco da vizinhança; minha amiga Carol morava no bairro e o Dylan também, então praticamente todo o final de semana eu estava lá... Mas fora isso, outra coisa tirava o meu sossêgo).

--- Guinevere, filha estamos indo assim que sairmos tranque as portas. -Pediu minha mãe.

--- Não quero que traga ninguém aqui em casa quando não estivermos, entendeu? -Disse meu padrasto se referindo ao Dylan. (Minha mãe já havia aprovado o nosso namoro, mas meu padrasto era contra, vive enchendo a cabeça da minha mãe, falando que sou nova para essas coisas, e que na minha idade era pra estar pensando em estudos e não em namoro).

--- Eu já entendi. (Fui seca).

--- Fale direito com o Camilo, por favor. -Pediu minha mãe. ---Comporte-se e boa folga... Qualquer coisa me ligue. -Disse ela apanhando as chaves do carro, assim os dois sairam...

Arthur

--- Como assim folga?! Quero dizer, hoje é folga da moça do caixa? (Perguntei um pouco intrigado, achei que a encontraria hoje...).

--- Sim! -Disse a atendente sem nem ao menos olhar na minha cara... (O pessoal desse lugar aqui são bem mal-educados... Respirei fundo e sai).

(Na hora que crio coragem pra falar com ela... Ela não está... Legal... Bom, já estou por aqui mesmo, não vou dar viagem perdida, vou ao mercado).

Guinevere

(Finalizei o meu café, e fui me ajeitar para ir ao mercado, queria fazer um strogonoff hoje para o almoço... Sai de casa... O mercado era próximo á minha rua).

{Já no mercado}

--- Bem, já peguei tudo. (Passei as compras no caixa... Sai em direção a porta, a sacola estava um pouco pesada, mas tudo estava suportável, até que...)

Arthur

(Freei o carro bruscamente, quase em cima da moça, por um segundo eu ia sair do carro e xinga-la... Mas foi ao contrário, ela que me xingou e muito, e com certeza deixaria que me xingasse mais...Desci do carro e me aproximei para ajuda-la... Ela se calou... E me fitou...).

--- Arthur?! -Disse ela com uma feição que eu não sabia distinguir, mas tinha raiva e muita raiva. (Mas lembrou o meu nome).

--- Você que entrou na frente. (Humm, que gafe).

--- Você está louco? A preferência é do pedestre, não sabe ver não?!

--- Não senhora, e você? Não sabe ver a placa indicativa?! (Fui irônico... Mas ela me deu uma olhada de poucos amigos).

--- Senhora é a mãe...

--- Abusada você hein... (Já estava um pouco mexido).

--- Olha quem fala; comece a usar o terceiro olho também... (Se virou jogando todo aquele cabelo em meu rosto... E foi embora, me deixando falar sozinho... Respirei bem fundo... Poderia ter prendido ela?! Poderia! Só pelo atrevimento, mas quis deixar passar... Entrei dentro do carro e bati a porta de raiva, e a vi sumindo do meu campo de visão).

--- Quer saber... vou segui-la... (Consegui acompanha-la sem que percebesse, devia estar furiosa mesmo, pra não ter nem olhado pra trás... Ela parou e adentrou uma portinhola... Humm, então é ai o seu esconderijo).