Na madrugada...

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Guinevere

Na madrugada...

(Acordei assustada, pois havia escutado um barulho vindo da cozinha; me levantei para ver se ainda era a minha mãe esperando aquele homem... Quando cheguei...).
--- Camilo?
--- Gui... O que faz acordada a essa hora? -Ironizou ele.
--- Isso é hora de chegar? (Falei no impulso).
--- Nossa... Está preocupada comigo? -Perguntou se aproximando de mim.
--- Nunca. Minha mãe estava aqui morrendo de preocupação e... Você está bêbado?
--- Devo ter bebido umas. -Afirmou ele sorrindo.
--- Você não aprende mesmo né?! Porque você faz isso? Porque faz isso com a gente? Se não se importa mais com ela, se é que um dia já se importou... Deixa a gente em paz... Vai embora.
(Ele me olhou fixamente, se aproximou ainda mais de mim...).
--- Você sabe muito bem o que me prende aqui... -Sussurrou ele.
--- Que barulho foi esse? -Perguntou minha mãe adentrando a cozinha.
--- Olívia, meu amor... -Disse ele sendo irônico.
--- Isso são horas? Onde você estava Camilo? Fiquei a noite inteira preocupada, pensei até em chamar a polícia... -Disse minha mãe alterada.
--- Ah Olívia, deixa de exagero.
--- Exagero?! Você sempre chega primeiro que eu, e hoje chega de madrugada e... Bêbado pelo o que eu estou vendo...
--- Fui tomar uns goles ué, aliviar a tensão. Qual é Olívia, sabe que eu não sou disso, só foi dessa vez, prometo que será a última.
--- As vezes não entendo você Camilo... Poxa, poderia ter me ligado, me mandado mensagem sei lá, me avisasse, passou mil e umas coisas pela minha cabeça... -Disse minha mãe com uma voz chorosa. (Olhou para mim). --- E você Guinevere?! Faz o que aqui e acordada uma hora dessa?
--- O mesmo que a senhora... Ouvi um barulho estranho, chegando aqui me deparei com ele nesse estado... Mas já vou voltar a dormir. (Dei as costas e sai, nem olhei para trás, deixei os dois lá discutindo... Fui para o meu quarto, tranquei a porta, e por incrível que pareça consegui pegar no sono rápido).

Pela "manhã".

--- Gui? (Toc toc). Filha? (Acordei ouvindo minha mãe bater na porta do meu quarto, me levantei para abrir).

--- Mãe? O que houve? (Perguntei ainda sonolenta).

--- Gui, perdeu a hora?! Já estou indo trabalhar… -Disse ela apontando para o relógio.

--- Mas já são 08:30?

--- Já passou das 08:30, eu que estou atrasada, fiquei até tarde dando umas broncas no Camilo… Aliás, ele não irá trabalhar hoje, esta de ressaca, (Respirou fundo)... Aí filha, homens são complicados. -Disse ela fechando a bolsa.

(Nossa, quanta informação para eu assimilar logo de manhã…).

--- Ahh, Gui… Depois ferva o café para o Camilo por favor, mas não coloque açúcar, ele tem que tomar puro, para a ressaca passar… 

--- Está bem mãe… (Suspirei…).

--- Obrigada filha, beijos, tchau. -Disse ela se virando. --- Ahh filha… Mais uma coisa…Agora que reparei porque você tranca a porta do quarto?

(Me subiu um arrepio… Á olhei tentando procurar palavras para lhe responder…).

--- É… Que… Eu… Aí, mãe, é costume… 

--- Costume?! Ué, você nunca foi disso. -Perguntou ela arqueando a sobrancelha. 

(Pensei rápido).

--- Mãe a senhora não estava atrasada? Já viu a hora? (Qualquer coisa para sair daquela situação).

--- Ai meu Deus, verdade, estou atrasadíssima. Tchau filha, beijos, não esquece viu Gui. -Gritou ela saindo em disparada.

(Suspirei… Coloquei o meu roupão, e sai do quarto. Minha casa tinha 3 quartos, o da minha mãe era o primeiro do corredor, depois vinha o de hóspedes, e por fim o meu… Respirei fundo).

--- Guinevere… (Ouvi a porta do quarto se abrir).

--- Fala. (Fui o mais seca possível).

--- É assim que você fala comigo? Tem que me tratar de senhor. -Ironizou ele. 

(Franzi a testa).

--- Você tem que ser chamado de coisa pior… (Na mesma hora que falei isso, ele me puxou pelo braço,o apertando forte, e me levou junto ao seu corpo… Gelei da cabeça aos pés).

--- Como você está rebelde Gui, você não era assim… Dessa vez eu vou deixar passar, porque estou com a minha cabeça explodindo, mas na próxima, você vai fazer rebeldia com gosto. -Falou ele com aquele olhar gélido, me soltando lentamente.

(O encarei, fiquei ofegante, sentia medo… O vi passar por mim e descer as escadas).

--- Venha Gui… Esquente o café, enquanto eu tomo banho… 

(Quase não conseguia me mexer, mas mesmo assim fui).

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